EUA planeja aplicar tarifas recíprocas em abril

Segundo o presidente Trump, nova tarifas também podem auxiliar no controle migratório tão almejado pelo seu governo

19 mar, 2025

Segundo declarações do secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Scott Bessent, nesta terça-feira (18), em abril os países receberão propostas do governo estadunidense para equilibrar a troca tarifária do comércio internacional, com a oportunidade de negociar tais implementações.

“Em 2 de abril, cada país receberá um número que acreditamos representar suas tarifas. Para alguns países, esse número pode ser bem baixo, para outros, pode ser bem alto”, afirmou o secretário em entrevista para a Fox Business Network. A taxação recíproca foi um dos principais objetivos firmados na campanha para a presidência de Donald Trump.

Contorno das novas tarifas

De acordo com o atual presidente dos Estados Unidos, as novas taxas de importação visam equilibrar as taxas já impostas pelos outros países e diminuir as restrições comerciais, protegendo assim a economia estadunidense.

É previsto que as novas taxas tarifárias entrem em vigor a partir do dia 02 de abril e abranjam diversos tipos de produtos, especialmente automóveis, aço e alumínio. Trump declarou que não tem pretensão de diminuir as tarifas já impostas anteriormente. Tais decisões comerciais vêm gerando discórdia entre os especialistas e entre a população estadunidense, que teme uma alta na inflação de alguns produtos, além de uma crise nas relações comerciais.

Busca por reciprocidade

Espera-se que as principais nações taxadas sejam aquelas que exportam pouca mercadoria estadunidense, mesmo que o próprio Estados Unidos seja um cliente frequente. Membros do governo chegaram a citar o Brasil em outra ocasião, mencionando que o etanol brasileiro é taxado em 18% quando importado pelos Estados Unidos, enquanto o Brasil importa o etanol estadunidense com uma taxa de apenas 2,5%.


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Donald Trump em sua posse em janeiro de 2025 (Foto: reprodução/Chip Somodevilla/Getty images embed)


O Brasil se torna um alvo ainda maior nestas negociações por fazer parte do grupo BRICS, uma cooperação político-diplomática entre os países Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul, que recentemente vinha cogitando substituir o dólar como moeda de transação, algo que não agradou o governo estadunidense. A União Europeia também sofre atenções semelhantes.

Foto destaque: notas de dólar e bandeira dos Estados Unidos (Reprodução/Kaboompics/Pexels/Contábeis)

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