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Exclusivo: Biel fala sobre feat com Japinha Conde em “Faz Coraçãozin”, nova musicalidade e mais

Em entrevista ao Lorena.R7, Biel falou sobre a sua trajetória no funk, paternidade, feat com Japinha Conde em “Faz Coraçãozin”, nova musicalidade e mais. Confere aí!

15 Nov 2023 - 10h00 | Atualizado em 15 Nov 2023 - 10h00
Exclusivo: Biel fala sobre feat com Japinha Conde em “Faz Coraçãozin”, nova musicalidade e mais Lorena Bueri

Após hiato, Biel retorna ao cenário musical e apresenta ao público uma nova musicalidade, unindo ritmos como o piseiro, arrochadeira e forró com elementos de funk. Recentemente, o cantor lançou os singles “Sentada Braba” (feat. MC Mari) e “Faz Coraçãozin” (feat. Japinha Conde), dentro da nova proposta.

Em entrevista exclusiva ao Lorena.R7, o artista fez uma análise sobre o cenário pop atual, falou sobre a sua trajetória no funk, paternidade, nova musicalidade, feat com Japinha Conde em “Faz Coraçãozin” e muito mais.


Biel durante o clipe de "Faz Coraçãozin". (Foto: Reprodução/ Instagram)


Confira a entrevista completa abaixo!

1- Como surgiu a ideia de um feat entre você e Japinha Conde em “Faz Coraçãozin”?

“Na verdade, esse projeto todo começou lá em ‘Sentada De Milhões’. Meu produtor é o mesmo produtor musical da Melody, do Naldo... Mais especificamente na carreira da Melody, esse lance dela ter vindo para o piseiro, para o forró ali em ‘Assalto Perigoso’ e tudo mais, por mais que sejam versões de outras músicas conhecidas, foram em cima de base de piseiro, produção de piseiro, forró, assim mesmo! Então, essa sacada quem teve foi o produtor dela, que eu acabei vindo a conhecer, o Rick Assunção.

Ele falou que a mesma fórmula funcionaria para o meu projeto, que ele via as coisas ali bem parecidas, né?! Os dois artistas com uma mídia, com uma imagem e faltava a música, né?! E ele falou: ‘Confia nesse horizonte novo que eu vou te apresentar’. As músicas são diferentes, mas eu acabei gostando muito dessa pegada do Felipe Amorim, Rogerinho, Zé Felipe, Kadu Martins... é a nova referência! É o pop de hoje em dia, né?! O pop que eu fazia antigamente, ele não existe hoje em dia mais. Quem faz aquele pop, né?! Pop, pop mesmo... Então, assim, o funk virou pop. Mas numa linguagem bem diferente do que eu faria.

Fiquei um tempo despois da ‘Fazenda’ tentando me encontrar no funk e não me encontrei, não vou mentir! Então, essa forcinha do Rick foi essencial. E Esse projeto não estaria na rua hoje se não fosse ele e eu não tenho vergonha nenhuma de assumir isso, falar isso e, inclusive, que isso seja veiculado. Porque ele merece muito mérito pela musicalidade nova, pelo estilo de produção nova que o Biel trouxe para as músicas. Ainda que mantenha o funk, hoje quem ouve de fora, vê que não é mais funk. É uma parada dentro de um forró, um piseiro, uma arrochadeira, mas sempre com elementos do funk para manter a identidade. Mas não quer dizer que eu nunca mais vá fazer funk, também! Acho que esse momento vai evoluir pra mim cada vez mais encontrar o meu estilo e o estilo musical que o público quer absorver do Biel, que ficou sem lançar música por quase quatro anos, né?!”


Biel e Japinha Conde durante o clipe de "Faz Coraçãozin". (Foto: Reprodução/ Instagram)


2- “Faz Coraçãozin” possui elementos para se tornar um viral nas redes sociais. Quais foram as inspirações para o clipe e para a coreografia?

Que loucura falar disso, mas essa coreô fui eu que criei! Tudo bem que é uma coreô bem facinha, bem ‘desenrola, bate, joga de ladinho’ hahaha. Mas eu criei pra, justamente, ser bem fácil, pra pegar todos os públicos. Hoje, se você entra nos meus comentários, não é mais uma parada teen. Hoje é uma coisa mais bem espalhada entre todos os públicos. A gente tem a senhorinha de idade que me chama de ‘meu neto’ e que tem um carinho enorme por mim, tem as mães que falam dos filhos, tem a galera da minha idade que está curtindo, que está vendo a minha luta, vendo esse recomeço, a família que eu tô criando, tudo o que eu passei, o que a minha vida se tornou hoje e como eu sou grato a isso!

A gente vive a nossa família, a gente leva a palavra de Deus onde a gente pode, sempre honrando Ele, pela glória do nome Dele, entendeu?! Então, assim, hoje o Biel está pegando todas as gerações mesmo, sabe?! Então, pensei em fazer um desafio em que todo mundo pudesse entrar na onda! (...) E a inspiração foi buscar uma referência que agradasse a todos os públicos, né?! Nada melhor do que uma exploração de imagem dos dois artistas em um estúdio, com looks diferentes, com jogos de luzes, com efeitos e cortes dinâmicos... Acho que é o mais certo que se pode fazer num videoclipe.

Foi do jeito que eu comecei, meu primeiro clipe foi assim! ‘Pimenta’ foi em um estúdio, só que foi em um estúdio branco e a gente colocava os cenários, uma poltrona, isso ou aquilo, mas foi num estúdio. Acho que vira e mexe, é bom o artista fazer isso, porque acaba sendo meio que um clipe editorial, para a galera ver de verdade o artista, como ele está num fundo branco, em diferentes fundos, o aspecto do visual dele... É bom pra marcar as tatuagens, porque, clipes em estúdios são clipes em que a galera consegue ter uma visão completa do artista ali, como ele está naquele momento.

 Porque a luz sempre é muito boa, os takes sempre são bem visíveis e a fotografia está sempre muito límpida, porque a luz é perfeita, é manipulada. Agora, se você grava um clipe na rua, de noite, isso e aquilo, acaba que a gente não consegue mostrar o que a gente queria transmitir nesse clipe, que era o que? Biel e Japinha Conde como eles são no estúdio, cantando como se estivessem em cima do palco, cantando pra câmera. E a coreografia foi um adendo, não ia ter até o último passo. A gente ensaiou na hora a coreografia! Passei pra Japinha na hora a coreografia de ‘Faz Coraçãozin’.”


Clipe de "Faz Coraçãozin". (Vídeo: Reprodução/ YouTube)


3- O que motivou o hiato após o lançamento de “Sentada De Milhões”? Como foi a escolha de “Sentada Braba” (feat. MC Mari) para o seu comeback?

“Na verdade, ‘Sentada De Milhões’ ia puxar esse projeto novo. Mas... vocês lembram até que a Tays estava grávida no clipe e tals... Acabou que a maternidade ficou puxada, veio o nascimento da Pietra e a gente quis curtir esse momento! E é sempre muito trabalhoso, (tem) agenda de imprensa, confecção dos visuais, gravar a música, a confecção do videoclipe... ‘E faz outra sessão, não gostei da voz. Faz outra sessão, não gostei da voz’ (risos), sabe?!

A gente é bem perfeccionista com o que a gente faz, digo eu e a Tays, no caso. Então, aqui em casa, a gente quis curtir esse momento e deixar para que, assim que a Pietra estivesse mais firminha, pudesse ficar sob o cuidado de outras pessoas, a gente voltasse, né?! Aí dito e feito! Tô voltando agora e a Tays planejando a volta dela para o mês de dezembro.”



4- Você se reinventou com o projeto “Fênix” e surpreendeu o público ao unir o funk com ritmos como o forró, trap e brega. O que os seus fãs podem esperar desta nova fase da sua carreira? Dá um spoiler do que vem por aí!

“Então, o projeto ‘Fênix’, eu nem fechei num álbum, porque acho que foram músicas que não conversavam muito bem umas com as outras. Se você ver, teve um bregafunk, teve um trap, depois teve um acústico dançante com o Pelé Milflows... Na verdade, não foi um acústico, né?! Porque acaba entrando a bateria, mas é uma vibe bem acústica essa música, good vibes, é um trapzinho bem hip-hop good vibes norte-americano dos anos 2000, que foi a referência que a gente teve para a produção musical. Mas agora, nesse projeto novo, que eu ainda não dei um nome pra ele, eu quero ter uma musicalidade mais definida, sabe? Você vê que em ‘Sentada De Milhões’ tem elementos de funk, ‘Sentada Braba’ tem elementos de funk, ‘Faz Coraçãozin’ tem elementos de funk... Todas essas músicas vão ter elementos de funk porque é a minha identidade, é de onde o Biel saiu.

Eu sempre vou levantar essa bandeira. Na ‘Fazenda’, eu ganhava as provas e falava: ‘Pô, é pelo funk isso aqui e tal...’, porque se eu cheguei na televisão, foi porque plantaram essa sementinha, se o funk me deu espaço, foi porque lá atrás alguém começou e buscou a mídia. Digo, quem: Mr. Catra, MC Marcinho, MC Koringa, Claudinho e Buchecha, Bonde Do Tigrão, esses caras puxaram o bonde do funk! Esses caras plantaram essa semente, porque, alcançando a mídia, é óbvio que a galera que não fosse da comunidade, que fosse do interior, que fosse até de cidade grande! Como vários falam: ‘O funk entrou na casa do play boy!’, ‘Entrou na classe A’. E eu sou um rapaz de interior, né? Nasci em Lorena, do lado de Aparecida do Norte, há 3h de São Paulo... O funk entrou na minha vida porque eu vi na televisão, vi na internet! Eu queria ser como o MC Guimê, MC Rodolfinho, MC Daleste, entendeu? Essa galera colheu frutos já que a galera lá da velha guarda plantou, que é o que eu estava falando no começo.

Então, assim, o Biel, ele conseguiu entrar como um funkeiro no ‘Domingão Do Faustão’, o Biel fez o ‘Programa Do Jô’ como funkeiro. O Biel já é um produto do que os percursores do funk plantaram, né? Eles buscaram isso, eles gostavam de cantar fora de onde eles tinham nascido, das comunidades e tudo mais. Era legal porque estavam rompendo barreiras! ‘Cara, que louco! Estamos aqui cantando funk na Zona Sul e a galera está gostando! Estão abraçando o nosso trabalho!’, saca? E começaram a entrar em televisão, colocar música em filme, isso e aquilo... E isso projetou o quê? Uma criança lá do interior de São Paulo, querer ser funkeira! Então, assim, consegui também fazer pelo funk! Quantas pessoas não conseguem, sendo gigantes no funk, entrar num ‘Domingão Do Faustão’? Até porque não faz mais, porque agora não tem! Então, eu fiz história! Fiz o ‘Programa Do Jô’, ninguém mais vai fazer o programa do Jô Soares. Eu sou um funkeiro, cantei funk no programa do Jô Soares! ‘Ah, o Biel não vem de comunidade.... O Biel não vem de favela...’, mas o Biel carrega o funk!

O Biel é o produto do que a galera cantou lá atrás. O funk chegou em mim, então por que que eu não posso fazer funk? Eu luto pelo funk porque todo mundo que veio de uma comunidade, a galera luta pelo funk porque o funk mudou a vida dessa galera e ele mudou a minha também, mudou a da minha família! Me trouxe a minha esposa, a minha filha, tudo o que eu tenho hoje eu devo ao funk. Então, qual a diferença? É só de onde eu vim! Só isso. Mas acabo lidando com muitos comentários desse tipo, por ser de onde eu vim. Mas o funk também mudou a minha vida e me deu a oportunidade de viver fazendo o que eu amo e eu amo funk! Vou ser sempre grato ao funk.


Biel. (Foto: Reprodução/ Instagram)


Acabei enchendo muita linguiça, porque eu acho legal falar sobre isso, mas respondendo à pergunta mais ao pé da letra, a galera pode esperar uma musicalidade mais ousada! Sempre mantendo ali a identidade do funk, mas entregando tudo o que eles vêm consumindo. O foco é o que está rolando no momento. Quando eu estourei regionalmente cantando as minhas músicas antes de entrar na gravadora, eu fazia o que eu gostava, isoladamente, sem pensar no nacional. Tanto é que em ‘Pimenta’ eu falo até palavrão na música, né?! Aí depois que eu fechei com a gravadora, a gente colocou um efeito musical. Essa nacionalização do Biel, eu devo muito à gravadora! E depois, até em produções musicais, a gente focava no que estava rolando na rádio! A gente entrava no estúdio vendo o quê que o povo estava consumindo, para fazer uma parada que, lógico, trouxesse uma identidade, que não fosse uma cópia do que o mercado (musical) está fazendo. Que é o que eu faço, adicionando o funk no piseiro, na arrochadeira... é o que eu me preocupo em continuar fazendo.

Lá atrás, quando estourou ‘Química’ e quando estourou ‘Demorô’, a gente já buscava músicas focando no que estava rolando na rádio. Então, o que rola na rádio hoje, não é o que rola lá atrás. Eu não posso fazer a mesma coisa que eu fazia lá atrás, até porque aquele pop não existe mais. Então, o que eu tô fazendo agora, é o que a galera está sedenta e eu tô tentando dar o meu melhor! (...) Em dezembro, vou lançar uma música com MC Frog, que é uma arrochadeira deliciosa com funk! Com todos os elementos, com enredo pra TikTok também, está maravilhoso! Esse terceiro (single)... Cara, é difícil falar qual é o preferido! Eu amo tudo o que eu faço! Eu não tô compondo, até essa terceira música, não compus nenhuma delas.

Então, tô tendo a honra de ter parceiros, de ter compositores que me permitam escolher as músicas! Então, eu não vou escolher música ruim. Eu tenho um filtro, eu tenho o meu gosto, tem o que eu vejo tocando na rua, tocando na rádio, o quê que a galera está curtindo, está consumindo. E aqui em casa, eu converso muito com a Tays e ela também tem seus dez anos de carreira também, então a gente consegue, apuradamente, escolher um repertório pra gente e que vá agradar a galera! O negócio é a galera começar a entender que a gente está de volta, está lançando música... Eu vejo muita gente me falando na rua: ‘Pô Biel, e aí?! E os seus lançamentos?’, e eu falo: ‘Tô lançando! Lancei mês passado, lancei nesse mês, tem lançamento mês que vem...’. Só que a galera não vê, não chega nessa galera, não chega porque não tem um tráfego pago, o trabalho é todo orgânico.

Não tô investindo dinheiro nenhum, só no visual e na produção da música, lógico! Mas não invisto em promoção, não pago blog pra falar de mim. Eu tenho a minha assessoria, que administra a minha imagem, que me ajuda a chegar a lugares que eu não chegaria sem eles, que me ajudam a organizar a minha logística, entrevistas, isso e aquilo. Porque a gente sabe que o Biel tem uma imagem, mas o foco, em qualquer lugar que eu esteja, vai ser sempre estar despontando na música, que é a minha paixão! Eu quero voltar para o palco, tô sedento pelo palco! Converso com meus contratantes, diariamente até, e hoje, inclusive, um contratante de Brasília e de Goiás me chamou, o Joãozinho chapéu de couro: ‘Ih aí meu? Tô vendo aqui os trabalhos! Está a milhão, logo bate uma aí e vamos te trazer de volta! Vem comigo, hein?!’. A galera já está vendo que está sendo um movimento, então já querem meio que estar à frente, já estão abrindo os braços pra mim e isso é maravilhoso! Isso é maravilhoso!”

5- Em nossa última conversa, no lançamento de “Sentada De Milhões”, você e Tays Reis ainda estavam grávidos. O que mudou na sua vida com o nascimento da Pietra?

“Tudo! E não tem mais volta, a vida é essa e a gente está amando hahaha! É muito louco! A gente tem a ajuda da minha sogra, que está aqui com a gente o tempo todo, full time, sendo uma vózona e uma mãezona para a Tays também, porque a Tays enfrentou uma gestação bem complicada ali perto do parto. Ela pariu antecipadamente, a Pietra veio com um mês prematura e a Tays teve logo três dias após o parto, uma apendicite e, agora recentemente fez algumas operações, fez no nariz, fez a lipo e tals, que ela queria há muito tempo.

Então, se não fosse a minha sogra aqui, a gente talvez não tivesse a possibilidade de, talvez, nem estar trabalhando! Porque é puxado, é muito puxado. Pietra agora está andando, correndo pela casa inteira, é uma loucura! Mas o nascimento também, não tem como não falar disso, até agora pouco, a Pietra tinha muito refluxo. Ela acordava para mamar de noite e não podia dormir, tinha que dormir no colo por uma horinha, para depois colocar no bercinho de novo, se não ela vomitava. A gente teve que dar muita atenção, Tays foi uma mãezona!

A gente parou a nossa vida pra viver esse momento, a gente se permitiu e Deus permitiu também, porque a gente pôde e isso é uma honra muito grande! Então, assim, hoje a nossa vida é em prol dela, em tudo o que a gente faz, ela é a nossa motivação e ao mesmo tempo, tudo o que a gente vai fazer, a gente tem que pensar nela primeiro. (...) Essa logística já faz parte da nossa vida e a gente se apaixonou por essa nova realidade. E aí fica muito fácil, a gente vive um sonho! (...) Amo mais que tudo! É impressionante, o sentimento só cresce!”

(Para conferir a entrevista concedida pelo cantor no lançamento de "Sentada De Milhões", clique aqui!)


Biel e Tays Reis no primeiro aniversário de Pietra, filha do casal. (Foto: Reprodução/ Instagram)


6- Você e Tays Reis dominaram as paradas de sucesso com “Artigo 157” e “Esqueceu Porra Nenhuma”. Está nos planos um novo dueto do casal?

“Cara, é impressionante! Porque o que a gente faz junto, tem um consumo tão absurdo que, em determinado momento, depois de ‘Artigo 157’, a gente chegou até a fazer ‘Esquece Porra Nenhuma’ por conta do sucesso de ‘Artigo 157’. Mas a gente caiu até uma crise de identidade, vou dizer assim, porque parecia que a gente era uma dupla, né?! Tudo era Biel e Tays, Biel e Tays, a gente é um casal, mas temos carreiras separadas, temos nossos sonhos, nossos almejos, nossas identidades – que são de regiões totalmente diferentes.



Eu fiz um arrocha com a Tays e isso até me abriu um leque para novas possibilidades para gravar ‘Sentada De Milhões’ em piseiro, pra gravar ‘Sentada Braba’ em piseiro, pra fazer ‘Faz Coraçãozin’ que é um arrochadeirinha, mas eu tô sempre mantendo ali os elementos de funk. E a Tays, é do sul da Bahia. É a rainha do arrochadeira. Então, assim, arrochadeira pura! O puro suco do arrochadeira, o puro suco da Bahia hahaha, que o mundo tanto gosta e que tem representantes no cenário nacional como o Pablo, Felipe Amorim, Rogerinho... que são gigantes do arrocha! E eu entrei nesse mundo e conheci Neto Gasparzinho, Dan Ventura, O Rei Da Seresta... Eu fiz amigos dentro do arrochadeira por causa da Tays. A própria MC Mari, conheci a MC Mari por conta da Tays. Então, o que a Tays significa pra mim, assim, não só como no pessoal, como no profissional, é bizarro!

Aí, complementando, a gente precisou focar um pouco cada um na sua carreira, até porque, eu passei por coisas, ela passou por coisas... e a gente precisa voltar pra uma atividade, pra uma demanda que a gente já teve um dia. E a gente sabe que a gente pode! A gente crê em Deus e a gente tem fé nisso de que a gente pode chegar, até numa proporção maior, se Deus quiser! A gente vive pra isso, acreditando nisso. Então a gente meio que focou nas nossas carreiras, nos nossos trabalhos, independentemente um do outro, vamos dizer assim, separadamente. Mas a gente mantém e, inclusive, tem projetos já, para o futuro. A gente já tem músicas prontas, feats com outros artistas como foi em ‘Esqueceu Porra Nenhuma’. Então, a galera pode esperar sim!  Pode esperar no futuro, mais músicas com Tael!”


Biel e Tays Reis. (Foto: Reprodução/ Instagram)


7- Em 2024, o seu primeiro clipe, “Pimenta”, completa dez anos desde o seu lançamento. Pretende lançar algo em comemoração à primeira década de carreira?

“Na verdade, se não engano, meu primeiro clipe está no canal do Tom Produções (que virou funketon) e foi o clipe de ‘Tô Tirando Onda’, acho que saiu antes de ‘Pimenta’. Que foi o que eu fiz com o Tom Produções, que, na época, era o concorrente direto do KondZilla, tão grande quanto, mas acabou perdendo notoriedade e não se firmou no mercado como o KondZilla. Eu devo muito a ele! Porque vários clipes gigantes saíram lá também! Coisas do Nego do Borel, Pocah, Menor do Chapa, Bonde das Maravilhas... tudo saía no canal do Tom Produções, era mais a galera do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e tal. E o KondZilla era uma coisa mais paulista, né?! Então, eu saí lá fazendo uma ostentação, que era uma cosia paulista, num canal carioca hahaha.


Clipe de "Tô Tirando Onda". (Vídeo: Reprodução/ YouTube)


Então, o Biel foi um acontecimento que dificilmente vai acontecer de novo. A galera achava que eu era carioca, porque eu não era de São Paulo, eu era do meio, da divisa, eu era quase de Resende ali, Volta Redonda... a minha cidade (natal) é mais perto de Volta Redonda e Resende do que de São José dos Campos, por exemplo. Essa proximidade com o RJ, a questão do sotaque não tão paulista fez a galera achar que eu era carioca. Depois, vim a assinar com a Warner Music, fui morar no Rio e meu empresário foi o DJ Batata, carioca. Minha primeira empresária foi a Pocah, que foi quem me achou na internet, no Twitter... e a galera achava que eu era carioca, assim, e ninguém sabia! Por isso que depois deram um nome para o meu funk, o antigo apresentador do ‘Domingo Espetacular’, Paulo Henrique Amorim, ele falou: ‘Biel, que não é consciente, não é ousadia (p***ria, não vou falar isso, né?! Hahahaha bota o ‘pí’ aí), Biel não é ostentação, o que é o Biel? Percursor do funk sedução, o MC está chamando a atenção...’, sabe?! E aí, foram lá em Lorena e fizeram uma cobertura de mim tirando a habilitação, tinha acabado de fazer 18 anos. (...) Então, assim foi tudo muito cedo!

Há dez anos atrás, eu já morava sozinho, já tinha o meu dinheiro, tinha dinheiro para comprar meu carro e quando eu tirei a minha carteira, eu comprei meu carro. E tudo do meu corre! Tudo do funk! Tudo! Meu pai não me deu um real. Estudei em escola particular, fiz aula de inglês... tinha um clube em que eu era sócio, em que eu podia fazer atividades, academia, judô, futebol. Meu pai e minha mãe fizeram de tudo por mim e minha irmã! Meu pai era autônomo, começou como DJ, fazia baile arrastando as caixas nas costas e a minha mãe era modelo! Os dois se conheceram em um evento e nasceu uma empresa de som, de prestação de serviços de entretenimento, com palco, luz, telão, grade de contensão, tudo o que possa precisar pra um evento! Então, eu tive um exemplo dentro de casa, de correria! De fazer acontecer! Não de estudar, não que ele não tenha estudado e se capacitado ao longo do caminho, ele não foi pra uma faculdade, vamos dizer assim, acho que me expressaria melhor dessa maneira.

Meu pai não foi pra uma faculdade pra fazer o que ele faz... faz ainda! Porque quando eu fui para os Estados Unidos e quando aquele furacão passou na minha vida, meu pai voltou a trabalhar e se arrependeu profundamente de ter parado por conta do meu sucesso, porque uma coisa não devia ter sido confundida com a outra, sabe?! E hoje, ele está a milhão! Por mais que eu esteja aqui trabalhando, eu também tenho a minha família e ele tem que fazer o dinheiro dele. (...) Graças a Deus ele não abriu mão da empresa dele, manteve os equipamentos sempre e, quando precisou, voltou a trabalhar.

Então, é o que eu falo: Eu tenho exemplo até hoje! O meu maior exemplo até hoje me dá exemplo. E aí, eu não consegui me encontrar em uma faculdade. Com 16 anos eu já fazia festa pra galera mais velha da escola, com os equipamentos do meu pai, sem nem meu pai saber, e já fazia dinheiro. Que foi o dinheiro que veio a financiar as minhas músicas, que veio financiar os meus videoclipes, as minhas primeiras produções musicais... Na verdade, o meu primeiro videoclipe foi financiado pela Pocah, ‘Tô Tirando Onda’. Mas, ao mesmo tempo, eu lancei ‘Pimenta’, porque eu achava que a minha parada não era a ostentação e ‘Tô Tirando Onda’ era muita ostentação. Aí, ela falou: ‘Mas você é de São Paulo, você é paulista, tem que fazer ostentação, vai ser sua onda e pá...’. Aí eu falei: ‘Tá, mas deixa eu lançar ‘Pimenta’?’. Aí ela falou assim pra mim: ‘Tá, mas eu não vou gravar clipe de ‘Pimenta’, você quer fazer ‘Pimenta’ aí, você se vira.’. Aí eu falei: ‘Não, eu gravo! Deixa comigo!’.


Clipe de "Pimenta". (Vídeo: Reprodução/ Instagram)


Cara, eu já tinha dinheiro, então, assim, eu usei muito da influência dela, mas eu já tinha dinheiro guardado pra isso. Eu estava pronto! Tudo o que eu fazia, eu fazia porque eu tinha dinheiro pra fazer, eu não precisava de ninguém (para bancar). Entendeu?! Então, isso, eu aprendi muito com o meu pai. Isso foi uma parada que eu carreguei muito, foi muito positivo profissionalmente e refletiu muito bem na minha vida. E, pretendo lançar algo em comemoração à primeira década da minha carreira com certeza! Mas quero que seja algo especial, algo que seja notório, sabe?! Então, acho que se eu tiver que comemorar onze ou doze, eu vou. Se ano que vem as coisas não estiverem como eu imagino ainda, se eu não tiver conseguido sair pra rua, fazendo shows, eu vou segurar. Porque eu penso essa parada de primeira década... e a primeira década por ser comemorada até a segunda hahaha.

Então, eu não tenho pressa, quero que seja grande e impactante. Porque a carreira do Biel impactou muitas vidas até hoje, muitas! Desde o começo, o menino saindo do interior, o que eu passei com a minha mãe, o câncer, o sucesso, assinar com uma gravadora multinacional, gravar com uma das maiores artistas aí, que foi o que aconteceu, botei música em primeiro lugar com a Ludmilla... Então, assim, depois de tudo o que aconteceu, a poeira que foi levantada, o rodo que eu levei da vida, a falta de preparação psicológica pra enfrentar certos assuntos, pra lidar com certas pessoas. E, depois, juntando todos os cacos e retomando as atividades, me mostrando uma pessoa mais madura, uma pessoa que aprendeu com o que aconteceu com as brechas que deixou para a vida dar a rasteira, né?! (...) Então, foi juntando um monte de coisa referente a imaturidade de uma criança que saiu de casa muito cedo, onde a bomba acabou estourando e eu precisei de um tempo pra mim. E todo mundo sempre acompanhando!

(O Biel) Foi um popstar teen que saiu do país e parou de lançar música. Então, assim, impactou muitas vidas e agora é um retorno, como eu estava falando, toda essa audiência do reality show, que é uma parada que eu nunca vivi na minha vida, tinha vivido tanta coisa já, altos e baixo na mídia, mas um reality show? Uma exposição diária em rede nacional? Assim, acho que o povo pôde realmente me conhecer, conhecer a minha índole, o meu caráter, a minha personalidade e a pessoa, o homem que eu me tornei! Hoje sou até pai de família! Deus me honrou de uma maneira que, acho que eu estava muito pronto, estava maduro até demais já para essa situação.

Já vinha recebendo convite de ‘A Fazenda’ há tempos e pra você ver como Deus trabalha perfeitamente, aceitei o (convite) certo. Foi a maior ‘Fazenda’, conheci o amor da minha vida e a minha filha veio desse relacionamento. Então, assim, acho que a minha carreira sempre, em todos os altos e baixos, e hoje como eu me encontro, impactou muita gente! Então, acho que essa comemoração de dez anos, uma década de carreira do Biel precisa ser uma parada especial!”


Biel. (Foto: Reprodução/ Instagram)


8-  Ping Pong:

- Um dia para viver de novo?

“O retorno ao palco. Retorno aos palcos, sem sombra de dúvidas!”

- Qual a primeira lembrança que você tem da vida?

“A primeira lembrança que eu tenho da vida... não sei se eu entendi direito, mas uma lembrança... são tantas lembranças! Já aconteceu tanta coisa na minha vida, que poderia ser a última subida no palco, que foi no carnaval com a Tays nos três shows que ela fez, que foi sensacional! Eu pude sentir um pouco mais do que eu já senti e parece que não aconteceu, parece que foi um sonho. Tudo o que eu já fiz de show, todas as cidades que eu rodei, às vezes parece que foi um sonho, parece que nada disso aconteceu. Então, ter revivido isso no carnaval desse ano, de 2023, foi muito especial pra mim, porque mostrou que a galera ainda estava comigo!

Musicalmente falando, muita gente ainda lembra das minhas músicas, é bizarro! Todo mundo cantou ‘Química’, todo mundo cantou ‘Demorô’, eu fiz as músicas em versão de pagodão baiano com a banda que a Tays estava no show e foi uma parada excepcional! Me deu um gás pra correr atrás e pra voltar com esse projeto também, porque eu já tinha pausado, já tinha iniciado aquele hiato desde ‘Sentada De Milhões’. Então, a lembrança, acho que foi um gás que eu tive esse ano, que foi muito importante profissionalmente pra mim! Fora a minha filha, fora o nascimento, aquele momento de estar dentro do centro cirúrgico, ter assistido o nascimento, que é uma parada que nem todo mundo consegue (...), então, assim, comigo foi tudo perfeito! (...) Ter participado daquele momento é uma das maiores lembranças, foi um dos momentos mais impactantes da minha vida, eu poderia dizer!”

- Biel por Biel?

“Biel é isso gente! Eu vejo muitos comentários hoje, falando: ‘Pô achava que ele estava meio que sendo falso, forçado...’, debochado até hahaha muita gente falava! Mas, depois da ‘Fazenda’ eu vi que o Biel é isso mesmo! Ele é um ‘crianção’ com responsabilidade, um ‘molecão’. Um cara que sempre vai ter esse espírito jovem e sempre vai ser de brincadeira, de zoeira, disso e daquilo. Já brincou com muita coisa errada, já fez muita piada com assunto sério e aprendeu coma vida! Eu era uma criança, gente, era uma criança. É bonito trazer tweet antigo e soltar quando o artista está estourado lá, com 20 anos, 21 anos? Sendo que quando ele postava asneira na internet, era porque a mãe e o pai estavam separados e não davam as broncas que tinha que dar, não davam a educação que tinha que dar e a criança ficava falando merda na internet com 12, 13 anos. Idade que a criança nem tem que ter celular, convenhamos.

Eu assumi esses erros, por mais que, como criança, eu tive que assumir esses erros de criança já quase adulto e num momento da minha vida em que eu estava exposto aos holofotes, na mídia máxima, no maior momento de mídia da minha vida! Então, hoje o Biel por Biel e ‘pro’ Biel, pela Pietra, pela Tays... mas Biel por Biel, assim, eu falo muito pra mim mesmo que eu preciso viver a vida com gratidão, com alegria, porque eu não sei viver diferente! Já me peguei em momentos em que não achei que fosse dar a volta por cima, mas eram momentos em que eu estava tomado pelos problemas, pela ansiedade, sabe?! Quando a gente entrega nas mãos de Deus, todos os nós vão se desatando e o caminho que está escuro, vai clareando! Sabe?! Mas a gente tem que tomar a nossa decisão, não adianta ficar patinando, cometendo o mesmo erro. Posso cometer novos erros, mas novos erros.

E é assim que a gente aprende: errando. Sentindo na pele. Até adquirir um certo nível de maturidade em que a gente não precise mais sentir na pele para saber o que tem que ser feito. Mas enquanto a gente precisar preencher lacunas de uma educação que a gente não teve, enquanto a gente precisar enxergar que certas pessoas se ofendem com coisas que às vezes não ofendem a gente, mas é óbvio que vai ofender a elas. Porque é desrespeito ao que elas são, ao que elas acreditam, crenças, enfim... em todos os aspectos que a gente possa imaginar, que possa machucar alguém. E a maturidade traz isso! E hoje eu falo: ‘Se arrisque! Abrace as oportunidades!’.


Biel. (Foto: Reprodução/ Instagram)


De Biel para o Biel: ‘Não deixe as oportunidades passarem!’. Se for para errar, que você erre tentando acertar. Porque se arrepender de não ter tentado, é pior. Então... ‘Ah, vou lançar uma música e vai flopar’; ‘Ah, eu não tenho investimento pra lançar a música’; ‘Ah, eu vou fazer o clipe e não vai ter tráfego pago porque não vai sobrar dinheiro pra investir’... Cara, quem são esses problemas para o Deus que eu acredito?! Então, é trabalhar, dar a cara a tapa mesmo! Se tiver que remar contra a maré, rema! Se tiver que não fazer o melhor videoclipe do mercado, vou fazer, mas também não vou deixar de fazer. E a vida vai ser assim até chegar lá de novo e, com muita humildade, foco e pé no chão, tenho certeza de que tudo vai acontecer!”

 

Foto Destaque: Biel. Reprodução/ Instagram

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