Diesel russo a preço baixo é circunstancial, segundo o diretor da Petrobras
A Rússia está exportando o combustível com desconto em relação a outros países por conta das sanções dos países do G7 ao produtos produzidos pelo país em razão da guerra da Ucrânia.

Apesar do aspecto positivo apresentado pela entrada do diesel russo com preços relativamente menores do que o mercado está acostumado, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, enxerga o ocorrido sob outra perspectiva. Segundo ele, trata-se de algo circunstancial e que não pode ser considerado como uma solução a longo prazo. A petroleira, portanto, ainda está empregando suas refinarias ao máximo de desempenho para atender o consumo crescente.
A taxa de importação de diesel tornou a crescer no Brasil em junho em relação ao resto do ano, em grande parte motivada pelo petróleo vendido a preços mais baixos vindo da Rússia, cuja participação no total descarregado em portos brasileiros durante o mês passado atingiu uma alta histórica de 64,1%, de acordo com estudo feito pela agência Argus e divulgado pela Reuters.
Aumento na taxa de importação de diesel no Brasil
“O diesel russo está entrando no país e compra quem quiser. Se está barato, certamente é bom para o Brasil”, afirmou Prates durante entrevista à Reuters na segunda-feira desta semana (17). Mas ele também reiterou que o preço abaixo do esperado é circunstancial e, portanto, não é aconselhável para a Petrobras diminuir o ritmo da extração petrolífera, já que não é algo sustentável.
Jean Paul Prates, que recentemente assumiu a presidência interina da Petrobras num mandato de dois anos (Foto: Reprodução/Agência Brasil)
Apesar disso, vimos um aumento de 12,5% na importação de diesel no Brasil, atingindo o impressionante valor de 1,08 bilhões de litros trazidos aos país, apesar da baixa apresentada nos meses de abril e maio.
O motivo por trás na baixa dos preços
A Rússia está exportando o combustível com desconto em relação a outros países por conta das sanções dos países do G7 ao produtos produzidos pelo país em razão da guerra da Ucrânia. Essas limitações forçaram o governo russo a buscar uma diversificação nos compradores de suas exportações.
Nesse cenário de baixa, Prates afirmou que a Petrobras está tendo um bom resultado com o uso máximo de suas refinarias. Desde o início do segundo semestre deste ano, a petroleira aumentou o fator de utilização de suas refinarias em 93%, registrando uma alta histórica desde o mesmo período em 2015, de acordo com os dados divulgados pela própria empresa anteriormente.
Esse aumento da produção da Petrobras veio em boa hora, já que a demanda por combustíveis só cresce no Brasil. A gasolina, por exemplo, teve um aumento em utilização de 16,3% entre janeiro e maio, enquanto o óleo diesel registou um aumento de 1,4% durante os cinco primeiros meses de 2023.
Foto destaque: Fachada da Petrobras na Avenida Chile, no Rio de Janeiro. Reprodução/Divulgação/Petrobras