Lux Pascal estreia nas passarelas da Chanel e reforça representatividade na moda

A atriz, modelo e ativista transgênero Lux Pascal, fez sua estreia como modelo nas passarelas da grife Chanel na última segunda (06), durante a Paris Fashion Week (PFW) com a presença do irmão, o ator Pedro Pascal, na primeira fila do desfile. O desfile também marca a estreia de Matthieu Blazy, como diretor criativo da Chanel.

Estreia marcante

Lux Pascal, conhecida por sua atuação no cinema e por ser defensora dos direitos LGBTQI+, desfilou pela primeira vez para a prestigiada maison francesa, Chanel, durante a apresentação da coleção primavera-verão 2026, assinada pelo estilista Matthieu Blazy. O desfile, um dos mais aguardados da temporada, resgatou elementos clássicos do legado de Coco Chanel, repaginados com uma visão contemporânea de inclusão e renovação.

O momento não foi apenas marcante por se tratar de sua primeira participação em um dos desfiles mais emblemáticos do circuito internacional de moda, mas também pelo simbolismo, já que Lux é uma mulher trans em ascensão na indústria do entretenimento e agora conquista espaço também, na moda de alto padrão, um setor historicamente excludente. Em entrevista ao site The Cut, Lux definiu essa experiência com a expressão francesa: “mon coeur” (“meu coração”), destacando a emoção vivida no momento. A atriz acredita que a coleção celebra diversidade e novas possibilidades dentro da moda tradicional.


Lux Pascal na PFW, Chanel primavera-verão 2026 (Foto: reprodução/Instagram/@clasebasica)

Trajetória profissional e apoio familiar

Natural do Chile e radicada nos Estados Unidos, Lux Pascal, 33 anos, começou sua carreira como atriz em produções teatrais no Chile, ela é formada em teatro pela Pontifícia Universidade Católica do Chile e pela renomada Juilliard School, em Nova York; ganhou reconhecimento internacional em produções como Narcos, da Netflix, e como protagonista do longa que estreou este ano, “Miss Carbón”, uma coprodução entre Argentina e Espanha. Desde que se assumiu publicamente como mulher trans, em 2021, ela tem se tornado uma referência de representatividade no entretenimento e na moda.


Pedro Pascal usa camiseta "Protect The Dolls" e ao lado da irmã Lux, na pré-estreia de "Gladiador 2"(Foto: reprodução/Dave Benett/Gareth Cattermole/Getty images Embed)

O apoio do irmão mais velho, Pedro Pascal, tem sido constante, ele frequentemente expressa apoio à irmã em entrevistas, premiações e redes sociais. Em momentos importantes, como durante políticas transfóbicas do governo Trump, ele se posicionou com firmeza e defendeu publicamente os direitos da comunidade trans, enfrentando figuras como a escritora J.K. Rowling e o Presidente dos Estados Unidos Donald Trump, ao usar uma camiseta com a frase “Protect The Dolls”, criada pelo estilista norte-americano Conner Ives, como forma de protesto.

Chanel apresenta estreia de Matthieu Blazy com acessórios em destaque

O mundo da moda voltou os seus olhares para Paris na última segunda-feira (6), quando Blazy apresentou sua primeira coleção à frente da Chanel. A estreia confirmou a expectativa de um novo capítulo para a Maison, unindo tradição e inovação em cada detalhe.

A chegada de Matthieu Blazy à direção criativa da Chanel foi celebrada com um desfile memorável. Além da presença de celebridades como Bruna Marquezine e Ayo Edebiri na fila A, a coleção destacou a essência da marca francesa, mas também deixou claro o olhar contemporâneo do novo estilista. Os acessórios, em especial as bolsas, surgiram como protagonistas e anteciparam o que promete ser desejo imediato das próximas temporadas.

A estreia de Matthieu Blazy na Chanel

Blazy conhecido por sua capacidade de resgatar códigos clássicos e interpretá-los de forma atual, mostrou que está pronto para levar a Chanel para outro nível. Sua estreia foi acompanhada por expectativas elevadas, já que assumir a direção criativa de uma maison tão icônica carrega uma enorme responsabilidade.


Matthieu Blazy apresentou sua primeira coleção à frente da Chanel (Vídeo: reprodução/Instagram/@chanelofficial)

No desfile, Blazy apresentou uma coleção que transitou entre a herança da Chanel e uma visão fresca para o futuro. O equilíbrio entre sofisticação e modernidade ficou evidente nos cortes refinados, nas texturas elaboradas e no styling ousado, que reforçou sua assinatura criativa.

Bolsas roubam a cena

Embora os looks tenham atraído olhares e aplausos, foram os acessórios que se destacaram como o verdadeiro ponto alto da apresentação. As bolsas surgiram em versões estruturadas, bordadas e com detalhes inovadores, reafirmando o lugar da Chanel como referência no segmento.


Chanel surgiu com nova versões de bolsas no desfiles (Vídeo: reprodução/Instagram/@chanelofficial)

Os modelos variaram entre peças clássicas repaginadas e criações inéditas, mostrando a versatilidade da coleção. Do atemporal tweed a materiais mais experimentais, as bolsas representaram não apenas um complemento, mas um elemento central da narrativa criada por Blazy para a primavera-verão 2026.

Uma fila A estrelada

O clima de celebração não se limitou à passarela: a plateia foi composta por nomes de destaque da moda, cinema e música. Entre eles, Bruna Marquezine e Ayo Edebiri marcaram presença, reforçando o caráter internacional e glamouroso do evento.



A presença de celebridades garantiu ainda mais visibilidade para a estreia, consolidando o desfile como um dos momentos mais comentados da Semana de Moda de Paris. Esse encontro entre moda e cultura pop reforçou a relevância da Chanel no cenário contemporâneo.

A estreia de Matthieu Blazy na Chanel não apenas confirmou o talento do estilista, como também apontou o futuro da maison. Com uma coleção que equilibra tradição e inovação, o desfile entrou para a história recente da moda. No entanto, foram os acessórios — especialmente as bolsas — que garantiram o protagonismo e mostraram quais serão os desejos da próxima temporada.

Matthieu Blazy faz estreia na Chanel com coleção primavera/verão 2026

Uma das estreias mais aguardadas do mundo da moda, aconteceu ontem (06) em Paris. Matthieu Blazy, substituindo Virginie Viard, fez sua estreia com a coleção primavera/verão 2026, com peças repaginadas. Bruna Marquezine, Pedro Pascal, Naomi Campbell, Nicole Kidman e outras celebridades, estava presentes na Fileira A do desfile para a grande estreia do novo diretor criativo de uma das maisons mais tradicionais e famosas.

Matthieu Blazy aposta em looks repaginados

Logo no início do desfile, Matthieu Blazy apresentou um conjunto de alfaiataria clássico da maison Chanel, reimaginado com um caimento diferente, mais relaxado e com mais volume. Trazendo seu próprio estilo para a marca, o diretor criativo trouxe looks clássicos para o presente, porém, com caimentos novos, dando um ar ainda mais elegante para as peças. Além da alfaiataria, peças com risca-de-giz, estampas florais e até mesmo a clássica camisa branca, também estavam presentes na coleção, em um misto de nostalgia e futuro.


Estreia de Matthieu Blazy em Paris (Foto: reprodução/Anne-Christine Poujoulat/Getty Images Embed)

Aproveitando os ateliês de trabalho artesanal que a Chanel tem em Paris, Matthieu conseguiu trazer diversos elementos para as peças: plumas, penas e bordados. As cores também estavam presentes nas peças, combinando com o cenário de sistemas planetários, fazendo o público viajar no próprio universo do diretor criativo.


Estreia de Matthieu Blazy em Paris (Vídeo: reprodução/Instagram/@chanelofficial)

Os acessórios também foram um show à parte. Se para a produção de beleza foi optado um visual mais clean, os acessórios tomaram o caminho contrário. Broches de flores, gargantilhas e brincos gigantes, completavam os looks das modelos. Além disso, as bolsas maxi também chamaram atenção do público.

Sobre Matthieu Blazy

Nascido na França e filho de uma historiadora e um especialista em Artes, Matthieu estudou em Bruxelas, na escola La Cambre, em 2006. Antes de se formar, ele fez um estágio na Balenciaga, que tinha Nicolas Ghesquière como diretor criativo da época. Logo após isso, trabalhou com Raf Simmons, na marca homônima do designer belga. Em 2011, ele foi para a Maison Margiela, onde criou a máscara de cristais, uma de suas criações mais famosas dentro da casa. Em 2014, trabalhou ao lado de Phoebe Philo, na Céline. Dois anos depois, voltou a trabalhar com Simmons da Calvin Klein.

Em 2018, após ser desligado da Calvin Klein, Matthieu largou a moda e trabalhou ao lado do artista plástico Sterling Ruby. Em 2020, Daniel Lee o contratou para trabalhar ao seu lado na Bottega Veneta. Um ano depois, Lee saiu da direção criativa da marca, e Matthieu o substituiu. Nesta época, Blazy já tinha um currículo extenso, porém foi sua primeira oportunidade à frente de uma marca. Isso fez com que seu nome fosse mais reconhecido no cenário da moda, se tornando um dos nomes mais importantes da atualidade.