Na noite do útimo sábado (21), a cidade de Nova Iguaçu, teve a décima edição do maior evento universitário da baixada fluminense. Idealizado com o intuito de trazer mais cultura, integração e entretenimento para a baixada, a produção vem agregando cada vez mais atrações para o festival.
Apresentações no evento
O evento que acontece desde 2018, e tem duas edições anuais, esse ano contou com uma de suas mais estreladas line-ups, com nomes como: O DJ FP DO TREM BALA, que trouxe ao show uma setlist com os seus maiores sucessos, além de várias novas músicas de seu último disco. Ele cantou, dançou e tocou até o dia clarear. Seguindo essa pegada do funk, o evento também teve a apresentação de Yuri Hawaiano (Os HAWAIANOS), com um de seus primeiros shows em carreira solo; Yuri se separou da banda ainda este ano. Ainda assim, não deixou de trazer os sucessos de seu ex-grupo, com os típicos dançarinos e os maiores hits de sua época na “Furacão 2000”, o então, artista solo, levou o público presente à loucura com sua apresentação nostálgica. O público ainda teve a apresentação da super empoderada DJ JANAYARA, do DJ Davi da Baixada, entre outros nomes emergentes no mundo do funk.
Exclusiva com a DJ JANAYARA
Em entrevista exclusiva concedida ao portal lorena.r7, a DJ Janayara falou um pouco sobre como vem sendo a sua experiência nos palcos fora do Rio de Janeiro, sobre representatividade, preconceito e planos para o futuro.
“Então, eu já toquei em São Paulo uma vez, foi a minha segunda turnê na verdade. É sempre maravilhoso tocar em São Paulo, a galera tem uma energia incrível, eu fiz meu baile lá também, que é o meu projeto, e foi incrível, eu amo SP, amo”
Questionada sobre a diferença no tipo de funk entre o Rio e SP, e como funciona a adesão ao ritmo em cada um deles, ela afirmou que apesar de suas diferenças, o funk é bem-vindo em ambos os estados.
“São energias bem diferentes, o funk é bem diferente, basicamente o funk de lá (SP) é diferente daqui (RJ), então a gente tem que dar uma misturada, porque a galera lá, gosta mais do funk paulista... com certeza! A adesão é a mesma, a gente acaba misturando e fica muito legal. Todo mundo dança e se joga também”
Perguntada sobre os desafios em ingressar no gênero sendo mulher, Janayra foi enfática em dizer que o preconceito ainda existe, mas que fazer um bom trabalho tem sido sua forma de lidar diariamente com ele.
“Então, eu já toco a seis anos, e para a gente que é mulher, é tudo muito difícil, e tem muito preconceito, então enfrento essa quebra de preconceito todos os dias. Eu já cheguei em lugares onde as pessoas me olharam torto, com um line só de homens, e eu chegar lá e arrassar. É mandar um cala boca e fazer o nosso trabalho, porque graças a Deus o mercado hoje em dia tem muita mulher dominando. Mas infelizmente ainda rola muito preconceito sim”
Sobre novos projetos, a DJ afirmou que pretende expandir seus horizontes e crescer na área musical como um todo.
“Então, ano que vem eu quero continuar a crescer o projeto do baile da Janayara, quero estudar mais, quero fazer produção musical, quero crescer o meu trabalho né? A gente tem que estudar sempre, basicamente é isso, focar no meu projeto e crescer mais e mais”.
Idealização e infraestrutura do evento
A ideia dos organizadores é a de que o evento continue crescendo e traga cada vez mais olhares para a cidade, uma vez que há uma precarização muito grande em eventos culturais no município. Vale citar que, a produção do projeto é totalmente independente e não utiliza de nenhum recurso, ou apoio da prefeitura local.
Como uma de suas maiores edições, a produção confirmou que o público passou a marca de duas mil pessoas, e que parte das vendas dos ingressos seria revertida para doações em projetos sociais da cidade.
Foto destaque: FP do Trem Bala e os Hawaianos (Reprodução: Instagram/@yurihawaiano/@fpdotrembala)