Após o Brasil estreitar a relação comercial com a China, vemos nossos vizinhos também recorrendo aos chineses. A Argentina vem deixando o dólar de lado e buscando alternativas, o que levou o país ao encontro do yuan - a moeda chinesa.
A moeda americana vem criando um império desde, principalmente, o século XX, tornando-se a principal moeda para transações internacionais. Porém, esse domínio vem sendo abalado com países buscando meios de deixar esse monopólio do dólar, o que vem irritando os americanos, principalmente se os países são da América Latina, como a Argentina.
Ainda assim, essa busca por opções não foi exatamente uma escolha dos hermanos. Desde 2016, a Argentina está tendo que lidar com níveis muito baixos em suas reservas internacionais, o que levou a uma escassez advinda de uma forte seca que assolou o país no começo do ano.
Devido a um acordo bilateral de swap cambial entre as duas nações, assinado antes da pandemia, em 2019, essa “substituição” pelo yuan foi possibilitada. Recentemente, essa mudança levou a Argentina a usar uma linha cambial de US$ 18 bilhões, impulsionando as transações em moeda chinesa, que chegou a US$ 286 milhões, o dobro do volume do mês passado - e isso só nos primeiros 10 dias desse mês. Tamanho aumento já era esperado pelos especialistas argentinos.
BRCA está bem envolvido nesse aumento do uso da moeda chinesa (Foto: Reprodução/Seu Dinheiro)
No mesmo período, o uso diário do yuan foi de 5%, em maio, para 28%. Fora que mais de 500 empresas presentes no país estão demonstrando interesse no uso da moeda chinesa, uma delas sendo a gigante norte-americana Whirlpool. O próprio Banco Central do país, o BRCA, está estimulando o uso do yuan para as trocas internacionais.
A própria autoridade divulga relatórios diários das reservas internacionais. Desde o começo do ano, essas reservas, em dólar, caíram 29,12%. O BC argentino também contatou empresas e especialistas para mostrar a essas entidades os benefícios do uso da moeda chinesa.
Foto Destaque: Cédulas de dólar yuan. Reprodução/UOL Economia