Mohamed Mansour é o bilionário egípcio que nasceu na riqueza, perdeu tudo ao longo de sua vida e conseguiu reconquistar o patrimônio depois. A crise que o fez perder seus bens ocorreu há cinquenta e oito anos atrás, o que fez com que o bilionário aprendesse muitas coisas em sua vida. À Forbes, Mansour listou sete aprendizados que teve com seus altos e baixos.
A história de Mohamed Mansour
Na cidade do Cairo, Egito, Mohamed Mansour nasceu em berço de ouro, membro de uma família aristocrática e abastada. Contudo, sua vida tomaria um rumo inesperado quando, aos 18 anos, ele embarcou em uma jornada educacional nos Estados Unidos, matriculando-se na renomada Universidade Estadual da Carolina do Norte. Enquanto ele buscava conhecimento, os eventos políticos na terra natal desencadearam uma série de desafios.
O presidente do Egito na época, Gamal Abdel Nasser, tomou a decisão de confiscar a fortuna da família Mansour e nacionalizar sua empresa de algodão. Essa mudança obrigou o jovem Mohamed a enfrentar tempos difíceis. Durante seis meses, ele sobreviveu com uma dieta limitada de pão e ovos, até encontrar uma oportunidade em um restaurante local que lhe proporcionou os meios para se sustentar enquanto continuava seus estudos universitários.
Pouco após concluir sua graduação, com 20 anos, Mansour lutou contra o câncer nos rins. Era raro que os pacientes acometidos pela doença sobrevivessem naquela época, porém a retirada do órgão e a radioterapia salvaram a vida de Mohamed Mansour, que na época era ex-bilionário.
A reconstrução da fortuna da família Mansour ocorreu por meio dos setores de exportação de algodão e automotivo. Com 28 anos, Mohamed assumiu a administração de uma distribuidora afiliada de automóveis após o falecimento de seu pai em 1976.
O Grupo Mansour transformou-se em um gigante multibilionário, liderado por Mohamed Mansour, que se tornou o presidente. Firmaram contratos lucrativos com a General Motors, estabelecendo-se como um dos maiores distribuidores da montadora em escala global, e também adentraram o mercado de fabricação de equipamentos de construção em parceria com a Caterpillar.
Anos mais tarde, o bilionário se mudou para o Reino Unido, onde fundou a Man Capital, uma empresa de private equity que hoje representa um terço de sua fortuna avaliada em US$ 3,3 bilhões. Seus irmãos, Youssef e Yasseen, comandam diferentes partes do conglomerado familiar e também são bilionários, com fortunas avaliadas em US$ 1,3 bilhão e US$ 1,2 bilhão, respectivamente.
Mohamed Mansour assumiu o comando do grupo da família aos 28 anos (Foto: reprodução/Grupo Mansour/Facebook)
Sete lições
À Forbes, Mohamed Mansour listou sete lições que aprendeu com as reviravoltas da vida. A primeira delas, o bilionário diz que “minimizava” suas promessas. “Se eu soubesse que faria 100 carros, diria 50”, afirma como forma de enfatizar que se deve entregar mais do que foi prometido. Outra lição diz respeito a enxergar as lacunas no mercado. “Ninguém conseguia falar a língua ou entender a maneira americana de fazer negócios, exceto nossa família na época”, declara.
O bilionário também diz que senta no centro da mesa. “Quando estou na sala de reuniões, não me sento na ponta da mesa [...] A cabeceira está vazia”, relata. “Eu sou mais um pensador. Não falo muito.” Outra lição de vida que Mohamed Mansour trouxe é a respeito da visão de mundo do indivíduo. “Eu nunca vivo à sombra de mim mesmo. É uma expressão que eu uso.” Além disso, a relação de amizade entre os funcionários deve ocorrer apenas fora do trabalho, uma vez que estabelecer limites foi fundamental para o egípcio.
Mohamed Mansour alerta para os fatores macroeconômicos, sendo algo que foi errôneo em anos anteriores em que o bilionário era menos experiente. Por fim, o empresário relata que a adversidade deve ser empregada a favor próprio, como forma de converter crise em lucro.
Foto destaque: Mohamed Mansour tira sete lições após uma vida de reviravoltas (Reprodução/Bloomberg/Getty Images/The New Arab)
