Nesta terça-feira (29) a agência de viagens 123milhas entrou com um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte. No pedido, constam ainda as outras duas empresas ligadas à agência: Art Viagens, que auxiliava na emissão de passagens e a Novum, uma holding que detém 100% do capital da agência.
Ainda na solicitação, a empresa pediu pela suspensão das ações judiciais de cobranças movidas por vários passageiros lesados, por 180 dias e informou uma dívida de aproximadamente R$2,31 bilhões.
Por meio de um comunicado à imprensa, a organização informou:
“A 123milhas informa que protocolou hoje (29) no Tribunal de Justiça de Minas Gerais um pedido de Recuperação Judicial. A medida tem como objetivo assegurar o cumprimento dos compromissos assumidos com clientes, ex-colaboradores e fornecedores. A Recuperação Judicial permitirá concentrar em um só juízo todos os valores devidos. A empresa avalia que, desta forma, chegará mais rápido a soluções com todos os credores para, progressivamente, reequilibrar sua situação financeira.”
123milhas solicita recuperação judicial (Foto: reprodução/Danilo Verpa/Uol)
Sobre o processo de recuperação judicial
A recuperação judicial é um procedimento que tem como finalidade evitar que uma empresa, em dificuldade financeira, entre em falência. A empresa que o solicita consegue um prazo de 180 dias para continuar atuando enquanto negocia com os credores, sob mediação judicial. Esse processo visa proteger funcionários, fornecedores, prestadores de serviços, clientes e todos que possuem algum vínculo com a companhia.
Vale lembrar que a empresa precisa apresentar um plano de reestruturação, com aprovação dos seus credores.
A recuperação judicial busca evitar que a empresa entre em falência (Foto: reprodução/Exame)
O início da crise da 123milhas
A crise chegou ao conhecimento do público no dia 18 de agosto, quando a agência de viagens acabou por suspender a emissão de passagens e pacotes da linha promocional (com datas flexíveis) dos passageiros que já haviam embarques programados entre setembro e dezembro de 2023.
Na ocasião, a 123 milhas afirmou que a suspensão nesses casos não afetaria outros produtos oferecidos. Ainda segundo a companhia, os valores pagos pelos clientes que contrataram os produtos da linha PROMO, receberiam os valores de forma integral mediante a vouchers, correção monetária de 150% do CDI e que ainda poderiam usá-los para compra de outros produtos da empresa.
Foto destaque: 123 milhas solicita recuperação judicial. Reprodução/Luis Lima JR/CNN Brasil