A marca de luxo britânica Burberry, uma das mais famosas do mundo, enfrenta uma situação financeira delicada desde 2017. Na tentativa de se estabelecer como o nome ligado ao mais extremo luxo no mundo da moda, a empresa presenciou o efeito oposto, especialmente no pós-pandemia.
Visando uma reestruturação, não só econômica, mas também administrativa, a empresa anunciou um corte de 20% de sua capacidade total de atuação — por volta de 1.700 postos de trabalho — pelos próximos dois anos. Segundo levantamento feito pela companhia, a economia pode chegar a £ 60 milhões até 2027. Somente este anúncio foi suficiente para que as ações da empresa saltassem 18%.
CEO com experiência
Desde 2024, a empresa é liderada pelo americano Joshua Schulman, de 52 anos. O diretor-executivo possui vasta experiência em “levantar” marcas de luxo. Entre 2021-2022, Joshua ocupou o cargo de CEO da Michael Kors, cujo carro-chefe da marca são as bolsas de alto padrão.
Ele também ocupou o mesmo posto em outra empresa de alto luco, a Jimmy Choo. Além disso, foi vice-presidente de vendas da Yves Saint-Lorent e diretor na Gucci.
Joshua Schulman, CEO da Burberry (Foto: reprodução/Instagram/@misstweedofficial)
Estratégias na Burberry
Ao concentrar o foco da Burberry no comércio de trench coats — uma espécie de casaco que atua como capa de chuva — e no invertimento em cachecóis, Joshua conseguiu levantar o faturamento da empresa. Através da divulgação dos produtos da coleção de inverno 2025 no desfile de moda ocorrido no museu Tate Britain, em Londres, a resposta dos varejistas para o mercado foi positiva.
A mudança de estratégia com a marca rendeu frutos. A expectativa de lucro dos analistas, que chegava na casa dos 11%, surpreendeu a todos, chagando em £ 26 milhões (equivalente a US$ 34 milhões).
Divulgação da nova coleção de lenços da marca (Foto: reprodução/Instagram/@burberry)
Público-alvo
O objetivo de Joshua é que o público norte-americano, seu principal consumidor, volte a adquirir os produtos da marca. O CEO da Burberry possui motivos para se preocupar: somente a fatia de mercado pertencente aos Estados Unidos corresponde a 19%.
Além do momento pós-pandêmico, que fez com que todo o mundo restringisse seu poder de compra para consumo de produtos essenciais, as novas tarifas impostas recentemente pelo presidente Donald Trump também ocasionam perda de mercado.
E as recentes trocas de farpas entre Estados Unidos e China no que tange às tarifas também prejudicam a Burberry. Isso porque o país asiático é responsável por cerca de 22% da receita da marca.
Foto destaque: vitrine da loja de luxo Burberry em Londres (Reprodução/John Keeble/Getty Images Embed)