Ontem, dia 2/12, o futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, confirmou que as taxas de juros altos serão mantidas para o próximo ano em um evento da XP. Para o economista Galípolo, a manutenção da Selic em grandes escaladas é um grande reflexo da desvalorização do real frente ao dólar e de uma grande dinamização da economia do Brasil nesses tempos.
O futuro panorama
Sendo assim, a política monetária da gestão de Gabriel seguirá sendo "mais contracionista" mantendo a taxa básica de juros, a Selic, em patamar elevado. O futuro presidente do BC diz ser "lógico" a Selic manter esse padrão diante de uma moeda desvalorizada, porém houve uma recusa para fornecimento de um guidance para a próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
Gabriel Galípolo sendo sabatinado no Senado antes de ser aprovado como presidente do BC (Foto: reprodução/Getty Images Embed/Bloomberg)
Em relatório Focus divulgado na última quarta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, confirmou a mesma expectativa, reformando no documento a projeção de 0,5% da taxa Selic. Em dezembro de 2025, a mesma taxa pode atingir 12,63%. Mantendo assim uma previsão para os cofres públicos com aumento de déficit nominal de 8,09% do PIB.
O Purchasing Managers’ Index (PMI), que é um indicador de desempenho dos setores de serviços e indústria, confirmou a previsão do Galípolo, mostrando índices que recuaram de 52,9 para 52,3 em outubro, mesmo recusando décimos, o índice manteve os 50, mostrando ainda crescimento. O ano termina com o décimo primeiro mês consecutivamente tendo alta no mercado interno em consequência dos pedidos de exportações que indicam contração.
O BC não vai segurar o dólar
A moeda estadunidense não para de subir. O pregão de ontem fechou mais um dia em alta de 1,13% aos R$ 6,06 — repetindo mais um recorde da história do Brasil. A incerteza fiscal continua depois do pacote de cortes e da possibilidade de Donald Trump taxar os BRICS em 100%.
No mesmo evento promovido pela XP, Galípolo afirmou que o BC não fará nenhuma intervenção no dólar. Declarou: “É uma discussão que às vezes vai surgir, de que o país tem US$ 370 bilhões de reservas, por que não segura no peito? Quem está no mercado e está assistindo sabe que não é assim que funciona”. O diretor afirmou que existe a possibilidade de uma atuação do BC no câmbio apenas no final do ano, devido a um movimento sazonal de envio de dividendos para fora do Brasil.
Foto destaque: Roberto Campos Neto e Gabriel Galípolo atuais presidente e diretor do Banco Central (Reprodução/O Globo/Editoria de Arte/Luisa Penna)