Rei Charles escreve para Trump e manifesta pesar após enchentes no Texas

Em um post publicado na página da Embaixada Britânica em Washington pela rede social X, na manhã de segunda-feira (7), o Rei Charles III escreveu para o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a fim de expressar sua profunda tristeza pela trágica perda de vidas ocorridas em decorrência das enchentes que atingiram o estado do Texas (EUA) na última sexta-feira (4).

Charles ofereceu suas condolências a todas as famílias que perderam seus entes queridos e prestou uma homenagem aos voluntários que fazem parte do serviço de emergência.

É esperado que ainda este ano aconteça um segundo encontro entre Donald Trump e Charles III. De acordo com uma nota emitida pelo Palácio de Buckinghan no mês passado, o presidente dos Estados Unidos aceitou o convite para a segunda visita de Estado no Reino Unido, porém ainda não há uma data definida. A ocasião será marcada com uma rica celebração para comemorar o estreitamento dos laços dos países.

Entenda o caso

Na última sexta-feira (4), o Texas foi atingido por chuvas torrenciais causando fortes inundações.
O local atingido funcionava como colônia de férias particular com valores cristãos e direcionado apenas para meninas com idades entre sete de dezessete anos.

Chamado de Camp Mystic, o acampamento quase centenário fica em uma área de montanhas no condado de Kerrville e às margens do rio Guadalupe que rapidamente transbordou atingindo a marca de 8 metros em apenas 45 minutos.


Inundação no Texas (Vídeo: reprodução/YouTube/SBTnews)

A enchente atingiu o acampamento e vinte e sete meninas e monitoras morrem em decorrência da tragédia. De acordo com Elionor Lester de 13 anos, que fazia parte do grupo naquele dia, “o acampamento ficou completamente destruído”. As cabanas eram divididas por idade: as meninas mais velhas ocupavam a área mais elevada chamada Senior Hill e as mais novas ocupavam cabanas que ficavam na margem do Rio Guadalupe, completou ela.

As cabanas das meninas mais novas foram as primeiras a serem atingidas. Ursos de pelúcia, cobertores, colchões e outros objetos das crianças e adolescentes ficaram completamente cobertos de lama.

O que diz o acampamento

Em um comunicado divulgado nesta segunda-feira (7), o Camp Mystic lamentou a perda das 27 campistas e monitoras na tragédia causada pela inundação do rio Guadalupe e diz estar “de coração partido” assim como as famílias que estão sofrendo essa dor inimaginável. “Estamos orando por elas constantemente”, completaram.

A administração do acampamento diz que os responsáveis já estão em contato com as autoridades locais e estaduais e as operações de busca e resgate seguem ao redor do rio Guadalupe.

Prefeitura de Niterói assume traslado do corpo de brasileira morta em vulcão na Indonésia

A Prefeitura de Niterói, no Rio de Janeiro, assumiu o custeio e a responsabilidade logística pelo traslado do corpo da brasileira Juliana Marins, morta após um acidente durante uma trilha no monte Rinjani, na Indonésia. A confirmação ocorreu na noite de quarta-feira (25), após quatro dias de buscas que mobilizaram familiares, autoridades locais e apoio de brasileiros nas redes sociais. Juliana, de 37 anos, escorregou e caiu de uma encosta de aproximadamente 300 metros no último dia 20 e foi encontrada morta no dia 24.

Prefeitura assume custos após impasse com governo federal

O translado do corpo de Juliana Marins será viabilizado com recursos da administração municipal de Niterói. O prefeito Rodrigo Neves informou que conversou com familiares e formalizou o compromisso. A prefeitura também será responsável pelos processos de sepultamento.

O Ministério das Relações Exteriores informou que, segundo o artigo 257 do Decreto 9.199/2017, não está autorizado a custear despesas com traslado ou sepultamento de brasileiros no exterior, exceto em casos de natureza humanitária, condição que, segundo o órgão, não se aplicava à situação de Juliana. O Itamaraty, entretanto, prestou suporte à família com orientações consulares, emissão de documentos e contatos com autoridades indonésias.


Prefeito de Niteroi divulga custeamento em suas redes sociais (Foto: Reprodução/Instagram/@rodrigoneves_rj)

Diante da ausência de suporte financeiro do governo federal, o ex-jogador Alexandre Pato chegou a se oferecer para arcar com as despesas da repatriação. A prefeitura confirmou que, com a decisão de assumir o processo, a iniciativa do atleta não será necessária.

O corpo de Juliana foi encaminhado ao Hospital Bayangkara após ser içado do local do acidente. A necropsia será realizada nesta quinta-feira (26), antes do início do processo de repatriação para o Brasil.

Condições da trilha e falhas em segurança

Juliana Marins caiu na manhã de sexta-feira (20) enquanto fazia trilha no vulcão Rinjani, na ilha de Lombok. Segundo relatos, ela tropeçou e despencou cerca de 300 metros. Apesar de estar consciente após a queda, conseguia apenas mover os braços e olhar para cima. Um grupo de turistas que passava pelo local localizou a brasileira cerca de três horas depois e comunicou a família, utilizando fotos, vídeos e a localização geográfica.

As buscas enfrentaram condições adversas, como neblina intensa, terreno escorregadio e declives acentuados. A estrutura da operação de resgate foi criticada por familiares e por visitantes do parque, que relataram demora no socorro e ausência de sinalização adequada. Desde 2020, o local já registrou oito mortes e mais de 180 acidentes, segundo dados de autoridades locais e guias turísticos.

Juliana foi localizada morta na terça-feira (24). O resgate ocorreu na manhã seguinte, quando seu corpo foi retirado do local com auxílio de cordas e levado ao posto de Sembalun.

Oruam lidera protestos pela morte de jovem no Rio de Janeiro

Na tarde deste sábado (7), moradores do Morro do Santo Amaro, no Catete, zona sul do Rio de Janeiro, realizaram um protesto após a morte de Herus Guimarães Mendes, baleado durante uma ação da Polícia Militar (PM) enquanto participava de uma festa junina na noite da sexta-feira (6). O episódio também deixou outras cinco pessoas feridas.

Herus chegou a ser socorrido ao Hospital Municipal Souza Aguiar e, posteriormente, foi transferido em estado gravíssimo para o Hospital Glória D’Or, mas não resistiu aos ferimentos. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) já iniciou as investigações, requisitando imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos e solicitando perícias independentes.

Oruam lidera manifestações e cobra justiça

Um dos nomes mais influentes da cena musical urbana, o rapper Oruam teve participação central nos protestos. Com forte ligação com a comunidade do Santo Amaro, ele não apenas esteve presente fisicamente na manifestação, como também usou suas redes sociais para amplificar a indignação dos moradores.


Oruam abraçando a mãe de Herus (Foto: reprodução/X/@vozdacomunidade/@uendel_vn7)

“Até quando vão ficar acabando com meu povo? A gente só quer justiça”, declarou o artista em um vídeo publicado nos stories do Instagram, que rapidamente se espalhou e repercutiu nacionalmente. Oruam também registrou momentos do protesto, mostrando faixas, cartazes e a mobilização popular contra a violência policial. Sua presença impulsionou a visibilidade do caso e atraiu apoio de outros artistas e ativistas.

A morte de Herus, ocorrida em meio a uma celebração comunitária, causou comoção. A festa junina era considerada um evento pacífico e tradicional da comunidade. Testemunhas relataram pânico e correria quando os disparos começaram, transformando o que seria uma noite de alegria em uma tragédia.

PM justifica operação e autoridades investigam

A Polícia Militar informou que a ação tinha caráter emergencial e foi motivada por denúncias sobre a presença de criminosos armados disputando território. O Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) teria sido chamado diante de um suposto confronto iminente. De acordo com a corporação, os agentes só reagiram após serem atacados, em uma área distinta daquela onde acontecia a festa.

O Ministério Público requisitou o material das câmeras corporais dos policiais, o laudo necroscópico e outros documentos, buscando entender a cronologia dos acontecimentos e identificar eventuais abusos por parte dos agentes.

Feridos, investigações e desdobramentos

Das cinco pessoas feridas, quatro já tiveram alta hospitalar, e uma continua internada em estado estável. A corregedoria da PM está analisando as imagens registradas pelas câmeras dos uniformes dos agentes envolvidos na ação.

Enquanto isso, a comunidade segue mobilizada e em alerta. A presença de Oruam nos protestos serviu como catalisador para a causa, dando voz às famílias e às lideranças locais. A cobrança por justiça continua, e os desdobramentos do inquérito deverão definir os próximos passos em relação à responsabilização policial e à conduta da operação.