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Entenda como o caso Americanas afetou a rede de varejo

Há um ano, a rede varejista decretou um rombo bilionário em seu orçamento que comprometeu a estabilidade da marca; Confira como outras empresas também foram afetadas.

12 Jan 2024 - 14h30 | Atualizado em 12 Jan 2024 - 14h30
Entenda como o caso Americanas afetou a rede de varejo Lorena Bueri

A rede varejista Americanas (AMER3) decretou, no dia 11 de janeiro de 2023, eu havia identificado “inconsistências contábeis” de R$ 20 bilhões relacionados à conta de fornecedores em seus registros financeiros. Na época, a empresa havia acabado de nomear Sergio Rial, ex-presidente do Conselho de Administração do banco Santander Brasil, para a liderança do negócio, após 20 anos sem trocar a gestão. Poucos dias após a divulgação do caso, Rial renunciou ao cargo.

A crise fez com que as ações da rede desvalorizassem 77,3%, algo que correspondia em torno de R$ 8,4 bilhões, em apenas um dia. A Americanas, que luta hoje por sua recuperação judicial, está avaliada em R$ 785 milhões. O rombo acabou sendo maior do que o anunciado, atingindo a marca de R$ 43 bilhões e não tendo afetado apenas a varejista. Todo o setor econômico nacional ficou vulnerável com a quebra da empresa.

Impacto em cadeia 

O Grupo Casas Bahia (BHIA3) e o Magazine Luiza (MGLU3) também foram abalados durante o ano de 2023. As ações das empresas apresentaram uma queda de 81,9% e 24,3%, respectivamente, provocando ao mesmo tempo queda de valor de mercado das marcas para R$ 1 bilhão e R$ 14,3 bilhões.

O professor da FIA Business School, Carlos Honorato, em entrevista para a Forbes, aponta que “não há uma relação direta entre o desempenho ruim das empresas de varejo com o caso das Americanas, já que o setor como um todo passa por desafios e mudanças estruturais”. “Porém, em situações como essa sempre há um ‘contágio sistêmico’, isto é, o risco de que outras empresas estejam fazendo as mesmas práticas ‘pouco ortodoxas’ na contabilidade, o que gera aumento na desconfiança e no risco por consequência.

A analista da Warren Investimentos, Maria Fernanda Quelhas, em entrevista para a Forbes, relata que “com a descoberta da fraude contábil, houve aumento da percepção de risco nos balanços. Isso tornou os bancos mais restritivos na concessão de crédito ao longo de 2023, principalmente, na modalidade de risco sacado, cujo reporte inadequado resultou no rombo. Com a menor exposição dos bancos ao produto, o custo de financiamento aumentou para as varejistas em geral”.

Outros setores do mercado, como o de vestuário, supermercado e farmacêutico, também acabaram afetados. Os que mais apresentaram perdas foram Marisa (AMAR3), Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) e Blau Farmacêutica (BLAU3), com perdas de 52,1%, 43,9% e 38%, respectivamente.


Fachada da Americanas em Telêmaco Borba (Foto: reprodução/Simplus Menegati/Wikimedia Commons)


Recuperação judicial

Atualmente, a Americanas está em busca de recuperação judicial, uma estratégia que já impulsionou algumas empresas mesmo em períodos desafiadores, como a C&A (CEAB3). Honorato argumenta que os juros representam uma das principais questões. Ele destaca que, com um acesso maior ao crédito e prazos de parcelamento mais extensos, o consumo aumenta e o faturamento das lojas se eleva.

No entanto, enfatiza que o setor não deverá retornar ao que era anteriormente, mas sim evoluir para algo novo, que combine uma experiência de compra agradável com a conveniência dos meios online. Ele ressalta a importância da reinvenção interna, pois nenhum setor pode sobreviver dependendo apenas de mudanças externas.

 

Foto destaque: A luta pela recuperção da rede segue avançando (Reprodução/Wikimedia Commons/UOL)

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