Fran Drescher, presidente do SAG-AFTRA, o sindicato de artistas dos Estados Unidos, confirmou em 1.º de setembro que atores e dubladores da indústria de games poderão entrar em greve devido à demanda por melhores salários e clareza contratual em relação à inteligência artificial. A decisão se dará por votação entre os dias 5 e 25 do mesmo mês, afetando diretamente grandes desenvolvedoras como Activision, Epic Games e Insomniac Games.
Descontentamento crescente
Segundo Drescher, estúdios renomados como Epic Games, WB Games e Activision estão falhando em cumprir com as condições mínimas acordadas com os artistas. Tal cenário ecoa os desafios enfrentados por roteiristas e atores em Hollywood, que já iniciaram greves desde maio e julho, respectivamente. O descontentamento não se limita apenas a questões salariais; envolve também o impacto da inteligência artificial no trabalho desses profissionais.
Sindicato chama trabalhadores da indústria de games para greve (Vídeo: reprodução/YouTube/CENTRAL)
Inteligência artificial
Duncan Crabtree-Ireland, negociador do SAG-AFTRA, alertou sobre os perigos que a IA representa para os artistas. Sem salvaguardas contratuais, estes profissionais são levados a contribuir para sua própria obsolescência. A tecnologia de captura de voz e movimento, cada vez mais sofisticada, representa uma ameaça direta aos meios de subsistência dos envolvidos na indústria.
Caso a greve se concretize, os impactos poderão se assemelhar aos já vividos por Hollywood. Títulos em desenvolvimento que dependem de captura de movimento sofrerão atrasos. Audrey Cooling, porta-voz das desenvolvedoras, afirma que estão sendo feitas negociações de boa-fé, mas até o momento, um acordo não foi alcançado.
A situação da indústria de games é crítica e demanda ações imediatas para evitar uma paralisação que afete não apenas os profissionais envolvidos, mas também a cadeia de produção e o público consumidor.
Foto destaque: trabalhadores em manifestação grevista nos Estados Unidos. Reprodução/Meuplaystation.