A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) se reuniu com o Ministro da Fazenda Fernando Haddad e propôs a suspensão temporária do Pix em apostas online. A reunião aconteceu nesta quarta-feira (2), e reflete o período turbulento para as casas de apostas. Com a regulamentação aprovada no fim de 2023, diversos sites que não estejam de acordo com a lei deverão ser banidos do país já na próxima semana.
A preocupação do governo envolve o uso dos recursos de programas assistencialistas em casinos. Só em agosto, R$ 3 bilhões de beneficiários do Bolsa Família foram transferidos para os sites de apostas por meio do Pix.
Justificativa da Febraban
Com o Pix sendo o principal método de transferência monetária do país, uma possível suspensão para sua utilização em apostas visa diminuir o impacto negativo proporcionado pelas bets. A questão já é vista como um problema de saúde pública pelo governo. Isaac Sidney, presidente da Febraban, comentou o pedido ao governo (via G1):
"Nós temos defendido que os meios instantâneos de pagamento, há exemplo do PIX, mas não são só esses, os meios instantâneos de transferências possam temporariamente ficar suspensos para o pagamento de apostas... Também estamos cogitando propor ao governo a criação de uma força-tarefa multigovernamental, multissetorial, para aprofundar os impactos da atividade de bets no Brasil".
Apostas online ganharam popularidade no Brasil nos últimos anos (Foto: reprodução/eGamingImagery/Pixabay)
Boom das apostas
O setor de apostas cresceu rapidamente no Brasil. A categoria subiu 721% desde 2021. De acordo com dados da SimilarWeb, é o país com o maior número de acessos no mundo em sites de apostas esportivas. Dessa forma, o Brasil enfrenta uma "epidemia" de apostas, algo que o governa busca maneiras de coibir. A regulamentação aprovada no ano passado foi o primeiro passo, ainda que o setor seja legalizado desde 2018. O Banco Central e o Senado realizaram um estudo e constaram que alguns cidadãos gastam mais do que possuem com apostas.
Foto Destaque: bloqueio do Pix para apostas é reflexo de "epidemia das bets" (Reprodução/Mariakray/Pixabay)