Os analistas ouvidos pelo Banco Central reduziram o valor das suas expectativas para a inflação de 2023 depois de alguns sinais de abrandamento da elevação dos preços, porém não alteraram sua posição sobre um corte importante na taxa de juros.
A pesquisa, que capta a visão do mercado sobre os indicadores econômicos, Boletim Focus, revelou que a expectativa de alta do IPCA em 2023 é agora de 5,71%, ante 5,80% na semana passada.
A atualização ocorreu após dados da semana passada mostrarem que o IPCA-15 aumentou menos que o esperado em maio, 0,51%, com a taxa acumulada em 12 meses caindo para o menor patamar em dois anos e meio, de 4,07%.
No acumulado de 12 meses, o índice marcou 4,07%, abaixo dos 4,16% de 12 meses atrás. A variação negativa veio especialmente pelos transportes, resultado da queda das passagens aéreas (17,26%) e combustíveis (gasolina caiu 0,21%; óleo diesel caiu 2,76% e gás veicular caiu 0,44%).
— Governo do Brasil (@govbr) May 26, 2023
Em 2024, a projeção de alta de valores ficou em 4,13% e, para os próximos dois anos, permanece em 4,0%.
A meta de inflação oficial da instituição para 2023 é de 3,25% e para 2024 e 2025 é de 3,00%, sempre com tolerância de 1,5%, mais ou menos.
A conclusão do IPCA-15 elevou a aposta da expectativa de redução da Selic pelo Banco Central, porém a pesquisa da semana com 100 economistas também mostrou que eles continuam vendo a manutenção da taxa básica de juros no atual patamar de 13,75 % nas reuniões entre junho e agosto.
O primeiro corte está previsto para setembro, de 0,25%, seguido de outras duas reduções de 0,50% nas últimas duas reuniões anuais, sem demais alterações relacionadas ao que estava sendo aguardado na semana passada.
Dessa forma, o Focus indica que não há mudanças na situação da Selic no final deste ano e no próximo, com taxa calculada respectivamente em 12,50% e 10,00%.
Roberto Campos Neto, presidente do BC, avalia que o processo de desinflação no Brasil ainda não terminou e é preciso converter a inflação para a meta.
No PIB (Produto Interno Bruto), a taxa de crescimento em 2023 melhorou 0,06 ponto percentual, atingindo 1,26%, enquanto, em 2024, ficou em 1,30%.
Foto destaque: Notas e moedas do Real. Reprodução/TecBan