O Brasil registrou uma taxa de desocupação de 7,5% no trimestre encerrado em abril, segundo dados do IBGE divulgados nesta quarta-feira (29). O resultado, abaixo do esperado, representa o menor nível de desocupação para o período em 10 anos, sinalizando um mercado de trabalho em franca recuperação.
Resultados animadores
A desocupação caiu devido a uma combinação de fatores, incluindo a retomada da atividade econômica em vários setores, medidas de política públicas para estimular postos de trabalho e um aumento da confiança do consumidor.
O setor de serviços, o qual é o mais importante da economia brasileira, liderou a queda do desemprego em áreas como saúde, educação e tecnologia. A indústria viu uma ligeira recuperação de sua atividade, especialmente nos setores automotivo e de construção civil, enquanto o setor agropecuário se manteve estável, com uma ligeira menor taxa de desemprego.
A região sul se manteve com a menor taxa de desocupação do país, seguida pelo sudeste. O nordeste, apesar de permanecer como a região com a maior taxa de desocupação, teve queda gradual no desemprego.
Nos primeiros meses de 2024, o rendimento médio real dos trabalhadores ocupados foi de R$ 3.151,00, uma alta 0,8% em relação ao trimestre anterior e 4,7% ao mesmo período de 2023.
De forma geral, especialistas apontam que os resultados promissores devem seguir nos próximos meses, mantendo o mercado nacional aquecido.
Taxa média de desocupação no Brasil nos últimos 10 anos (Foto: Reprodução/PNAD Contínua IBGE)
Desafios do mercado brasileiro
Contudo, embora tenha havido progressos relevantes, existem desafios persistentes. Boa parte dos trabalhadores ainda se encontra na informalidade, que afeta cerca de 40% dos trabalhadores brasileiros.
Além disso, a desigualdade salarial continua alta, pois mulheres e negros ganham, em média, menores salários que homens brancos. A desqualificação de grande parte da mão de obra, especialmente jovens com baixa escolaridade, também é um obstáculo.
Para reduzir o índice de informalidade, diminuir a desigualdade e qualificar a mão de obra, cabe ao governo a implementação de medidas para enfrentar essa realidade. Além disso, o setor privado necessita investir na ampliação de postos de trabalho, capacitação profissional e valorização dos seus trabalhadores.
Foto Destaque: registro da Carteira de trabalho física (Reprodução/Marcello Casal Jr/Agência Brasil)