Após julgamento realizado pelo STJD nesta última segunda-feira (8), o Supremo Tribunal de Justiça Desportiva multou o Flamengo em R$ 50 mil por cânticos homofóbicos pronunciados por parte da torcida rubro-negra em partida contra o Grêmio válida pela Copa do Brasil. O árbitro Rodolpho Toski e os auxiliares Bruno Boschilla e Victor Hugo Imazu dos Santos também foram denunciados além do quarto arbitro Lucas Paulo Torezin, o inspetor da CBF, Almir Alves de Mello, e o delegado da partida, Marcelo Viana, que foram absolvidos.
Jogadores de Flamengo e Grêmio em jogo válido pelas quartas de final da Copa do Brasil, no Maracanã (Foto: reprodução Marcelo Cortes/Flamengo)
O processo se iniciou no dia 27 de setembro, quando o Coletivo de Torcidas Canarinho LGBTQ mostrou uma “carta de infração” apoiada pelas imagens disponibilizadas pela internet, gravadas durante a partida entre Flamengo e Grêmio no dia 15 de setembro, no Maracanã, em jogo válido pelas quartas de final da competição nacional, foi possível ouvir os torcedores rubro-negros pronunciando ofensas homofóbicas aos torcedores gremistas: "Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê".
Depois das imagens serem analisadas, a procuradoria enquadrou o comportamento como infrator baseado no artigo 243-G do CBJD, por parte de uma parte da torcida do Flamengo. Com isso, o clube foi multado Onã Rudá, fundador da Canarinhos LGBTQ e representante do coletivo no julgamento se pronunciou a respeito do caso: "A gente considera que é uma decisão importante do STJD, é um passo importante. É a primeira vez que um clube da primeira divisão é punido dentro do STJD. Mas nós também estamos procurando nos aprofundar. Nós vamos lançar o anuário do Observatório da LGBTfobia no futebol nos próximos meses. E esse deve ser um documento bem completo com o raio-x do futebol, com posicionamento dos clubes em datas importantes, boas práticas, casos e acontecimentos de lgbtfobia, entre outros", concluiu Rudá.
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Lembrando que os cânticos homofóbicos estão presentes em praticamente todas as torcidas por, infelizmente, retratar herança das antigas gerações que criaram os gritos e são pronunciados até hoje. O próprio Grêmio, por exemplo, já sofreu denuncias em diversos episódios devido aos seus torcedores também pronunciarem canções de teor preconceituoso. O que mostra que todos devem se preocupar e se conscientizar sobre o assunto, assim como mais um caso como esse enfatiza ainda mais para que grupos de torcedores que atuam contra esses preconceitos tenham suas vozes ainda mais entoadas na busca por respeito igual dentro do esporte.
Foto destaque: torcida flamenguista no Maracanã, em partida contra o Grêmio, pelas quartas da Copa do Brasil. Reprodução: André Durão