Um conto de fadas que bebe na fonte de Jane Austen, mas tem o carisma e a metalinguística totalmente brasileiros. Este é “Perdida”, nova adaptação literária baseada no best-seller homônimo de Carina Rissi. Protagonizado por Giovanna Grigio, que vive Sofia Alonzo, e Bruno Montaleone, intérprete de Ian Clarke; e produzido pela Star Distribution, do grupo Disney, o filme estreia em circuito nacional amanhã (13).
Diferente de qualquer outra obra audiovisual brasileira, “Perdida” transporta o público direto ao século XIX e marca uma introdução importante do Brasil no gênero da fantasia romântica. Em entrevista exclusiva ao Lorena.R7, os atores Giovanna Grigio e Bruno Montaleone contaram um pouco da experiência imersiva que foi gravar o longa, seus desafios, a expectativa para o lançamento oficial nos cinemas e muito mais.
“A gente cresceu assistindo romance, assistindo fantasia, a gente gosta! Então acho que faz todo sentido nós produzirmos as nossas próprias histórias.” -Giovanna Grigio
“Me faz pensar que se pode abrir um bom caminho em mais histórias lúdicas sendo contadas com a nossa cara, já pensou que maneiro…” -Bruno Montaleone
Assista ao trailer de "Perdida" (Reprodução/YouTube/Star Distribution)
Confira a entrevista na íntegra abaixo:
Giovanna, “Perdida” é uma obra singular, de um gênero pouco explorado no cinema brasileiro. O que significa para você, enquanto atriz, ser protagonista de um filme tão único?
“Nossa, pra mim parece um sonho poder protagonizar ‘Perdida’! É um sonho mesmo, porque eu sou uma grande consumidora de filmes de fantasia, eu gosto de assistir. Eu gosto de obras de época. Eu sempre assisti a essas produções gringas pensando que eu queria fazer isso mas sentindo a limitação de não poder, pelo fato de eu ser estrangeira, mesmo. Parando para pensar, eu vou para Londres fazer ‘Pride and Prejudice’? Como que eu vou fazer isso, sabe? Eu sou brasileira (risos)!
E poder trazer esse gênero que é tão legal, que eu amo muito, pro Brasil e eu estar fazendo parte dessa história…eu fico muito contente, de verdade! Eu realmente espero que esse seja um passo para que venham outras produções do gênero, porque eu acho que o romance, a fantasia, é um gênero que toca as pessoas. A gente cresceu assistindo romance, assistindo fantasia, a gente gosta! Então acho que faz todo sentido nós produzirmos as nossas próprias histórias.”
Bruno, Ian é um personagem marcante por características psicológicas como o cavalheirismo, e falas como a célebre: “Terei imenso prazer em lhe ser útil”. Quais foram os maiores desafios em vivê-lo?
“Certamente trazer a essência do Ian que fica presa no imaginário de todas as leitoras e leitores. Acredito que, por mais que cada um tenha sua própria visão, todas elas se encontram na essência do que Ian é. E conseguir alcançar esse lugar era o que me interessava.”
Bruno Montaleone e Giovanna Grigio como Ian Clarke e Sofia Alonzo (Foto: reprodução/Star Distribution)
Giovanna, Sofia Alonzo é a personificação da geração Z, da qual você também faz parte. Como foi a experiência de ser transportada direto ao século XIX, em que “Perdida” imerge o espectador?
“Foi uma farra! Uma bagunça, uma delícia! Uma das características da Sofia que eu acho muito interessante é que ela não se disfarça. Quando ela vai para esse século XIX ficcional, ‘Jane Austeano’, ela não finge ser um deles, ela continua sendo ela mesma. Maluca do jeito que ela é, falante do jeito que ela é. Ela é um evento, um alien naquela sociedade (risos). Então, foi muito gostoso poder brincar de ser ‘agente do caos’ dessa história. E eu estava rodeada de colegas maravilhosos, que são atores incríveis, era uma troca absurda, então, poder estar em cena com eles e me divertir enquanto estou trabalhando, é bom demais!”
Bruno, durante a pré-estreia de “Perdida”, em São Paulo, você se emocionou. O que se passou na sua mente e coração naquele momento?
“Putz todo mundo viu (risos) . Eu não esperava tudo aquilo, essa minha semana foi uma loucura de trabalho e, chegar no cinema lotado, dar de cara com uma imagem minha e da Gi tão grande, foi como se a ficha caísse toda de uma vez, eu simplesmente não conseguia parar de chorar hahaha isso nunca tinha acontecido comigo.”
Bruno Montaleone e Giovanna Grigio na première de "Perdida", em São Paulo (Foto: Leo Franco/AgNews)
Falta muito pouco para a estreia oficial do filme, e sessões especiais demonstram a recepção positiva dos fãs da saga e da crítica especializada. Para vocês, como tem sido receber esse carinho? Quais as expectativas para o lançamento?
Giovanna Grigio: “Eu estou muito contente, muito realizada! Saber que tanto a crítica especializada, quanto os fãs e o público estão curtindo o filme, me deixa muito contente. Porque a gente conta histórias para tocar as pessoas, para fazer as pessoas sentirem, se envolverem no universo e se questionarem, às vezes, ou às vezes só dar uma descansada, relaxada, se sentirem apaixonadas por esses personagens, também. Então, é muito bom ver que a gente conseguiu fazer uma história que ‘tá’ tocando o coração das pessoas, mesmo. Acho que todo cineasta, todo ator é um grande contador de história, e para que a gente conte histórias, as pessoas precisam querer ouvir. Está sendo muito legal saber que as pessoas estão ouvindo a nossa história e estão amando ela!”
Bruno Montaleone: “É muito reconfortante, você não faz ideia. Eu e Gi seguramos muito a onda um do outro quando tínhamos pequenos surtos quanto a aceitação das fãs. Ver que o trabalho para o qual nos dedicamos tanto está sendo bem aceito e reconhecido pelas leitoras é muito gratificante. E há também um lugar arriscado de fazer uma história de fantasia brasileira, com fortes mulheres à frente do projeto que batalharam muito pra essa história ser contada. Ver que a crítica também está nos recebendo bem, me faz pensar que se pode abrir um bom caminho em mais histórias lúdicas sendo contadas com a nossa cara, já pensou que maneiro…”
Foto destaque: Pôster de "Perdida". Reprodução/Instagram/@perdidafilme