Oracle assume algoritmo do TikTok nos EUA e muda pagamentos da empresa

Oracle assume controle do algoritmo do TikTok nos EUA, dividindo a plataforma e acirrando a disputa por poder digital e soberania da marca

24 set, 2025
TikTok | reprodução/x/@investingcom
TikTok | reprodução/x/@investingcom

O TikTok, plataforma que moldou o comportamento digital de uma geração, está prestes a viver uma transformação histórica nos Estados Unidos. Sob pressão política e em meio a tensões geopolíticas, a Oracle se prepara para assumir o controle do algoritmo da rede no território americano em um movimento que pode redesenhar não apenas o futuro do aplicativo, mas também o debate sobre soberania digital.

Um aplicativo dividido em dois mundos

Mais do que uma simples mudança de gestão, a operação cria um cenário inédito: o TikTok passaria a existir em duas versões. A norte-americana, operada sob a tutela da Oracle, com dados armazenados localmente e um algoritmo treinado em território nacional.

E a global, ainda sob domínio da chinesa ByteDance, com foco em outros mercados. Essa “bifurcação digital” abre caminho para um novo modelo de governança das big techs, em que cada país tenta moldar a tecnologia ao seu jeito.

Essa diferença entre as lideranças mundiais e estadunidense, irá impactar muito na distribuição do pagamento para os influenciadores da plataforma.

Entre a segurança e a influência

O argumento oficial para a transição é a segurança nacional, visando evitar que dados de milhões de americanos estejam ao alcance de Pequim. No entanto, a mudança levanta novas dúvidas: se antes havia receio de propaganda chinesa no feed, agora surge o temor de interferência doméstica. Quem garante que o algoritmo, sob administração americana, não se tornará instrumento de poder político ou econômico, isso é algo que não tem como garantir.

Nesse sentido, o TikTok pode se transformar em um campo de disputa não só entre governos, mas também entre empresas e grupos de interesse.

Impacto para criadores e marcas

Enquanto as discussões ocorrem em esferas jurídicas e diplomáticas, os usuários e criadores de conteúdo esperam por estabilidade. Qualquer alteração no funcionamento do algoritmo pode mudar drasticamente o alcance de postagens, a viralização de trends e até a monetização de influenciadores. Marcas, por sua vez, avaliam como adaptar estratégias publicitárias em um ambiente sujeito a mudanças regulatórias e custos adicionais.

Isso deve alterar muitas coisas no futuro dos criadores, pois o TikTok ele pode mudar o rumo dos pagamentos para os influenciadores, por causa do rumo das empresas que vão comandar a rede.

O futuro da plataforma

O destino do TikTok nos EUA dependerá da habilidade das partes envolvidas em conciliar interesses divergentes. Se a transição for bem-sucedida, pode inaugurar um modelo replicável para outras redes sociais em países que buscam maior controle sobre tecnologias estrangeiras. Se fracassar, abre espaço para novos aplicativos competirem nesse mercado bilionário.


Imagem dos logos das duas empresas que agora estão juntas (foto:reprodução/x/@stockstoearn)

No fundo, a disputa pelo TikTok é sintoma de uma questão maior: quem deve ter poder sobre os algoritmos que moldam a opinião pública global? A resposta ainda está em construção, mas uma coisa é certa: o aplicativo de vídeos curtos deixou de ser apenas entretenimento e se tornou peça central em um tabuleiro geopolítico.

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