Maduro envia carta aos EUA para desmentir boatos sobre ligação com tráfico de drogas

Correspondência do líder venezuelano enviada no início deste mês ainda contém uma proposta de diálogo com Donald Trump para um relacionamento pacífico

22 set, 2025
Nicolás Maduro em conferência de imprensa | Reprodução/Instagram/@nicolasmaduro
Nicolás Maduro em conferência de imprensa | Reprodução/Instagram/@nicolasmaduro

Em carta divulgada pelo governo venezuelano aos EUA no último domingo (21), o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desmentiu ser um traficante de drogas, como o governo americano o acusava. A correspondência é datada em 6 de setembro, dias após um ataque dos norte-americanos a uma embarcação, que, segundo o presidente americano Donald Trump, transportava pessoas ligadas ao tráfico de drogas.

Ainda na carta, Maduro se coloca à disposição para um diálogo com o Trump, mencionando o diplomata Richard Grenell como uma pessoa fundamental nesse trabalho.

Desmentindo boatos

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, contatou os EUA para desmentir boatos acerca da ligação do país sul-americano ao tráfico de drogas, como Trump acusou. Maduro usa o espaço para afirmar que apenas 5% das drogas produzidas na Colômbia são enviadas ao território americano por meio da Venezuela. 70% dessas substâncias, segundo o líder venezuelano, são destruídas e neutralizadas pelas autoridades do país.

Maduro ainda escreveu que deseja derrotar as falsidades que vêm desmanchando o relacionamento entre ele e o governo Trump, que espera ser histórico e pacífico. Para isso, o líder da Venezuela conta com Richard Grenell, diplomata norte-americano, que resolveu o contratempo sobre as alegações de que a Venezuela não estaria recebendo pessoas naturais do país que foram deportadas dos EUA.

Mesmo sob protestos, os voos que transportam imigrantes venezuelanos ilegais nos EUA continuam funcionando, segundo autoridades ligadas ao tema.


Após ordem de Trump, frota naval dos EUA aumenta a presença nos mares caribenhos (Foto: reprodução/Daniel Gonzalez/Anadolu via Getty Images Embed)

Guerra contra os cartéis

No último dia 2 de setembro, quatro dias antes da carta escrita por Maduro, os EUA atacaram um navio venezuelano, matando 11 pessoas, que, segundo Donald Trump, pertenciam à gangue Tren de Aragua e estavam ligadas ao tráfico de drogas.

Nas últimas semanas, Trump tem priorizado a pauta do combate aos cartéis venezuelanos através do reforço naval no Mar do Caribe. Membros do governo americano disseram que o reforço naval pretende interromper a entrada de substâncias ilícitas aos EUA.

Trump tem “subido o tom” contra a Venezuela. No último dia 15, por exemplo, o líder norte-americano escreveu na Truth Social que ordenou um ataque contra “narco terroristas venezuelanos”, que deixou 3 mortos.

Já no último sábado (20), Trump exigiu que o governo venezuelano receba os deportados que anteriormente foram enviadas de maneira forçada aos EUA, segundo palavras do republicano.

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