Em um movimento que ressoa não apenas na economia dos Estados Unidos, mas também nos mercados globais, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, anunciou ontem (19) possíveis ajustes na taxa de juros norte-americana. A medida, que busca conter a inflação e estabilizar o mercado de trabalho, teve impacto imediato nos juros futuros do Brasil.
Powell sinaliza aumento nas taxas de juros dos EUA
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou ontem (19) potenciais aumentos na taxa de juros, indicando a resiliência da economia norte-americana frente aos juros altos. Nos últimos 18 meses, a taxa básica de juros nos Estados Unidos aumentou 525 pontos-base.
Fala do presidente do Fed alimentou expectativa de nova alta dos juros dos EUA (Foto: reprodução/bcb.gov.br)
"Nosso desafio atual é estabelecer uma postura política suficientemente restritiva para reduzir a inflação a 2% ao longo do tempo", disse Powell durante entrevista no Clube Econômico de Nova York. Em junho de 2022, a inflação nos Estados Unidos alcançou um pico de 7,1%, com uma estimativa de 3,7% para setembro deste ano, segundo o Fed.
Powell apontou que estabilização do mercado de trabalho pós-pandemia nos EUA pode atenuar inflação (Foto: reprodução/bls.gov)
Powell também destacou que o mercado de trabalho nos Estados Unidos está começando a se equilibrar, com uma elevação na oferta de trabalhadores e o retorno da imigração aos níveis pré-pandemia. Isso poderia atenuar as tensões inflacionárias.
Juros futuros no Brasil aumentam após declarações
Ontem, os juros futuros do Brasil fecharam em forte alta, influenciados pelas declarações de Powell. As taxas do DI para janeiro de 2025, 2026, 2027 e 2029 subiram para 11,245%, 11,27%, 11,45% e 11,79%, respectivamente.
Nesta sexta-feira (20), os mercados tiveram um "alívio momentâneo" nas taxas de juros globais. Isso incluiu uma queda no rendimento da T-note de 10 anos nos Estados Unidos de 4,99% para 4,913%. As taxas do DI para os mesmos períodos caíram para 11,075%, 11,015%, 11,20% e 11,61%, sendo também influenciadas por dados abaixo das expectativas do Índice de Atividade Econômica do Banco Central do Brasil (IBC-Br), que registrou uma queda de 0,77% em agosto comparado a julho, após ajustes sazonais.
Foto destaque: fala do presidente do Fed afirmando potencial manutenção dos altos juros dos EUA reverberou nas taxas globais. Reprodução/YouTube/Federal Reserve