A Casas Bahia, uma das maiores redes varejistas do Brasil, anunciou no domingo (28) um acordo pré-acordado com seus principais credores para uma recuperação extrajudicial de suas dívidas, que totalizam impressionantes R$ 4,1 bilhões. O acordo, que já conta com o consentimento dos credores detentores de 54,5% dos débitos, visa reestruturar a situação financeira da empresa e garantir sua sustentabilidade a longo prazo.
De acordo com os termos do acordo, as dívidas renegociadas incluem as séries 6ª, 7ª, 8ª e 9ª de debêntures, que anteriormente tinham um custo médio de CDI + 2,7% e um prazo de 22 meses. Agora, com a renegociação, o custo foi reduzido para CDI + 1,2%, com um prazo estendido para 72 meses. Essa medida visa aliviar a pressão financeira da empresa, permitindo um fluxo de caixa mais estável nos próximos anos.
Em declarações recentes, o CEO da Casas Bahia, Renato Franklin, abordou as preocupações sobre os pagamentos de juros recorrentes, destacando os números significativos envolvidos. Segundo ele, a empresa teve desembolsos de R$ 1,5 bilhão este ano e prevê cerca de R$ 1 bilhão nos próximos anos. O CEO enfatizou a necessidade de uma abordagem diferente, afirmando que a atual situação não é sustentável, ele enfatizou que, ao reduzir esses pagamentos, a empresa ganha flexibilidade financeira e pode estar melhor preparada para enfrentar volatilidades no mercado, além de capitalizar oportunidades emergentes. Essa mudança estratégica visa fortalecer a posição da empresa e maximizar o potencial de crescimento no futuro.
Empresa renegocia dívidas com melhores condições financeiras (Foto: reprodução/Divulgação/Pixabay/Stevepb)
Acordo com credores
Além disso, como parte do acordo, os principais bancos credores terão a oportunidade de converter 63% dos valores devidos em ações da varejista, o que fortalece ainda mais a parceria entre a empresa e seus credores estratégicos. O perímetro da operação é restrito e inclui apenas dívidas financeiras sem garantias, como debêntures e CCBs emitidas junto aos bancos. O Bradesco e o Banco do Brasil, que possuem uma fatia significativa dessas dívidas, representando 54,5% do total das emissões contempladas no plano, serão partes fundamentais no processo de reestruturação.
Juros e amortização
O acordo prevê uma carência de 24 meses para pagamentos de juros e 30 meses para pagamento do principal, proporcionando um alívio financeiro essencial para a Casas Bahia.
Em resumo, essa iniciativa visa fortalecer a posição financeira da Casas Bahia, garantindo sua estabilidade e preparando-a para enfrentar os desafios futuros do mercado varejista, incluindo a tão esperada Black Friday.
Foto Destaque: Loja da Casas Bahia (Reprodução/Divulgação/Casas Bahia)