Botafogo vence Atlético-MG com um a menos e entra no G-4 do Brasileirão

O Botafogo repetiu na noite de ontem (20) o feito que conseguiu no dia 30/11/2024, na final da Libertadores, diante do mesmo adversário. Com um homem a menos (desde os minutos finais do primeiro tempo), a equipe carioca derrotou o Atlético -MG, no estádio Nilton Santos, por 1 a 0 e entrou no G-4 do Brasileirão.

O gol da vitória do atual campeão brasileiro foi marcado pelo uruguaio Santi Rodríguez, logo no começo da segunda etapa. Com o resultado, a equipe de Davide Ancelotti foi à 39 pontos e assumiu a 4ª colocação (podendo ser ultrapassado pelo Mirassol, que ainda joga na rodada).

Apesar do grande resultado, o técnico italiano ganhou vários problemas para a sequência do campeonato. Chris Ramos foi expulso, pouco antes do intervalo, após acertar uma cotovelada em Igor Gomes e está suspenso. Além do espanhol, Montoro, Marçal e Santi receberam o terceiro cartão amarelo e não jogam diante do Grêmio, na próxima quarta-feira (24), em jogo atrasado da 16ª rodada.

Primeiro tempo

A partida começou com pressão do Botafogo e logo apareceu a primeira chance clara de gol. Após cruzamento de Montoro, aos 19′, Vitinho apareceu como elemento surpresa na área atleticana e ficou cara a cara com Everson. Contudo, o lateral da Seleção Brasileira deixou a bola escapar do controle e perdeu grande oportunidade de abrir o placar.

O Galo equilibrou o jogo, passou a ter mais controle da posse de bola e arriscar mais finalizações. Aos 22′, Hulk, em cobrança de falta, fez Léo Linck trabalhar, assim como Reinier em cabeçada na grande área, aos 30′. Mas o lance mais perigoso da primeira etapa aconteceu aos 32 minutos, quando Reinier tabelou com Hulk, finalizou de canhota e acertou a trave esquerda do goleiro botafoguense.

Porém, aos 45′, Chris Ramos tentou se livrar da marcação de Igor Gomes e acertou o cotovelo na nuca do volante atleticano. O VAR chamou o árbitro Flávio Rodrigues e, após revisão, o camisa 9 do Glorioso acabou expulso.

Segundo tempo

Mesmo com um homem a menos, o Botafogo voltou do intervalo pressionando o Atlético e, logo aos 3 minutos, foi recompensado. Após jogada individual pelo lado esquerdo, Montoro cruzou na cabeça de Santi Rodríguez e o uruguaio não deu chances para Everson: 1 a 0 para os donos da casa.

Mesmo com um homem a mais, o Galo não conseguiu estabelecer uma pressão e pouco incomodou Léo Linck. Apesar da posse de bola na casa dos 80%, a equipe de Jorge Sampaoli viu o Botafogo terminar a segunda etapa com mais finalizações (5 contra 4) e com os 3 pontos no Rio de Janeiro.


Botafogo 1X0 Atlético-MG melhores momentos (Vídeo: Reprodução/Youtube/GE TV)

Déjà vu de 2024

Os torcedores de Botafogo e Atlético-MG viveram uma sensação de filme repetido no sábado (20). Assim como no dia 30 de novembro do ano passado, na decisão da Libertadores, os cariocas tiveram um atleta expulso no primeiro tempo e conseguiram superar os mineiros no apito final.

Na ocasião, Gregore recebeu o cartão vermelho logo aos 40 segundos de jogo. Porém, o Alvinegro Carioca se superou e derrotou o Galo por 3 a 1, conquistando o título em Buenos Aires.

 Botafogo lembra final da Libertadores e provoca Atlético-MG (Foto: Reprodução/Instagram/@botafogo)

Problemas para a sequência

Mesmo com a vitória e a entrada parcial no G-4, nem tudo são boas notícias para o Botafogo. Davide Ancelotti perdeu quatro jogadores por suspensão para a partida diante do Grêmio, na próxima quarta-feira (24), em Porto Alegre.

Montoro, Marçal e Santi que receberam o terceiro cartão amarelo, além de Chris Ramos, expulso, não poderão atuar no jogo atrasado da 16ª rodada. Além deles, Danilo, que teve uma lesão muscular constatada recentemente, também vai seguir desfalcando a equipe carioca.

Protesto da torcida atleticana

A torcida do Atlético-MG não digeriu bem outro resultado negativo no Brasileirão e foi até o aeroporto de Confins cobrar os jogadores no desembarque. Integrantes de uma das organizadas do clube mineiro protestaram e conversaram com alguns jogadores, como Guilherme Arana e Everson.

A cobrança é por uma rápida reação no campeonato nacional, já que a última vitória aconteceu no dia 3 de agosto, contra o Bragantino. O Galo ocupa a 13ª colocação com 25 pontos, apenas 3 acima do Z-4.

Pela Copa Sul-Americana, a equipe de Sampaoli tem duelo decisivo na próxima quarta-feira (24) diante do Bolívar, na Arena MRV. Após empate por 2 a 2 em La Paz, quem vencer em Belo Horizonte se classifica para a semifinal da competição internacional.

Ausência de Montoro faz Botafogo perder identidade de jogo

Em partida válida pela 22ª etapa do Campeonato Brasileiro, o Botafogo foi superado pelo São Paulo por placar de 1 a 0 no domingo (14). A equipe alvinegra, que há apenas três dias havia sido eliminada da Copa do Brasil pelo Vasco após apresentar uma desempenho apática, novamente mostrou-se incapaz de encontrar soluções ofensivas no gramado do MorumBis.

A repetição de um desempenho tão abaixo do esperado, especialmente no que tange à criatividade, salienta de forma gritante a ausência do jovem talento argentino Álvaro Montoro. O técnico Davide Ancelotti, em sua coletiva pós-jogo, foi questionado sobre a situação do atleta, um assunto que já havia sido abordado após o revés na competição nacional de eliminatórias.

O comandante italiano justificou suas escolhas táticas e detalhou os problemas físicos que afastaram o jogador dos dois compromissos. Sobre a decisão de escalar três volantes, Ancelotti foi direto: “A ideia de escalar três volantes foi primeiro pela falta de ponta direita que temos, porque Álvaro (Montoro) eu não considero que esteja preparado para jogar um jogo com a intensidade de hoje”. Já em relação ao jogo contra o Vasco, na quarta-feira anterior, o treinador havia dado mais detalhes sobre o estado do atleta, explicando: “O Álvaro (Montoro) está com um problema gastrointestinal, vomitando hoje; ele não tinha energia para jogar. O Danilo também tem um problema físico, porque teve um problema na sexta-feira, depois não treinou até ontem. Era risco demais jogar hoje para ele”.

O impacto da ausência no setor ofensivo

A falta de inventividade do Botafogo tem sido alarmante. O time demonstra sérias dificuldades em progredir com a bola e elaborar jogadas que resultem em oportunidades claras de gol dentro da área adversária. Essa carência criativa impede a geração daquele volume de chances que caracterizou o time em fases anteriores da temporada. Sem conseguir conectar o meio-campo ao ataque de forma eficiente, o Glorioso se vê obrigado a recorrer a cruzamentos ou finalizações de longa distância, ações de baixa porcentagem de sucesso. A equipe, que antes era temida pela sua verticalidade, agora parece previsível e fácil de ser neutralizada pelas defesas adversárias.

Analisando os dois últimos jogos, fica nítido que o time sente profundamente a falta da presença de Montoro em campo. Apesar de suas estatísticas não serem extraordinárias, o que é comum para um jogador de sua idade e posição, a influência do argentino vai muito além de números. Sua participação era fundamental na construção das jogadas mais perigosas e promissoras do Botafogo. Ele era o elemento diferencial, a peça capaz de desequilibrar e oferecer uma opção fora do convencional.

Montoro: a peça-chave faltante no ataque alvinegro

O jovem de 18 anos possui qualidades técnicas que o distinguem da maioria dos jogadores do elenco. Com uma capacidade de condução da bola em progressão, ele rompia linhas de marcação e avançava território, forçando a defesa rival a se reorganizar e, muitas vezes, cometendo faltas em áreas perigosas. Seus passes, executados com uma visão e um refinamento técnico acima da média para a sua experiência, eram cruciais para abrir espaços e encontrar os companheiros em posições de finalização.



Álvaro Montoro (Foto: Reprodução/Instagram/@alvaro_montoro10)

Essa combinação de drible e passe preciso é uma raridade e tinha o poder de colocar o Botafogo significativamente mais perto do gol contrário. Montoro funciona como um catalisador ofensivo, um elo que transforma a posse de bola em perigo real. Sem sua habilidade única para desbloquear defesas compactas, a equipe de Ancelotti perdeu sua principal ferramenta de criação, tornando-se excessivamente dependente de jogadas padrão e da individualidade de outros nomes, o que explica a atual seca ofensiva que preocupa a torcida botafoguense.