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Energia sustentável teve um ano ruim na Bolsa, mas pode se recuperar em 2024

A tecnologia custosa e a taxa de juros altos em território norte-americano são alguns dos principais motivos pela queda no valor das ações, desmotivando investidores

27 Nov 2023 - 18h08 | Atualizado em 27 Nov 2023 - 18h08
Energia sustentável teve um ano ruim na Bolsa, mas pode se recuperar em 2024 Lorena Bueri

A alta considerável do setor tecnológico este ano, em grande parte por conta do boom da inteligência artificial, infelizmente não se repetiu em algumas outras fatias do mercado, como as de empresas focadas em combustíveis de hidrogênio e energia renovável. 

O setor, na verdade, apresentou uma queda de aproximadamente 37% no ano. Essa é uma redução significativa, principalmente em comparação com o retorno de 174% que o setor havia apresentado, no mesmo período de tempo, em 2020. 

Motivo da queda

Em razão de um desejo cada vez maior de se livrar da dependência dos combustíveis fósseis, o governo norte-americano promulgou uma série de reformas como parte do Inflaction Reduction Act (IRA) em 2022, focado principalmente nas mudanças climáticas e na possível diminuição da inflação doméstica dos EUA através da redução de produção de energia. Idealmente, a proposta do governo norte-americano era promover a ideia da energia sustentável, dentre as quais está a energia baseada em hidrogênio.

A invasão da Rússia ao território ucrâniano também foi um fator decisivo por trás dessa decisão, já que o país europeu é um dos grandes fornecedores de petróleo ao mercado global, além de gás natural e carvão. 

Os incentivos do governo acabaram alavancando as empresas que trabalham com energia renovável, mas após o período de “lua de mel”, algumas complicações se tornaram aparentes tanto aos investidores quanto aos empresários. Uma delas é o altíssimo juros dos EUA, que está na casa dos 5,33% por ano, praticamente o dobro da meta estabelecida em 2022.

A energia sustentável pode ser mais adequada ao ambiente e mais saudável como um todo, mas é indiscutivelmente mais cara para ser desenvolvida e aplicada; a alta taxa de juros encarece os projetos, diminuindo a margem de lucro para as empresas interessadas, algo que consequentemente afeta a disposição dos investidores em financiar um projeto de alto risco. 

Além disso, algumas empresas de energia solar foram fortemente afetadas por mudanças na legislação de estados como a Califórnia, que é a área mais propícia para a coleta de energia vinda do Sol em território norte-americano. 

Empresas prejudicadas e o futuro

Uma das empresas mais afetadas por essa queda no mercado é a Bloom Energy, cujas ações sofreram uma queda de 60% desde Janeiro de 2021, onde flutuavam na casa dos US$ 30, para US$ 12 atualmente. Em comparação, o índice de crescimento do S&P 500, que são as quinhentas maiores empresas listadas na bolsa norte-americana, foi de 20% durante o mesmo período. 

Mais especificamente, a Bloom Energy teve uma queda de 23% em 2021, 13% em 2022 e 35% em 2023. Em comparação, as empresas do S&P 500, em média, apresentaram uma alta de 27% em 2021, uma queda de 19% em 2022 e novamente uma alta de 18% em 2023, apontando uma baixa performance da BE em relação ao S&P 500 em 2021 e 2023; evidentemente, o período de alta da empresa foi durante a época de incentivos governamentais ao mercado de energia renovável. 


Comparação dos retornos entre a Bloom Energy e a S&P 500 em 2023 (Foto: reprodução/TREFIS)


Mas nem tudo está perdido, considerando que alguns dos relatórios de ações vindos do setor foram surpreendentemente positivos, apesar da situação. A BE, por exemplo, teve um lucro surpreendente de US$ 400 milhões no terceiro trimestre deste ano, bem acima das expectativas do mercado. E, com o aumento no custo da energia tradicional e a falta de sustentabilidade a longo prazo da energia fóssil, é sensato dizer que os lucros dela e de outras empresas focadas em energia renovável tendem a crescer no futuro. 

A energia baseada em hidrogênio se enquadra nisso, apesar de analistas não acreditarem que ela venha a se tornar tão popular quanto a energia solar ou eólica, mas ainda será um aliado importante na descarbonização do mercado de energia daqui pra frente. O maior empecilho no momento é o custo da tecnologia necessária para utilizar esse método de coleta de energia, que ainda é proibitivamente alto. 

Com futuras inovações, existe a possibilidade da energia de hidrogênio venha a captar uma fatia maior do mercado. 

Foto destaque: Usina de hidrogênio "verde" em funcionamento (Reprodução/Shutterstock/Alexander Kirch/EPBR)

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