Eduardo Bolsonaro faz críticas ao parlamentar Paulinho da Força e menciona a chance de aplicação de punições

Eduardo Bolsonaro critica o relator da anistia e cita a possibilidade de sanções, destacando que as medidas podem atingir os envolvidos nos atos de 8 de janeiro

20 set, 2025
 Eduardo Bolsonaro | Reprodução/Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados
Eduardo Bolsonaro | Reprodução/Paulo Sérgio/Câmara dos Deputados

Nas redes sociais, o deputado reforçou que não existe espaço para discutir uma anistia total. Ele destacou que o tema não está em pauta de forma absoluta. Segundo ele, a proposta não contempla concessões irrestritas.

A manifestação de Eduardo Bolsonaro nas redes sociais

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) se pronunciou nesta sexta-feira (19) a respeito das declarações de Paulinho da Força (Solidariedade-SP), que foi designado como relator do Projeto de Lei da Anistia na Câmara.

Nas redes sociais, o filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a anistia ampla, geral e irrestrita não está em pauta. Ele chamou o acordo sugerido de “vergonhoso e desonroso” e aconselhou Paulinho da Força a agir com prudência para não ser visto como “parceiro de um regime de exceção” associado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).


Reunião de Eduardo Bolsonaro com apoiadores dos EUA
Reunião de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos (Foto: reprodução/ Instagram/ @bolsonarosp)

Moraes, que conduz no Supremo o processo referente à tentativa de golpe atribuída ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), pai de Eduardo, foi sancionado pelos Estados Unidos em julho deste ano com base na Lei Magnitsky.

“Deputado Paulinho da Força, devolvo o conselho que me deu sobre pensar com calma. Tenha claro de uma vez por todas: não deixei minha vida no Brasil nem arrisquei tudo para lutar por justiça e liberdade para o meu povo em troca de um acordo desonroso e vergonhoso como o que está sugerindo”, afirmou Eduardo.

Segundo informações, Paulinho, que vai relatar uma versão considerada mais suave do projeto que pretende perdoar os participantes dos atos de 8 de janeiro, sinalizou que deve apresentar um relatório focado na redução de penas, em vez de conceder uma anistia ampla e irrestrita.

“Um conselho de amigo: tenha cuidado para não ser visto como aliado de um regime de exceção, alguém indicado por [Alexandre de] Moraes para enterrar a anistia ampla, geral e irrestrita. Como previsto na lei, qualquer colaborador de um sancionado por violações de direitos humanos está sujeito às mesmas sanções”, afirmou o deputado.

Líder do PL intensifica críticas em novo confronto com Eduardo Bolsonaro.

Valdemar Costa Neto, presidente do PL, disse que Eduardo Bolsonaro, deputado federal do partido, não tem apoio popular e não respeita o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, também filiado à sigla. As declarações aumentam a tensão de um conflito público iniciado na manhã desta sexta-feira (19).

No primeiro embate de declarações, Valdemar disse que Eduardo poderia “comprometer o próprio pai” caso insistisse em contestar a possível indicação de Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato da direita à presidência em 2026. A declaração foi dada em entrevista a um jornal.

“Ele [Eduardo] tem que seguir, porque os votos que tem são por causa do pai, não dele […] Não consigo acreditar que vá brigar com o próprio pai… Vai acabar prejudicando o pai de vez? Olha a situação que o Bolsonaro está passando… Nossa Senhora”, afirmou o presidente do PL.

Mais tarde, Eduardo respondeu e definiu como “canalhice” a avaliação política feita pelo presidente de seu próprio partido. “Dizer que um filho prejudicaria o pai se não aceitasse as pressões que até seus aliados mais próximos fazem, é uma canalhice que eu não esperava de você, Valdemar“, afirmou em entrevista ao jornal. Ele ainda disse esperar um pedido de desculpas do colega de sigla.

Valdemar, entretanto, manteve a posição e elevou o tom. “Canalhice é xingar o próprio pai e achar que tem votos próprios. Os votos são dele, não seus. Mas, se seu pai te escolher, terá o apoio do partido. Diferente de você, eu respeito muito seu pai“, afirmou sobre a reação de Eduardo. A declaração do presidente do PL também foi publicada pelo jornal.

Eduardo tem indicado que pode deixar o PL se a sigla optar por apoiar Tarcísio de Freitas (Republicanos) como o “substituto” de Jair Bolsonaro na eleição do ano que vem. A expectativa é de que ele dispute por outro partido, enfrentando o governador de São Paulo, mesmo com o apoio de Tarcísio pelo ex-presidente.

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