Mesmo após sua morte precoce em 2021, Marília Mendonça segue marcando a música brasileira com recordes e novos feitos. A cantora, que transformou o sertanejo com sua voz e composições, continua conquistando o público. Um exemplo é a faixa “Leão”, lançada em 2022, que se tornou a música mais ouvida nas plataformas digitais do país. Além disso, trabalhos inéditos devem manter sua presença no cenário musical por muitos anos.
O podcast Marília – O outro lado da sofrência revelou os bastidores desse processo. O empresário Wander Oliveira, da Workshow, afirmou que o acervo da artista é tão vasto que seria possível lançar cerca de dez músicas por ano durante duas décadas. Para ele, o mais importante é planejar os lançamentos com cuidado, honrando a memória de Marília.
Divergências sobre o lançamento
Desde o acidente que tirou a vida da cantora, o material musical passou a ser administrado por três frentes: a família, representada pela mãe Ruth Dias e pelo cantor Murilo Huff, pai de Léo, a gravadora Som Livre, que possui contrato assinado desde 2019, e a Workshow, responsável pela carreira da artista. Essa parceria, no entanto, nem sempre acontece de maneira unânime, e algumas decisões já geraram divergências, como o lançamento de um dueto com Cristiano Araújo, que não teve a concordância de todos os envolvidos.
Podcast sobre Marília Mendonça (Vídeo: Reprodução/YouTube/@g1)
Acervo com material inédito
Entre os pontos de maior discussão está um pen drive organizado por Juliano Soares, o Tchula, ele era parceiro de Marília na hora de fazer músicas. O dispositivo reúne mais de cem arquivos inéditos, entre rascunhos, gravações caseiras e versões em voz e violão. Wander falou que vê esse material todo como uma lembrança cheia de sentimento e defendeu que o conteúdo seja entregue ao filho de Marília quando ele for maior de idade.
Por outro lado, o advogado da família, Robson Cunha, argumenta que todo material gravado pela cantora já pertence a Som Livre, conforme contrato assinado em vida. Ele confirmou que houve conversas com a gravadora sobre a utilização dos arquivos do pen drive e afirmou que não existe qualquer acerto para que esse conteúdo seja tratado como herança pessoal.
No momento, as negociações estão suspensas, já que qualquer contrato que envolva o filho da cantora precisa da autorização de Murilo Huff. A expectativa é que, após a formalização, novos projetos musicais sejam liberados. Murilo e dona Ruth foram procurados para comentar o caso, mas não deram entrevista. Em nota, a Som Livre declarou que segue sendo a gravadora responsável pelo catálogo de Marília e que todos os lançamentos serão decididos em conjunto com a família e a Workshow, sempre respeitando a memória da artista.
