Valentino Verão 2026: Alessandro Michele acende as faíscas da esperança em Paris

Em um dos desfiles mais poéticos e hipnotizantes da temporada, Alessandro Michele apresentou sua coleção “Fireflies” (Vagalumes) para a Valentino Verão 2026, transformando a passarela parisiense em um verdadeiro palco de luz e imaginação. Entre tecidos que capturam a luz como se guardassem pequenas faíscas, bordados delicados que lembram vaga-lumes cintilando na noite e silhuetas que equilibram rigidez e suavidade, Michele conduziu o público por uma narrativa de esperança, resistência e encantamento. Inspirado em um texto de Pier Paolo Pasolini, o estilista propõe um olhar sensível para a beleza que persiste mesmo em tempos sombrios, lembrando que, assim como os vaga-lumes, as pequenas luzes da criatividade e da imaginação continuam a brilhar, desafiando a escuridão e reacendendo a percepção do mundo com poesia e delicadeza.

O retorno do color blocking e a delicadeza das contradições

O color blocking retorna com força na coleção, mas filtrado pelo olhar singular de Michele. Blocos de azul com amarelo, roxo com dourado e rosa com azul surgem em camisarias, saias lápis e calças ajustadas. A alfaiataria clássica se mistura a tecidos laminados e bordados luminosos, criando a sensação de uma luz pulsante costurada nos tecidos. Cada look traduz um diálogo entre tradição e imaginação, mostrando como a moda pode ser uma ponte entre passado, presente e futuro, entre rigor e poesia. Se havia dúvida sobre o retorno do color blocking, Michele tratou de dissipá-las. Em meio a sua alfaiataria com perfume vintage, surgiram blocos de cor vibrantes — azul com amarelo, roxo com dourado, rosa com azul — compondo uma harmonia visual que parecia dançar entre o rigor e a liberdade. A camisaria, protagonista da coleção, apareceu ao lado de saias lápis e calças ajustadas, evocando os anos 1940 e o contexto da Segunda Guerra Mundial, pano de fundo do texto de Pasolini citado no desfile.


Desfile da coleção “Fireflies” (Vagalumes) para a Valentino Verão 2026 (Vídeo: reprodução/Instagram/@eriveltonalbino_stylist)

A escolha de Michele por revisitar esse período não é casual. Ao resgatar formas e memórias, o estilista propõe uma reflexão sobre o que permanece aceso no tempo — e como a moda pode ser, ela mesma, um gesto de resistência estética. As cores vivas e os bordados luminosos criam uma sensação de vida pulsante, como se cada look carregasse pequenas centelhas de luz costuradas à superfície dos tecidos.

Romantismo maduro e faíscas de desejo

Com “Fireflies”, Michele revela uma faceta mais contida e madura de sua assinatura, sem perder o romantismo que o caracteriza. Vestidos retos, drapeados esculturais e ombros marcados dividem espaço com brilhos metálicos, tecidos laminados e bordados que captam a luz como vaga-lumes em movimento. Os acessórios simbólicos, como colares e brincos em forma de vaga-lumes, acendem cada look com um toque lúdico e sofisticado, sintetizando a poética da coleção e finalizando o desfile com a mensagem central de Michele: a moda pode reacender o olhar para a beleza, mesmo em tempos de escuridão, despertando encantamento, reacendendo a imaginação e provocando emoções. Cada faísca de criatividade ilumina o cotidiano e inspira esperança, traduzindo elegância, sensibilidade e poesia em movimento.

Valentino apresenta coleção de outono e destaca autenticidade e intimidade como performance

A marca de luxo Valentino anunciou oficialmente sua coleção de outono/inverno 2025-2026, movimentando o mundo da moda. Sob a direção criativa de Alessandro Michelle e contando com cerca de 80 peças, tanto femininas quanto masculinas, são encontradas bodys, casacos, vestidos, sapatos, saias, bolsas e acessórios, como pulseiras, colares e cintos.

Intimidade como perfomance

A chamada “Le Méta-Théâtre des Intimités” (O Meta-Teatro da Intimidade) usa o conceito que a intimidade e a identidade também são, de certa forma, uma perfomance. Divulgadas em um desfile, as peças, voltadas tanto para o guarda roupa masculino quanto feminino, chamam a atenção pelo maximalismo, autenticidade e delicadeza.



Detalhes que não passaram batido e parecem ter agradado o público foram as mangas volumosas, bodys e vestidos transparentes, casacos pesados e as bolsas, que ganharam destaque na divulgação. Sensuais e autênticas, a surpresa combina com o estilo. Para os homens, o que mais chamou a atenção foram blazers no estilo sobretudo e camisas sociais.

Transformando o comum em magnético

Pierpaolo Piccioli escolheu um banheiro público em tons de vermelho como fundo das fotos promocionais na campanha, algo que tem repercutido opiniões nas redes sociais. Segundo a marca, “é um lugar onde a identidade é refletida e cada gesto se torna uma perfomance”, combinando perfeitamente com o que deseja passar através das peças. O diretor criativo, Michelle, comentou que sua ideia era criar um lugar onde “a intimidade se joga em um ambiente geralmente considerado banal”.


 Apresentação da nova coleção (Vídeo: Reprodução/Instagram/@maisonvalentino)

Como se estivessem saindo de um lugar íntimo direto para o olho público, as modelos destacam os sapatos e casacos da coleção, já disponíveis para compra. A Valentino trouxe com destaque a cantora, compositora e embaixadora da marca Cairo, juntamente com Giuseppe Cirillo, Hana Janata, Isabella Pascucci, Shane Stevens, Aimeé Byrne, Sanique Dill, Weiyi Fang, Bukwop Kir e Paul Scally, todos pelas lentes do fotógrafo Glen Luchford.

Festival de Veneza abre 82ª edição com promessa de moda e glamour no tapete vermelho

A partir desta quarta-feira (27), a encantadora cidade de Veneza dá início à 82ª edição do seu famoso festival de cinema, que é um dos mais antigos e respeitados do mundo. Além dos lançamentos que disputam o cobiçado Leão de Ouro, o evento também é um verdadeiro desfile de moda, onde atores, diretores e figuras do entretenimento mostram produções inesquecíveis no tapete vermelho.

Entre os destaques já confirmados para esta edição estão Emma Stone, que apresenta o longa “Bugonia”, Julia Roberts, esperada para a première de “After the Hunt”, e Jacob Elordi, um dos nomes masculinos mais comentados da atual geração de Hollywood. A agenda também inclui a estreia de “Marc by Sofia“, documentário dirigido por Sofia Coppola sobre Marc Jacobs, presença garantida no red carpet.

Tapete vermelho mais dramático da temporada

O Festival de Veneza se firmou ao longo dos anos como o tapete vermelho mais teatral e estiloso do calendário do cinema. A chegada das celebridades em táxis aquáticos, que contrasta com a elegância dos trajes de gala, cria uma atmosfera única que já gerou imagens icônicas na história da moda.

Essa tradição faz com que cada nova edição seja extremamente esperada não só pelos amantes do cinema, mas também por fashionistas e grifes de luxo que competem ativamente por um lugar ao lado das estrelas. Marcas como “Valentino”, “Versace”, “Chanel” e “Armani Privé” estão sempre presentes no evento, traduzindo em vestidos, joias e também acessórios o drama que combina perfeitamente com toda a estética veneziana.

Momentos de moda que entraram para a história

De Brigitte Bardot, lá em 1958, até Zendaya, em 2021, o festival sempre trouxe uma variedade de looks que se tornaram verdadeiros ícones de estilo. A atriz francesa, por exemplo, fez história ao usar um vestido sem alças combinado com uma capa que exalava o glamour do old Hollywood.


Brigitte Bardot no Festival de Veneza em 1958 (Foto: Reprodução/Stringer/Getty Images Embed)

Já a atriz Zendaya foi aplaudida pela audácia de um vestido de couro da “Balmain”, que se moldava ao corpo como uma segunda pele, quando esteve presente na edição do Festival no ano de 2021, onde também contou com joias exclusivas pela Bvlgari.


Zendaya no Festival de Veneza em 2021 (Foto: Reprodução/Elisabetta A. Villa/Getty Images Embed)

Outros visuais que ficaram marcados na memória coletiva incluem Lady Gaga com seu vestido volumoso da “Valentino”, enquanto promovia “Nasce Uma Estrela” em 2018.


Lady Gaga no Festival de Veneza em 2018 (Foto: Reprodução/Laurent KOFFEL/Getty Images Embed)

O minimalismo etéreo de Dakota Johnson em um “Prada” em 2015, sem fazer uso de nenhum tipo de acessório de contrastasse com a escolha do look, chamando assim atenção apenas pelo uso do vestido longo.


Dakota Johnson no Festival de Veneza em 2015 (Foto: Reprodução/Kurt Krieger/Getty Images Embed)

Cada uma dessas aparições destaca assim o festival como mais do que uma mera premiação com tapete vermelho, e sim também uma verdadeira passarela de experimentação e reinvenção estética.

O retorno em grande estilo após anos desafiadores

Após a pausa causada pela pandemia e o impacto da greve do sindicato SAG-AFTRA em 2023, que diminuiu a presença de artistas nos tapetes vermelhos, Veneza recuperou todo o seu esplendor em 2024. A edição anterior foi marcada por momentos aclamados pela crítica de moda, como a aparição de Taylor Russell em um elaborado drapeado da “Loewe”


Taylor Russell no Festival de Veneza em 2024 (Foto: Reprodução/Alessandra Benedetti/Getty Images Embed)

E também Amal Clooney em um look “Versace” cheio de babados, destacando assim a conexão entre o cinema, a cultura pop e também a alta-costura.


Amal Clooney ao lado do marido no Festival de Veneza em 2024 (Foto: Reprodução/JB Lacroix/Getty Images Embed)

Agora, em 2025, a expectativa é de um festival que seja ainda mais vibrante. Além das estreias de filmes, o evento se firma como uma espécie de vitrine global de tendências, moldando assim o imaginário da moda e antecipando os movimentos que ecoam das passarelas para o dia a dia.

Moda como protagonista em Veneza

Mais do que apenas um mero coadjuvante, a moda em Veneza se destaca como a verdadeira estrela do cenário, transformando cada première em um espetáculo à parte. O festival se torna um verdadeiro laboratório de narrativas visuais, onde cada look não só expressa a identidade de quem o veste, mas também reflete toda a visão criativa dos estilistas. Essa dimensão estética, aliada ao peso histórico do evento, cria uma atmosfera onde o cinema e a moda andam de mãos dadas, e se reforçando mutuamente.

A 82ª edição deve seguir essa tradição, equilibrando homenagens ao passado com apostas contemporâneas. Para além do glamour, o festival também reflete transformações culturais, de padrões de beleza a discursos sobre diversidade e representatividade no red carpet. O que se vê em Veneza dificilmente se restringe às margens da lagoa: a cada ano, o festival dita conversas que atravessam fronteiras e influenciam temporadas inteiras no calendário da moda.

Riccardo Bellini é o novo CEO da Maison Valentino

Na última quarta-feira (20), a marca italiana Valentino nomeou o atual diretor-geral da Mayhoola, empresa controladora da famosa marca italiana, assumirá o cargo de diretor-executivo da Valentino. Após comandar marcas de alto luxo como Maison Margiela e Chloé, ele tomará posse na função na marca Valentino no dia 1º de setembro.

Após quatro anos comandando a Maison, ele assumirá o lugar de Jacopo Venturini, que deixou a posição em agosto por motivos pessoais. O presidente da Valentino, Rachid Mohamed Rachid, elogiou Belline e ressaltou “acelera o percurso” da grife.

O novo diretor-executivo

O novo CEO declarou estar “honrado” por ingressar em uma “casa de moda icônica que combina uma tradição extraordinária com uma abordagem criativa única”. Em entrevista disse: “Não vejo a hora de trabalhar com Alessandro Michele e a excepcional equipe da Valentino para celebrar os valores da Maison e escrever seu próximo capítulo”, afirmou Bellini, que traz consigo 30 anos de experiência em administração nos segmentos de moda e luxo.


Novo diretor-executivo da Maison Valentino (Foto: reprodução/redação/Ansia Brasil)

Belline dividirá seu tempo entre as sedes da Valentino em Milão, Paris e Roma. Já nessa primeira missão será visitar as equipes globais da marca para incentivá-las e despertar o entusiasmo entre os funcionários. Bellini é conhecido por seu estilo de liderança que é inclusivo, envolvente e compreensivo.

Novas ideias

A entrada de Riccardo Bellini na Valentino vai além de uma mera troca de liderança: é uma estratégia em um momento em que a marca tenta retomar sua posição em um mercado que se torna cada vez mais competitivo. A ideia é de reestabelecer a identidade criativa da Maison enquanto se ajusta às novas demandas comerciais e digitais do setor, comprometendo a conciliar a visão artística com objetivos de crescimento sustentável, digitalização e expansão internacional.


Valentino anuncia novo CEO (Foto: reprodução/Instagram/@revistazelo)

Nos últimos 18 meses, mais de seis marcas trocaram seus diretores criativos como parte da estratégia dos grupos de luxo para impulsionar as vendas e reconquistar clientes descontentes. Valentino, um queridinho das celebridades de Hollywood conhecido por seus vestidos vermelhos ousados, teve um faturamento de € 1,3 bilhão no ano passado, registrou uma queda de 2% em comparação a 2023, ano que também registrou uma diminuição nas receitas em relação ao período anterior.