Coreia do Norte exibe novo míssil do seu arsenal de guerra em desfile militar

Kim Jong-un supervisionou desfile pelos 80 anos do partido exibindo o Hwasong-20; míssil nuclear é capaz de atingir os EUA e virar ameaça

12 out, 2025
Míssil da Coreia do Norte | Reprodução/Instagram/@coreia_do_norte_em_foco
Míssil da Coreia do Norte | Reprodução/Instagram/@coreia_do_norte_em_foco

Durante o desfile em Pyongyang que celebrou os 80 anos do partido governista, o líder norte-coreano Kim Jong-un acompanhou a exibição do novo míssil balístico intercontinental Hwasong-20, apresentado pela imprensa estatal como o “mais poderoso sistema estratégico nuclear” do país, em uma demonstração de força destinada a reforçar o poder militar da Coreia do Norte diante de rivais internacionais.

A exibição da Coreia do Norte com novo míssil

Nesta sexta-feira (10), Pyongyang sediou um desfile militar da Coreia do Norte, exibindo seus mais recentes mísseis intercontinentais, em celebração aos 80 anos do Partido dos Trabalhadores da Coreia, informou a agência estatal KCNA.


Kim Jong-un presidente da Coreia do Norte

Presidente da Coreia do Norte Kim Jong-un discursando em seu país (Foto: reprodução/ Instagram/ @marshallkimjongun)

Segundo a agência estatal KCNA, neste sábado (11), o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, acompanhou pessoalmente um desfile militar de grande porte, durante o qual foi apresentado o novo míssil balístico intercontinental, na presença de autoridades internacionais de alto escalão.

O primeiro-ministro da China, Li Qiang, o ex-presidente da Rússia, Dmitry Medvedev, e o líder do Partido Comunista do Vietnã, To Lam, estavam ao lado de Kim durante o desfile, enquanto outros convidados internacionais observavam o evento.

Durante o desfile militar, a Coreia do Norte mostrou seu mais avançado míssil balístico intercontinental, o Hwasong-20, considerado pela KCNA o “mais potente sistema de armas nucleares estratégicas” do país.

A linha de ICBMs Hwasong permite que o país alcance qualquer ponto do território continental dos Estados Unidos. No entanto, ainda existem incertezas quanto à precisão do sistema de orientação e à resistência da ogiva durante a reentrada na atmosfera.

“O Hwasong-20 representa, até o momento, o auge das ambições da Coreia do Norte em termos de capacidade nuclear de longo alcance. Espera-se que o sistema seja testado antes do fim deste ano”, afirmou Ankit Panda, do Carnegie Endowment for International Peace, dos Estados Unidos.

Segundo ele, o míssil provavelmente foi desenvolvido para transportar múltiplas ogivas, o que aumentaria a pressão sobre os sistemas antimísseis americanos e reforçaria a capacidade de dissuasão que Kim busca diante de Washington.

Outros armamentos exibidos incluíram mísseis balísticos hipersônicos, mísseis de cruzeiro, um novo tipo de lançador múltiplo de foguetes e um dispositivo lançador de drones suicidas, informou Hong Min, especialista em Coreia do Norte do Instituto Coreano para a Unificação Nacional.

Durante o desfile, Kim Jong-un fez um discurso incentivando calorosamente as tropas norte-coreanas envolvidas em operações no exterior, ressaltando que o heroísmo militar não se limita à defesa do país, mas também se estende a “postos avançados da construção socialista”, conforme noticiou a KCNA.

“Nosso exército deve seguir se tornando uma força invencível, capaz de eliminar todas as ameaças”, declarou Kim.

Na sexta-feira, mais cedo, o líder norte-coreano se reuniu com Medvedev, que afirmou que o sacrifício de soldados norte-coreanos na campanha militar russa na Ucrânia demonstra a confiança existente entre os dois países.

Kim afirmou a Medvedev que deseja continuar fortalecendo a cooperação com a Rússia e manter uma estreita colaboração em diversos setores para atingir objetivos compartilhados, segundo informou a KCNA.

Além disso, Vietnã e Coreia do Norte firmaram acordos de cooperação em várias áreas, envolvendo seus ministérios da Defesa, Relações Exteriores e Saúde, sem que a KCNA tenha fornecido mais detalhes.

A grande potência militar do país

Um parlamentar da Coreia do Sul afirmando, com base em informações da agência de inteligência sul-coreana, que a Coreia do Norte possui plutônio e urânio suficientes para fabricar pelo menos algumas dezenas de armas nucleares.

Lee Seong-kweun, membro do comitê parlamentar de inteligência da Coreia do Sul, afirmou que a agência também considera possível que a Coreia do Norte realize um sétimo teste nuclear após a eleição presidencial dos EUA, marcada para 5 de novembro.

Em julho, um estudo da Federação de Cientistas Americanos indicou que Pyongyang poderia ter fabricado material suficiente para até 90 ogivas nucleares, embora provavelmente tenha conseguido montar cerca de 50.

Lee destacou que é incomum a mídia estatal norte-coreana divulgar visitas do líder Kim Jong-un a instalações de enriquecimento de urânio, sugerindo que o relatório divulgado no início do mês teria a intenção de enviar uma mensagem a Washington durante o período eleitoral.

Mais notícias