Corpos dos 117 mortos em megaoperação são liberados pelo IML

A Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro informou que os corpos dos 117 mortos nos complexos da Penha e do Alemão foram liberados pelo IML

03 nov, 2025
Corpos enfileirados no IML do Rio de Janeiro | Reprodução/TV Globo
Corpos enfileirados no IML do Rio de Janeiro | Reprodução/TV Globo

Neste domingo (2), foi encerrada a perícia do Instituto Médico-Legal (IML) e todos os corpos dos 117 suspeitos mortos durante a megaoperação nos complexos da Penha e do Alemão foram liberados. Segundo a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, os últimos corpos eram de dois homens do Pará e um de Santa Catarina.

Em nota, a Defensoria Pública do Rio de Janeiro informou que “segue acompanhando o caso e prestando assistência às famílias”.

O balanço da megaoperação

A megaoperação realizada na última terça-feira (28) teve 121 mortos (117 suspeitos e quatro policiais), sendo considerada a mais letal da história do Brasil, superando o Massacre do Carandiru, em 1992, que deixou 111 detentos mortos.

Dos 117 suspeitos mortos, 62 eram de outros estados e alguns eram apontados como lideranças do Comando Vermelho em seus estados de origem, como Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Paraíba e Espírito Santo.


Corpos dos mortos em megaoperação no Rio são liberados do IML (Vídeo: reprodução/YouTube/g1)


Além dos mortos, 113 pessoas foram presas, incluindo 10 adolescentes apreendidos. Entre os presos, 33 eram de outros estados. E foram apreendidas 118 armas, sendo 91 fuzis, 26 pistolas e um revólver, explosivos e mais de uma tonelada de drogas.

O reflexo após a operação

A megaoperação reacendeu o debate sobre a eficácia das ações policiais de alta letalidade. O governo do Rio de Janeiro defende que essas operações são necessárias para conter o avanço do crime organizado. Já especialistas em segurança pública as veem como um sintoma do fracasso das políticas de segurança no estado.

Moradores e familiares das vítimas realizaram protestos, denunciando o excesso de violência, o número elevado de mortes e os impactos da operação na rotina da comunidade.

Segundo pesquisa do Datafolha, 57% dos habitantes do Rio de Janeiro foram a favor da megaoperação. Segundo dados da AtlasIntel, 87,6% dos moradores de favelas aprovam as operações policiais. Isso mostra que a maioria da população, inclusive os moradores de favelas, aprovaram a ação policial, refletindo a complexidade do problema de segurança pública no estado.

A Polícia Militar do Rio de Janeiro aumentou o efetivo das vias no entorno das comunidades, mas por enquanto sem ocupar as áreas internas das favelas. As autoridades do Rio de Janeiro e federais mostraram a intenção de dar continuidade ao combate contra o crime organizado.

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