Jair Bolsonaro pode ficar inelegível até 2060

Jair Bolsonaro foi condenado nesta quinta-feira (11), pelo STF, obtendo uma pena de 27 anos e 3 meses de prisão a respeito da “trama golpista”, dando inelegibilidade política válida por oito anos após o término da pena. A medida foi aplicada com base nas sanções estabelecidas pela Lei da Ficha Limpa, que impede candidaturas de quem foi condenado por órgão colegiado.

Já estava inelegível

O ex-presidente já tinha recebido a notícia de que já seria inelegível até 2030, porém, com essa nova medida dado pelo Supremo Tribunal Federal, há chances de esse tempo se estender ainda mais. Dependendo do desfecho dos processos de execução da pena e dos recursos cabíveis. A sanção significa que, mesmo após cumprir eventual pena, ele precisará esperar mais oito anos para voltar a concorrer. E com todo esse desfecho, ele pode ficar sem se eleger até 2060

Crimes atribuídos e penas aplicadas

Os réus foram condenados por uma série de delitos graves, entre os quais: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolir violentamente o Estado Democrático de Direito, dano qualificado pela violência, grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado. A pena principal imposta a Bolsonaro foi de 27 anos e 3 meses de prisão, em regime inicialmente fechado. E é a primeira vez na história que um ex-presidente sofre condenação por tentativa de Golpe de Estado.


Um dos julgamentos de Bolsonaro pelo STF (Foto: reprodução/Arthur Menescal/Getty Images Embed)

Reações e recursos legais

A defesa manifestou discordância em relação às decisões, criticando o que considera excessos. Os réus ainda têm direito a recorrer, podendo apresentar embargos ou outros tipos de recursos que possam modificar parte das penalizações ou das condições de cumprimento da pena. Até que os processos transitem em julgado, ou seja, que não haja mais possibilidade de recurso, as sanções como inelegibilidade não terão efeito prático completo.

Pablo Marçal é condenado novamente e segue inelegível por oito anos

A Justiça Eleitoral de São Paulo voltou a barrar os planos eleitorais de Pablo Marçal (PRTB). O empresário foi declarado inelegível até 2032 por irregularidades cometidas durante a campanha à Prefeitura da capital paulista, incluindo abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e captação ilícita de recursos. Esta é a terceira condenação do tipo sofrida por ele só neste ano e, até o momento, todas ainda podem ser contestadas na Justiça.

Na decisão, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz classificou como “altamente reprováveis” atitudes do ex-candidato, como espalhar ofensas a adversários, entre elas, a acusação de que Guilherme Boulos seria usuário de drogas e sugerir que a deputada Tábata Amaral se beneficiava de recursos públicos de forma irregular. Também pesou contra Marçal a tentativa de desacreditar o sistema eleitoral, ao vincular a Justiça Eleitoral à corrupção.

Irregularidades nas redes sociais

Além das acusações anteriores, a Justiça Eleitoral apontou que Pablo Marçal violou o princípio da isonomia ao divulgar, em suas redes sociais, um link com artes para confecção de bonés, adesivos, santinhos e bandeiras, incentivando os eleitores a imprimirem os materiais por conta própria, incluindo a transferência do ônus dos gastos de campanha, com a colocação do CPF do doador e do CNPJ da gráfica responsável.

Durante a campanha, Marçal também realizou sorteios de bonés para quem marcasse pessoas nas redes, ofereceu prêmios em dinheiro para quem compartilhasse seus conteúdos e utilizou influenciadores digitais para ampliar seu alcance após ter seus perfis temporariamente suspensos. O juiz Antonio Maria Patiño Zorz destacou a gravidade dessas condutas, mesmo sem o réu ter sido eleito ou avançado ao segundo turno.


Pablo Marçal em recente postagem no Instagram (Video: Reprodução/Instagram/@pablomarcal1)

Resposta de Pablo Marçal

Em nota oficial, Pablo Marçal declarou que recebeu a decisão da Justiça Eleitoral com tranquilidade, ressaltando sua plena convicção de inocência diante das acusações. Ele afirmou estar seguro de que as instâncias superiores, tanto em São Paulo quanto no Tribunal Superior Eleitoral, irão reavaliar e rever o caso, reforçando sua confiança no processo judicial.

O empresário também destacou sua fé na Justiça como um mecanismo legítimo para garantir o equilíbrio e a busca pela verdade, mostrando-se otimista quanto ao desfecho dos recursos que serão apresentados. Segundo ele, continuará lutando para que sua inocência seja reconhecida e para que a transparência prevaleça no cenário eleitoral.

Histórico de condenações

Em fevereiro, o juiz Antonio Maria Patiño Zorz condenou Pablo Marçal por oferecer apoio político em troca de doações de R$ 5 mil para sua campanha, configurando financiamento irregular. Marçal divulgava vídeos incentivando o impulsionamento de candidatos a vereador de partidos fora da esquerda, além de espalhar informações falsas sobre o sistema eleitoral e fazer propaganda negativa contra adversários.

Em abril, Marçal foi novamente condenado por abuso de poder econômico, uso indevido dos meios de comunicação e captação ilícita de recursos, resultando em inelegibilidade por oito anos. A decisão acolheu parte da ação do PSB, partido da ex-adversária Tábata Amaral, que denunciou o impulsionamento ilegal de vídeos nas redes sociais. Segundo o juiz, os conteúdos pagos alcançaram milhões de seguidores no TikTok, YouTube e Instagram, ampliando o impacto irregular na campanha.