Sonda da NASA registra imagem mais próxima já feita da superfície do Sol
A Missão Parker da Agência Espacial Americana revela dados inéditos sobre o comportamento da coroa solar e os efeitos do vento solar na Terra

A NASA acaba de atingir um novo marco na exploração espacial com a Sonda Solar Parker, que capturou as imagens mais próximas já registradas da superfície do Sol. A espaçonave chegou a apenas 6,1 milhões de quilômetros da estrela, um feito inédito que oferece dados valiosos para a compreensão do clima espacial e sua influência direta na Terra e no restante do Sistema Solar.
As imagens, compostas por fotos e vídeos enviados pela sonda, mostram com nitidez a coroa solar, a camada externa da atmosfera do Sol e evidenciam a ação do vento solar, um fluxo constante de partículas carregadas eletricamente. Essas partículas, ao interagirem com o campo magnético da Terra, são responsáveis por fenômenos como auroras polares, mas também representam riscos concretos ao funcionamento de satélites, sistemas de comunicação e redes de energia.
Riscos espaciais e segurança tecnológica
“Estamos testemunhando onde as ameaças climáticas espaciais à Terra começam, com nossos olhos, não apenas com modelos”, afirmou Nicky Fox, administradora associada da Diretoria de Missões Científicas da NASA, em comunicado. Segundo a especialista, os dados permitirão melhorar as previsões do clima espacial, essenciais para proteger tanto astronautas em missões futuras quanto infraestruturas tecnológicas sensíveis espalhadas pela Terra e além.
Os registros detalhados revelam como as correntes elétricas geradas pelo vento solar se propagam e afetam os ambientes planetários. Esses fenômenos têm o potencial de danificar sistemas elétricos, interferir em comunicações via satélite e até comprometer o funcionamento de equipamentos em órbita.
Sonda Parker registrou imagens inéditas do Sol (Vídeo: reprodução/YouTube/@NASAGoddard)
Engenharia de ponta para tocar o Sol
Lançada em agosto de 2018, a Sonda Parker foi a primeira espaçonave a atravessar a coroa solar em 2021, uma façanha tecnológica só possível graças ao desenvolvimento de um escudo térmico de carbono com 11 centímetros de espessura, capaz de suportar temperaturas superiores a 1.370 °C.
Em dezembro de 2024, a sonda atingiu sua aproximação recorde do astro, entrando profundamente na coroa solar. A missão, que está prevista para se encerrar após 24 órbitas solares ao longo de sete anos, continuará oferecendo dados inéditos até seu fim.
A exploração da Parker representa mais do que um feito científico: ela marca o avanço da tecnologia aeroespacial voltada para a compreensão e proteção da vida na Terra, diante de fenômenos cósmicos cada vez mais estudados pela ciência e pela engenharia.