COP30: Lula pede “a ambição precisa virar ação para o clima”

Presidente afirmou que metas climáticas só terão impacto se forem transformadas em concretas, destacou avanços do Brasil e defendeu cooperação internacional

07 nov, 2025
Presidente Lula | Reprodução/ Mauro Pimentel/ Getty Images Embed
Presidente Lula | Reprodução/ Mauro Pimentel/ Getty Images Embed

Durante a Cúpula de Líderes da COP30, nesta quinta-feira (6), em Belém, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reforçou que o combate à crise climática exige medidas imediatas, e não apenas compromissos simbólicos. Em discurso no painel “Clima e Natureza: Florestas e Oceanos”, o presidente afirmou que é hora de transformar ambição em ação e reposicionar o desenvolvimento brasileiro em direção à sustentabilidade.

Compromissos do Brasil

Lula afirmou que o Brasil reduziu em mais de 50% o desmatamento na Amazônia e caminha para alcançar o menor índice em mais de uma década. Ele reafirmou a meta de zerar o desmatamento até 2030 e anunciou um plano nacional para recuperar 40 milhões de hectares de pastagens degradadas.


Presidente Lula (Video:  reprodução/ Instagram/@lulaoficial)


Além das ações terrestres, reforçou o compromisso com a “Amazônia Azul”, prometendo ampliar áreas marinhas protegidas de 26% para 30% e ratificar até o fim do ano o Tratado do Alto Mar.

Multilateralismo e financiamento global

Segundo Lula, nenhum país conseguirá enfrentar a crise climática de maneira isolada. Ele destacou que incêndios florestais, poluição marinha e eventos extremos ignoram fronteiras e exigem cooperação multilateral.

Nesse contexto, apresentou o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF), modelo que remunera países pela preservação ambiental. O presidente defendeu ainda uma revisão profunda no sistema financeiro internacional para permitir que nações em desenvolvimento financiem transições verdes de forma sustentável.

A responsabilidade dos países desenvolvidos

Lula também cobrou maior compromisso das nações ricas, argumentando que o peso histórico das emissões globais não pode ser ignorado. Segundo ele, países industrializados devem assumir a liderança na redução de carbono e ampliar o financiamento climático destinado ao Sul Global.

O presidente afirmou que nações que mais contribuíram para o aquecimento global têm obrigação moral e econômica de ajudar aquelas que enfrentam, hoje, impactos desproporcionais das mudanças climáticas. Para Lula, sem responsabilidade compartilhada e justiça climática, acordos internacionais continuarão avançando de forma lenta e insuficiente.

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