Money

E-commerce e comércio tradicional: analistas dizem se vale a pena investir no varejo

Casas Bahia faz acordo e apresenta reperfilamento de R$ 4,1 bilhões em dívidas; mercado tradicional tem problemas ao competir com empresas estrangeiras de e-commerce

06 Mai 2024 - 14h44 | Atualizado em 06 Mai 2024 - 14h44
E-commerce e comércio tradicional: analistas dizem se vale a pena investir no varejo Lorena Bueri

Com um impacto menos grave do que a crise das Lojas Americanas, que surgiu em janeiro de 2023, o pedido de recuperação judicial das Casas Bahia, que foi divulgado no domingo (28), revela que o varejo à nível nacional ainda não chegou a dias tranquilos, no que concerne ao setor econômico. A rede apresentou um reperfilamento de R$ 4,1 bilhões em dívidas, debêntures, onde a maioria estava centralizado no Banco do Brasil e Bradesco. 

Com uma carência de 24 meses para um pagamento de juros, e de 30 meses, para realização da efetuação do pagamento principal e prazo completo de 78 meses, para a dívida de uma maneira utilizando uma espécie de amortização, esse é o acordo para que a Casas Bahia possa reaver sua situação financeira. 

Na segunda-feira (29), o primeiro pregão seguidamente do anúncio da recuperação extrajudicial, houve um aumento de 32,5% nas ações da Casas Bahia. Diante de algumas instabilidades, os papéis continuam subindo e terminando a primeira semana com uma elevação de 46%. 

“Em um primeiro momento, o anúncio é bastante positivo para o investidor”, diz Lucas Lima, analista da casa independente VG Research. Entretanto, vale destacar o risco de grande diluição dos acionistas, visto que a operação contempla a possibilidade de os credores optarem pela conversão da dívida em participações acionárias.


Embed from Getty Images
Imagens de filiais do Bradesco, Banco do Brasil e Ecommerce (Foto: reprodução/Bloomberg/Moment Oscar Wong/Getty Images Embed)


A situação financeira após o acordo extrajudicial

Marcelo Noronha, CEO do Bradesco, na terça-feira (30), falou sobre os resultados da instituição bancária, no primeiro trimestre, mas foi questionado sobre o acordo, sendo que o Bradesco é uns dos credores principais. Discretamente, sem expôr os detalhes da transação por conta do sigilo bancário, Noronha informa que, “nossa exposição a um cliente específico estava provisionada com folga desde o fim de 2023”. Em linguajar mais frio dos banqueiros, Noronha disse nas entrelinhas que o Bradesco, parceiro econômico das Casas Bahia desde 2004, já aguardava uma situação ruim.

O fôlego financeiro se elevou após a decisão tomada pela rede varejista. As questões feitas pelos analistas é será satisfatório. De acordo com Valter Bianchi Filho, diretor de investimentos e sócio fundador da Fundamenta Investimentos, a recuperação extrajudicial, “traz à tona um alerta significativo sobre a intensa pressão competitiva que afeta o setor varejista no Brasil”.

O impacto do e-commerce no comércio tradicional

Bianchi diz que os fatores desfavoráveis perante o setor de vendas, são as grandiosas taxas de juros nos últimos anos, além do declínio da renda financeira e o endividamento dos consumidores, e conta ainda, com a concorrência das plataformas de e-commerce estrangeiras, que levantam ofertas com valores atípicos do que são feitos pelas lojas tradicionais. Empresas como Mercado Livre e Amazon são exemplos destes tipo de empresas estrangeiras. “Também há a questão das compras em sites estrangeiros que chegam ao Brasil com vantagens tributárias significativas”, diz o diretor de investimentos.

Valter destaca que a crise do varejo tradicional é uma tendência global. Plataformas de vendas online obtiveram um grande espaço em relação as lojas físicas e vendem produtos padronizados. “Esse episódio aumenta ainda mais a percepção de risco em relação ao setor varejista, que é um dos maiores empregadores do Brasil, ao lado do setor de construção civil”, explica.

O analista ressalta que empresas do ramo varejista como a Magazine Luiza, foram em busca de uma modernização para que pudessem competir no comércio eletrônico, mesmo que sem atingir a mesma escala de Amazon e Mercado Livre.

“Mesmo assim, Magalu não está imune ao ambiente desafiador para o varejo no Brasil. As perspectivas da empresa estão fortemente ligadas ao rumo das taxas de juros no Brasil, as quais estão intimamente relacionadas à situação fiscal do país e à recuperação do poder de compra real da população”, afirma.

Foto destaque: Casas Bahia no Rio de Janeiro (Reprodução: Nadia Sussman/Bloomberg/Getty Images Embed)

Lorena Bueri CEO, Lorena Bueri, madrinha perola negra lorena bueri, lorena power couple, lorena bueri paparazzi, Lorena R7, Lorena Bueri Revista Sexy, Lorena A Fazenda, Lorena afazenda, lorena bueri sensual, lorena gata do paulistão, lorena bueri gata do paulistão, lorena sexy, diego cristo, diego a fazenda, diego cristo afazendo