Em 2023, segundo a Balança Comercial, o Brasil atingiu a marca de US$ 339,7 bilhões em exportações, impulsionado em grande parte pelo grande interesse chinês por commodities. No ano passado, o governo contou com a crescente dependência do país asiático, que absorveu 30,7% das exportações brasileiras.
Aliança entre Brasil e China
Essa associação entre China e Brasil ressurgiu após a interrupção causada pela rígida política de "covid zero" do país oriental. A nação sul-americana tornou-se ainda mais vinculada à economia chinesa quando se incluem os mercados do sudeste asiático influenciados por Pequim, elevando o percentual total para 37,9%.
Apesar das projeções otimistas para as exportações em 2024, a desaceleração econômica chinesa e a possível reversão do ciclo favorável das commodities ainda não representam ameaças. No entanto, o problema surge na falta de diversidade entre as nações amigas do Brasil - em relação às exportações. A dependência excessiva de um único país e de produtos primários pode se tornar problemática no médio e longo prazo.
Exportações recorde (Foto: divulgação / site / IBL)
A necessidade de diversificação brasileira nas exportações
Enquanto o Brasil comemora recordes, a falta de variantes na pauta de exportações é evidente. Nos últimos 20 anos, a indústria extrativa e a agropecuária expandiram em direção à China, enquanto a indústria de transformação perdeu espaço para a concorrência chinesa em mercados vizinhos. Soja, minério de ferro e petróleo agora representam conjuntamente 37,2% das exportações, em comparação com 10% há 18 anos.
Os produtos manufaturados, por outro lado, enfrentam dificuldades, respondendo por apenas 52,2% das exportações em 2023. A falta de competitividade, agravada pelas crises na Argentina, contribuiu para esse declínio.
Para reverter essa tendência, uma das possibilidades torna-se a reforma tributária, especialmente a implementação do Imposto sobre Valor Agregado (IVA). A expectativa é que isso reduza o "custo Brasil" e impulsione as exportações de produtos manufaturados, proporcionando uma maior diversificação e resistência à volatilidade do mercado internacional.
Foto destaque: Lula e Xi Jinping, China (divulgação / Ken Ishii / AFP)