Eduardo Bolsonaro faz críticas ao parlamentar Paulinho da Força e menciona a chance de aplicação de punições
Eduardo Bolsonaro critica o relator da anistia e cita a possibilidade de sanções, destacando que as medidas podem atingir os envolvidos nos atos de 8 de janeiro

Nas redes sociais, o deputado reforçou que não existe espaço para discutir uma anistia total. Ele destacou que o tema não está em pauta de forma absoluta. Segundo ele, a proposta não contempla concessões irrestritas.
A manifestação de Eduardo Bolsonaro nas redes sociais
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se pronunciou nesta sexta-feira (19) a respeito das declarações de Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que foi designado como relator do Projeto de Lei da Anistia na Câmara.
Nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a anistia ampla, geral e irrestrita não está em pauta. Ele chamou o acordo sugerido de “vergonhoso e desonroso” e aconselhou Paulinho da Força a agir com prudência para não ser visto como “parceiro de um regime de exceção” associado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

Moraes, que conduz no Supremo o processo referente à tentativa de golpe atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, foi sancionado pelos Estados Unidos em julho deste ano com base na Lei Magnitsky.
“Deputado Paulinho da Força, devolvo o conselho que me deu sobre pensar com calma. Tenha claro de uma vez por todas: não deixei minha vida no Brasil nem arrisquei tudo para lutar por justiça e liberdade para o meu povo em troca de um acordo desonroso e vergonhoso como o que está sugerindo”, afirmou Eduardo.
Segundo informações, Paulinho, que vai relatar uma versão considerada mais suave do projeto que pretende perdoar os participantes dos atos de 8 de janeiro, sinalizou que deve apresentar um relatório focado na redução de penas, em vez de conceder uma anistia ampla e irrestrita.
“Um conselho de amigo: tenha cuidado para não ser visto como aliado de um regime de exceção, alguém indicado por [Alexandre de] Moraes para enterrar a anistia ampla, geral e irrestrita. Como previsto na lei, qualquer colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos está sujeito às mesmas sanções”, afirmou o deputado.
Líder do PL intensifica críticas em novo confronto com Eduardo Bolsonaro.
Valdemar Costa Neto, presidente do PL, disse que Eduardo Bolsonaro, deputado federal do partido, não tem apoio popular e não respeita o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, também filiado à sigla. As declarações aumentam a tensão de um conflito público iniciado na manhã desta sexta-feira (19).
No primeiro embate de declarações, Valdemar disse que Eduardo poderia “comprometer o próprio pai” caso insistisse em contestar a possível indicação de Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato da direita à presidência em 2026. A declaração foi dada em entrevista a um jornal.
“Ele [Eduardo] tem que seguir, porque os votos que tem são por causa do pai, não dele […] Não consigo acreditar que vá brigar com o próprio pai… Vai acabar prejudicando o pai de vez? Olha a situação que o Bolsonaro está passando… Nossa Senhora”, afirmou o presidente do PL.
Mais tarde, Eduardo respondeu e definiu como “canalhice” a avaliação política feita pelo presidente de seu próprio partido. “Dizer que um filho prejudicaria o pai se não aceitasse as pressões que até seus aliados mais próximos fazem, é uma canalhice que eu não esperava de você, Valdemar“, afirmou em entrevista ao jornal. Ele ainda disse esperar um pedido de desculpas do colega de sigla.
Valdemar, entretanto, manteve a posição e elevou o tom. “Canalhice é xingar o próprio pai e achar que tem votos próprios. Os votos são dele, não seus. Mas, se seu pai te escolher, terá o apoio do partido. Diferente de você, eu respeito muito seu pai“, afirmou sobre a reação de Eduardo. A declaração do presidente do PL também foi publicada pelo jornal.
Eduardo tem indicado que pode deixar o PL se a sigla optar por apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) como o “substituto” de Jair Bolsonaro na eleição do ano que vem. A expectativa é de que ele dispute por outro partido, enfrentando o governador de São Paulo, mesmo com o apoio de Tarcísio pelo ex-presidente.