A Nestlé, empresa suíça de alimentos, recebeu ontem (9) aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) para adquirir as marcas brasileiras de chocolate Kopenhagen, Cacau Brasil e Kop Koffee, todas pertencentes ao grupo CRM. A decisão, que não impôs restrições, foi anunciada cinco meses após a divulgação da transação.
Aprovação do Cade
De acordo com a Folha de S. Paulo, a superintendência do Cade informa que não “há elementos suficientes para afastar a possibilidade de exercício de poder de mercado pela Nestlé após a operação nos cinco mercados relevantes”. A decisão será definitiva se não houver recurso de terceiros interessados ou análise do tribunal do Cade no prazo de 15 dias.
As empresas, que antes eram controladas pela Advent International desde 2020, esperam concluir o negócio com a Nestlé ainda este ano. O trâmite, cujo valor não foi divulgado, resultará com a Nestlé assumindo o controle acionário das empresas e a inserirá no segmento de rede de lojas de chocolates e café.
Nestlé amplia presença no mercado nacional de chocolates (Foto: reprodução/Leticia Moreira/Folhapress/Folha de S. Paulo)
Expansão e inovação
As marcas Kopenhagen, Kop Koffee e Brasil Cacau, que juntas possuem mais de mil lojas no Brasil e estão entre as maiores franqueadoras do país, compartilham cerca de 95% dos seus 2.000 funcionários. Renata Moraes Vichi permanecerá como acionista e CEO do grupo brasileiro.
De acordo com nota publicada pela Folha de S. Paulo, Marcelo Melchior, CEO da Nestlé Brasil, informou: "Entendemos que temos uma grande oportunidade de acelerarmos segmentos de maior valor agregado, fortalecendo ainda mais a categoria de chocolates no Brasil". As empresas acreditam que a transação permitirá oportunidades em inovação, digitalização, exploração de novas categorias e canais, além de ampliar iniciativas de sustentabilidade.
A Kopenhagen, fundada em 1928 por um casal de imigrantes da Letônia, foi adquirida pelo grupo CRM em 1996. O grupo espera faturar R$ 1,7 bilhão em 2023 e planeja triplicar o número de lojas até 2026, chegando a 3.000 unidades no país.
A Nestlé, que recentemente anunciou um investimento de R$ 2,7 bilhões no Brasil até 2026 para expandir suas fábricas de chocolates e biscoitos, levou mais de 20 anos para receber a aprovação do Cade para a compra da Garoto, uma transação que foi anunciada em 2002, que logo acabou sendo vetada dois anos depois pelo Cade. Hoje, Nestlé e Garoto já não dominam o setor como antes.
Foto Destaque: Cade afirma que a compra não prejudica concorrentes (Reprodução/Nestlé/Portal Poder 360)