RFEF defende jogos fora da Espanha
Presidente da RFEF defende jogos da La Liga fora da Espanha para expandir a marca gerar receitas e fortalecer o futebol espanhol no cenário global
A globalização do futebol espanhol voltou ao centro do debate recente. O presidente da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF), Rafael Louzán, defendeu publicamente que realizar partidas oficiais da La Liga fora da Espanha é “fundamental” para o fortalecimento da marca e para a sustentabilidade econômica dos clubes.
A declaração surge após a polêmica em torno da tentativa de levar um jogo para Miami (EUA), ideia que acabou suspenso, mas reacendeu discussões sobre os rumos comerciais e esportivos do campeonato espanhol.
Para Louzán, a internacionalização não é apenas uma opção, mas uma necessidade estratégica. Ele lembrou que competições como a Supercopa da Espanha, disputada recentemente na Arábia Saudita, geraram milhões em receitas e aumentaram a visibilidade da liga fora da Europa.
“O futebol espanhol precisa se abrir ao mundo para continuar crescendo”, afirmou o dirigente, destacando que a receita gerada em torneios internacionais tem permitido sustentar clubes menores e equilibrar as finanças do sistema esportivo.
A crise de identidade: tradição x expansão
A proposta, contudo, divide opiniões. De um lado, dirigentes e patrocinadores veem a expansão internacional como caminho natural diante da força global da Premier League e do avanço das ligas asiáticas e americanas. Do outro, técnicos e jogadores argumentam que disputar jogos oficiais fora da Espanha fere a essência da competição doméstica e cria desgaste logístico e físico desnecessário.
A questão, portanto, ultrapassa a esfera financeira. Trata-se de definir que tipo de La Liga a Espanha quer para o futuro, uma liga tradicional, com foco local, ou uma marca global, disposta a reinventar-se para conquistar novos públicos.

Imagem de reunião da empresa com integrantes da Laliga (Foto:reprodução/x/@rfef)
Um jogo de bastidores
Apesar da resistência inicial, a federação acredita que um acordo entre clubes, jogadores e organizadores ainda é possível. Louzán reforça que a intenção não é “exportar” o futebol espanhol, mas ampliar sua presença, levando a paixão da La Liga a novos torcedores e mercados fora da Europa.
Em meio às divergências, a RFEF tenta equilibrar os dois lados: manter o respeito à história e, ao mesmo tempo, garantir que a competição siga financeiramente saudável num cenário global cada vez mais competitivo.
O futuro do futebol espanhol
Se o plano avançar, LaLiga pode se tornar o primeiro grande campeonato europeu a ter partidas oficiais fora do continente de forma regular. Vale Ressaltar, que os jogo da Supercopa Espanhola já acontecem no exterior.
O movimento, embora arriscado, representaria uma virada de chave para o futebol espanhol, uma transição do nacional para o global, onde o jogo não se limita mais às quatro linhas, mas se transforma em um produto cultural e econômico de alcance mundial.
