O renomado diretor de cinema Tim Burton, conhecido por seu estilo visual único e excêntrico, que apresentam aspectos góticos, sombrios e fantasiosos, expressou o seu desconforto sobre a tecnologia de inteligência artificial usada na arte. Para Burton, a arte gerada por IA é algo que “tira a alma e a humanidade de alguém” e “isso é perturbador”, afirma ele.
Burton ainda completa dizendo que “Não consigo descrever a sensação que isso dá”, se referindo os mash-ups Disney-Burton gerados por IA (via Collider).
Tim Burton em imagens para documentário (Foto: reprodução/Pipocas Club)
“Isso me lembrou de quando outras culturas diziam: “Não me fotografe, isso tira minha alma”, continua o cineasta. “Isso tira algo da sua alma ou psique; isso é muito perturbador, especialmente se tiver a ver com você. É como se um robô tirasse sua humanidade, sua alma”.
Inteligência artificial e suas drásticas mudanças
Atualmente a indústria cinematográfica de Hollywood enfrenta a maior greve dos últimos 60 anos. No dia 14 de julho, os atores iniciaram uma paralisação junto aos roteiristas, que já estavam desde 2 de maio parados, em busca de melhores condições de trabalho, aumento de salários e a regulamentação da inteligência artificial.
A chegada do ChatGPT, um chatbot com uma enorme capacidade de geração de linguagem, chamou a atenção dos atores e escritores, despertando preocupações futuras, e por isso estão exigindo a regulamentação sobre o uso de IA.
Em meio a greve do Writers Guild of America (WGA), o sindicato que representa os escritores de cinema e televisão, bem como o SAG-AFTRA, que representa os artistas diante das câmeras, contra a Alliance of Motion Picture e Television Producers (AMPTP), representante de todos os principais estúdios, canais de transmissão e plataformas de streaming, surgiu o uso da inteligência artificial na escrita e produção de cinema e televisão. Está é a primeira vez que as negociações abordam o futuro da IA no universo cinematográfico.
A greve de Hollywood já está causando um impacto significativo na indústria cinematográfica e televisiva. Vários filmes e séries foram adiados ou cancelados, e muitos trabalhadores da indústria estão perdendo renda.
Imagens de algumas produções do diretor Tim Burton (Foto: reprodução/CinePOP)
Burton e suas marcantes direções
Tim Burton é um dos diretores mais icônicos de Hollywood. Quem não conhece o clássico “A Noiva-Cadáver”? Ou “Alice no País das Maravilhas”? Não só esses mais outros grandes títulos cinematográficos, como “O Estranho Mundo de Jack” e “Edward Mãos de Tesoura”, são direções assinadas por ele. Burton tem seu estilo único.
Nascido em Burbank, Califórnia, em 1958. Desde criança, o cineasta era fascinado pelo mundo da fantasia e do terror. Ele adorava desenhar e criar histórias, e seu sonho era se tornar um artista. Seu nome tem peso na indústria cinematográfica por várias razões, como, por exemplo, seu enorme sucesso comercial, trazendo filmes que arrecadaram milhões de dólares nas bilheterias.
Seu próximo filme, “Beetlejuice 2”, traz Michael Keaton, Winona Ryder e Catherine O’Hara de volta para o elenco do primeiro longa. Monica Bellucci, Willem Dafoe, Jenna Ortega e Justin Theroux também completam o time. A obra conta com data de estreia prevista para 6 de setembro de 2024.
Burton não foi o único cineasta a expressar seu desconforto com a tendência. Wes Anderson também mostrou sua aversão a ela durante o verão ao promover seu mais novo filme, “Asteroid City”.
O futuro do uso da IA no meio cinematográfico ainda é incerto. Entretanto, é visível o quanto a tecnologia tem um potencial de causar impacto significativo na indústria e, mudar como criamos e consumimos arte. Será que a inteligência artificial pode ser considerada uma arte? Este tópico vem sendo discutido por artistas especialistas há anos.
Foto destaque: Tim Burton e alguns de seus sucessos. Reprodução/Collider
