De acordo com dados obtidos pela revista Forbes Brasil, através do acesso à pesquisa realizada pela Oliver Wyman, os tradicionais serviços financeiros estão perdendo cerca de US$ 700bilhões (cerca de R$ 3,6 trilhões) por falta de atendimento e assistência ao público feminino.
Desigualdade de gênero e as dificuldades do sexo feminino no cenário financeiro. (Imagem: Reprodução/InfoMoney)
E é pensando nessa defasagem de atendimento que as fintechs lideradas por mulheres estão abrindo caminho para que mulheres de todo o mundo consigam ter o acesso, que é de direito, aos serviços financeiros, assumindo o controle de suas finanças, revertendo o quadro de sub-representação a que são submetidas.
Um exemplo de fintech que batalha a frente desta luta é a empresa Tala, que usa dados de smartphones para fornecer empréstimos às pessoas com pouco, ou nenhum, histórico de crédito. Ainda de acordo com os dados apresentados pela revista Forbes Brasil, dos mais de 7,5 milhões de clientes atendidos pela empresa, 58% são mulheres que vivem em países emergentes como Quênia, México, Filipinas e Índia.
Em entrevista, o fundador e CEO da Tala, Shivani Siroya, enfatiza o importante trabalho que está sendo desenvolvido.
“Estamos ajudando a melhorar a vida das mulheres no nível fundamental”, disse Siroya. “Isso cria ciclos de melhorias nas famílias e em outras áreas. Nossa equipe ajudou a melhorar a qualidade de vida de cerca de 76% da nossa cartela de clientes e 80% afirmam poder pagar grandes despesas, antes inimaginadas e, no centro de tudo isso, está a ideia de paz de espírito para as mulheres e a capacidade de elas viverem com mais confiança e controlando melhor suas vidas”, continuou.
Ainda de acordo com os relatórios obtidos pela empresa, a iniciativa da empresa aumentou a autoconfiança dos clientes; 58% das usuárias disseram experimentar uma melhora na tomada de decisões e 67% afirmaram ter alcançado mais independência financeira.
O estudo ainda mostra que o percentual obtido com o trabalho realizado por eles é muito maior que as estatísticas relatadas nos EUA, onde, de acordo com o Relatório Anual do Fundo de Emergência Bankrate, cerca de 57% dos adultos americanos não podem arcar com uma despesa de emergência de US$ 1 mil (RS 5,1 mil), o que gera um agravante direto e inevitável, a ansiedade financeira.
Tala ainda afirma que com a possibilidade de acesso a empréstimos digitais, 63% dos seus clientes relataram redução do estresse financeiro, ou seja, mais um saldo positivo defendido pela fintech, cujo objetivo principal é permitir que as mulheres tenham acesso às ferramentas financeiras
Seguindo na mesma linha de raciocínio, o aplicativo de gestão de dinheiro, Nav.it, criado e administrado por mulheres, objetiva capacitar financeiramente seus usuários, sendo 65% público feminino, utilizando do princípio de finanças comportamentais para o melhor aproveitamento da sua renda, partindo da premissa de que até 90% da renda de uma mulher volta para sua comunidade, uma forma de reciclagem financeira.
A pauta defendida por ambas as empresas parece promissora, objetivando capacitar e ajudar mulheres a assumir o controle de seu futuro financeiro, oferecendo auxílio com as ferramentas certas e voltadas para elas.
Foto destaque: Sub-representação financeira das mulheres leva fintechs a impulsionarem igualdade econômica entre homem e mulher. Reprodução/Forbes Brasil/Andrey Popov/Getty Images.