O dólar fechou a R$ 4,9435 na venda no início desta semana. A queda foi de 1,47%, esse é a maior queda desde junho de 2021, quando a moeda norte-americana chegou a R$ 4,9431, sendo também a primeira vez que fica abaixo de R$ 5 desde o dia 30 de junho de 2021. De acordo com Fernando Bergallo que é diretor de operações da assessoria e câmbio FB Capital, o declínio do dólar para um valor inferior a R$ 5 seria “reflexo de sequências (de desvalorização) das últimas semanas; o dólar está num nítido caminho para baixo”.
O dólar perdeu mais de 11% no acumulado deste ano contra a moeda brasileira, visto que, fechou em baixa em nove das onze semanas completas do ano até o momento. A situação provocou uma melhor performance global para a divisa doméstica nesse momento. “Abertura do diferencial de juros (entre Brasil e Estados Unidos) é sem dúvida nenhuma o fator preponderante” na baixa do dólar durante este começo de ano. “Não há argumento contrário que faça frente a uma Selic perto de 12%.”, afirma Bergallo, referindo-se a estratégias de carry trade, que visam lucrar com a com a aquisição de divisas que propõe retornos elevados.
Dólar (Foto: Reprodução/Correio Braziliense)
Diante da progressiva alta da taxa Selic, no decorrer do último ano, a atual porcentagem de 11,75%, tem atraído investidores de fora, devido ao rendimento disponibilizado pelo real. Esperasse que os juros básicos aumentem ainda mais, já que de acordo com pesquisas a projeção de economistas é que a Selic chegue a 13% ao final de 2022. “Na hora que você olha o cenário geopolítico, acho que o Brasil se credenciou numa posição privilegiada para hoje receber investimento externo”, pontua Bergallo.
Bergallo acredita que nem o burburinho político doméstico, que virá com as próximas eleições para presidência, poderá afligir de forma completa a atração da divisa brasileira, visto que o juro será predominante nesse diagnóstico.
Foto Destaque: Dólar em queda. Reprodução/Divulgação