Durante o jogo entre Botafogo e Atlético-MG, na última quarta (20), um incidente gerou grande repercussão. O atacante do alvinegro carioca, Luiz Henrique, arremessou uma garrafa em direção à torcida adversária após o encerramento da partida, ocasionando sua expulsão. A atitude do jogador levou o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) a apresentar uma denúncia contra o atleta nesta segunda (25). Considerado uma falta grave, o ato, além de trazer prejuízos à imagem do jogador, coloca o clube numa situação delicada.
Denunciado no artigo 258 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (assumir qualquer conduta contrária à disciplina ou à ética desportiva), e podendo pegar de um a seis jogos de suspensão, além do que já cumpriu automaticamente contra o Vitória, no sábado (23), devido à expulsão. O jogador aguarda a sentença do caso, que também caberá recurso dada a decisão. A suspensão preventiva de todos os membros da equipe de segurança do Botafogo e da Bromo segurança, empresa terceirizada que foi contratada pela Arena Independência, também foi solicitada pela Procuradoria.
Infrações nos artigos 206 (dar causa ao atraso do início da realização da partida), devido à demora de dois minutos a voltar para o segundo tempo, e 257 (participar de rixa, conflito ou tumulto, durante a partida, prova ou equivalente), também levaram o Atlético a ser denunciado. O clube do Rio também sofreu sanção disciplinar e foi denunciado no artigo 257.
Luiz Henrique no jogo Atletico MG x Botafogo pelo Campeonato Brasileiro no Estádio Arena Independência (Foto: reprodução/Vitor Silva/Botafogo)
Repercussão
O STJD, expôs a preocupação com a manutenção da ordem e segurança nos estádios, bem como a expectativa da promoção de um bom espetáculo por parte de todos os envolvidos, desde o clube até a torcida. Independente de ter sido uma atitude impulsiva do jogador do Botafogo, a circunstância leva, para além das quatro linhas, o debate sobre o reflexo da pressão sofrida em campo e como lidar com os excessos.
Rapidamente, uma enxurrada de comentários inundou as redes sociais sobre a atitude de Luiz Henrique. Num misto de indignação e defesa, os torcedores manifestaram as opiniões sobre o ocorrido, enfatizando a pressão de um jogo decisivo e suas reações inesperadas. De ponta a ponta do país, o ruído das análises de psicólogos esportivos apontou a necessidade da gestão emocional, como ponto relevante para os atletas sob pressão.
De acordo com estudo publicado na “Revista Brasileira de Psicologia do Esporte”, a gestão emocional é fundamental para o desempenho e a conduta dos jogadores em campo. No que diz respeito à preocupação de entidades e especialistas do esporte, mobilizar clubes e federações para oferecer suporte psicológico adequado em momentos de tensão é o feedback mais sensato e oportuno.
Sala de sessão de julgamentos do STJD (Foto: reprodução/Renata Paes Leme/STJD)
A certeza da dúvida
O camisa 7 segue confirmado para o jogo decisivo na antepenúltima rodada do campeonato contra o atual líder Palmeiras. Contudo, o futuro do atleta ainda não é um assunto muito tranquilo de se tratar, enquanto não houver uma definição do caso.
Em clima de “o jogo só acaba quando termina”, a torcida segue esperançosa em relação à decisão sobre o futuro do atacante ou desfecho do campeonato. Já que a situação do atacante Luiz Henrique não é previsível, a lógica das últimas rodadas do Brasileirão 2024 também não tem nada que afirme o ‘the end’ deste cenário. Ainda sem data para a sessão que julgará o caso do jogador, tudo segue normal, até que o STJD se manifeste efetivamente.
Foto destaque: Hall de entrada do STJD (Reprodução/CBF/Lucas Figueiredo)