Durante a COP28, realizada de 30 de novembro até terça-feira (12) em Dubai, nos Emirados Árabes, quase 200 países concordaram em intensificar esforços para a transição dos combustíveis fósseis e alcançar a neutralidade de carbono até 2050, em acordo climático histórico. Autoridades criticaram a falta de metas explícitas para eliminação de combustíveis fósseis e os desafios orçamentários do acordo.
Conferência do clima aconteceu em Dubai e terminou na última terça-feira, 12 (Foto: reprodução/X/@TheElders)
Texto final de acordo da COP28 não define eliminação de combustíveis fósseis
O acordo firmado em 12 de dezembro na COP28 estabeleceu o objetivo de triplicar a capacidade de energia renovável e dobrar a eficiência energética até 2030. Esses avanços são cruciais para atingir a meta de neutralidade de carbono até 2050, reconhecendo a urgência de reduzir significativamente os riscos e impactos das mudanças climáticas. Apesar do progresso, o texto final não pediu explicitamente a eliminação progressiva do uso de petróleo e gás, devido à oposição da Arábia Saudita e outros países da OPEP, ponto criticado pelo Secretário-Geral da ONU Antonio Guterres e pela AOSIS (Aliança dos Pequenos Estados Insulares).
Secretário do clima da ONU admite desafios orçamentários e necessidade de compromissos das nações
O Secretário da Convenção sobre Mudança do Clima da ONU (UNFCCC), Simon Stiell, reconheceu o desafio orçamentário enfrentado pela UN Climate Change, entidade das Nações Unidas responsável por coordenar a resposta global às mudanças climáticas. Stiell também enfatizou a necessidade de “colocar o Acordo de Paris [adotado em 2015 por 196 países] em pleno funcionamento” e destacou a relevância das Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), compromissos específicos feitos por cada país para reduzir suas emissões de gases de efeito estufa e adaptar-se às mudanças climáticas. “No início de 2025, os países devem entregar novas NDCs. Cada compromisso — seja sobre financiamento, adaptação ou mitigação — deve nos alinhar com um mundo de 1,5 grau [máximo de aumento da temperatura global acima dos níveis pré-industriais]”.
Países em desenvolvimento precisam de financiamento para ações climáticas
Conforme o relatório oficial da COP28, os países em desenvolvimento enfrentam uma demanda de financiamento estimada entre US$ 5,8 e 5,9 trilhões para ações climáticas, e precisarão de US$ 215 a 387 bilhões anualmente para adaptação climática até 2030. Em um desenvolvimento positivo, o relatório aponta que o financiamento climático providenciado por nações desenvolvidas atingiu um total de US$ 89,6 bilhões em 2021, com um aumento significativo em comparação aos anos anteriores.
Foto Destaque: O secretário da ONU Simon Stiell, o presidente da COP28 Ahmed Al Jaber e outras autoridades na conferência (Reprodução/X/@AlexSteffen)