Caso Epstein: projeto de lei para divulgar arquivos é sancionado por Trump
Donald Trump sancionou o projeto de lei que permite a divulgação dos arquivos associados ao caso de Jeffrey Epstein, acusado de tráfico sexual
Donald Trump, Presidente dos Estados Unidos, usou sua conta no Truth Social na última quarta-feira (19) para anunciar que sancionou o projeto de lei que obriga o Departamento de Justiça a tornar públicos os arquivos relacionados ao bilionário Jeffrey Epstein.
A medida, aprovada pela Câmara dos Representantes na terça-feira (18) por 427 votos a 1, foi apresentada pelo Republicano como um esforço em direção à transparência, além de aproveitar a oportunidade para criticar seus adversários políticos: “Os Democratas têm usado a questão ‘Epstein’, que os afeta muito mais do que o Partido Republicano, para tentar desviar a atenção de nossas incríveis histórias”, disse.
O Senado concordou por unanimidade em considerar o projeto aprovado, permitindo que a sanção ocorresse imediatamente. Porém, ainda não há clareza sobre como o Departamento de Justiça organizará a divulgação dos materiais, nem se parte das informações permanecerá sob sigilo por estarem vinculadas às investigações em andamento.
Ao final da publicação, Trump voltou a atacar o que considera investigações com motivação política ao longo dos últimos anos. “Essa última farsa vai se voltar contra os Democratas, assim como todas as outras”, declarou.
Arquivos Epstein
Os chamados “Arquivos Epstein” são um compilado de mais de 300 gigabytes de dados, documentos, vídeos, áudios e fotografias armazenadas no “Sentinel”, sistema eletrônico de gerenciamento de casos do FBI. Os registros seriam provas do processo sobre tráfico sexual contra Jeffrey Epstein e sua ex-namorada, a socialite Ghislaine Maxwell.
Declaração de Donald Trump na Truth Social (Foto: reprodução/Truth Social/@realDonaldTrump)
A segunda parte da investigação conduzida pelo escritório do FBI em Nova York teria gerado grande parte dos documentos, que incluiriam memorandos de apuração, listas de possíveis alvos, pedidos de intimação e os chamados “formulários 302”, nos quais agentes registram depoimentos de vítimas, testemunhas e suspeitos.
Jeffrey Epstein e Donald Trump no Mar-a-Lago, Palm Beach, Florida, em 1997 (Foto: reprodução/Davidoff Studios/Getty Images Embed)
Embora muitos documentos já tenham se tornado públicos por meio de processos cíveis, do julgamento criminal de Maxwell ou de reportagens, especulações continuam circulando há anos. Teorias conspiratórias sugerem que o governo norte-americano estaria ocultando segredos envolvendo figuras influentes. Parte dessas teorias menciona uma suposta “lista de clientes” de Epstein, associada a homens poderosos que teriam participado de crimes. Porém, até o momento, não há comprovação de que tal lista exista nos moldes difundidos nas redes sociais.
Próximos passos
A partir de agora, o Departamento de Justiça terá 30 dias para iniciar a divulgação dos arquivos. A expectativa é que os documentos ofereçam novos detalhes sobre as atividades de Epstein e seus antigos contatos, incluindo figuras públicas que conviveram com ele antes de sua condenação, em 2008. A pasta ainda avalia a melhor forma de organizar o material antes de disponibilizá-lo, diante do grande volume e da complexidade das informações reunidas ao longo das investigações.
O que se sabe, no entanto, é que a Procuradora-Geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, garantiu que a identidade das vítimas de tráfico sexual será preservada, e qualquer dado que permita identificá-las não serão divulgados.
