Google inaugura nova fase da Busca ao integrar o Gemini 3

Em um movimento que sinaliza a direção estratégica da companhia para os próximos anos, o Google lançou o Gemini 3 e colocou o novo modelo de inteligência artificial no centro do seu produto mais valioso: a Busca. A decisão marca uma mudança de postura da empresa, que pela primeira vez libera uma geração de modelo já acoplada ao mecanismo que molda o trânsito de informação na internet há mais de duas décadas.

Uma nova lógica para pesquisar

A partir do Gemini 3, a Busca deixa de atuar apenas como ponte entre o usuário e páginas externas e passa a funcionar como uma espécie de “coautor de respostas”. Em vez de oferecer uma lista de links, o sistema agora é capaz de produzir sínteses, gerar visualizações dinâmicas e oferecer explicações mais longas, tudo baseado na consulta feita.

Internamente, engenheiros do Google descrevem o modelo como o mais avançado já implantado em escala comercial, com capacidade de interpretar contextos complexos e relacionar dados de maneira mais profunda. Essa evolução coloca a empresa em vantagem numa corrida global que movimenta desde Big Techs até startups emergentes.

Interatividade e raciocínio ampliado

O novo modo da Busca, disponível inicialmente para assinantes dos planos premium de IA da empresa, permite respostas multimodais: gráficos gerados em tempo real, comparações, esquemas, pequenas simulações e outras apresentações que antes estavam restritas a demonstrações laboratoriais.

Mas o ponto central é o raciocínio. O Gemini 3 consegue, por exemplo, decompor consultas em subproblemas, cruzar fontes diversas e reconstruir uma resposta mais completa do que as versões anteriores do modelo, um reflexo direto do que o Google vem chamando de “raciocínio de múltiplas etapas”.


Imagem de tela inicial nova do gemini 3 (Foto: reprodução/x/@godofprompt)


Agentes de IA e automação avançada

Outro braço do lançamento é o novo agente inteligente da empresa, pensado para executar tarefas mais longas e sequenciais — como extrair informações de e-mails, organizar documentos ou auxiliar em planejamento de viagens. A proposta é disputar espaço com assistentes autônomos de outras plataformas que já começam a ganhar mercado.

Para desenvolvedores, o Google apresentou uma nova IDE especializada em IA, desenhada para criação de agentes programáveis e fluxos automatizados. A intenção é consolidar um ecossistema onde o Gemini 3 não é apenas um modelo, mas um componente operacional.

Efeitos colaterais e tensões

O avanço, contudo, reacende debates que já vinham ganhando força. A geração de respostas completas dentro da própria Busca pode reduzir o tráfego enviado para sites jornalísticos, blogs, serviços e páginas especializadas, um modelo de distribuição que sustentou financeiramente boa parte da internet por duas décadas.

Empresas de mídia e produtores independentes acompanham a mudança com cautela. Enquanto o Google argumenta que a nova tecnologia melhora a qualidade da informação e reduz respostas enganosas, críticos temem que o sistema concentre ainda mais poder em um único ponto da web.

O que vem a seguir

A companhia planeja ampliar gradualmente o acesso ao Gemini 3, testando versões mais robustas em ambientes controlados antes de liberá-las para o público geral. A estratégia sugere que a Busca deve se transformar nas próximas semanas em um terreno de experimentação contínua, onde a IA deixa de ser ferramenta periférica e passa a ser protagonista.

Se o movimento dará ao Google a liderança incontestável da era da IA, ou se abrirá novas frentes de disputa, será definido não apenas pela tecnologia, mas pela reação de usuários, governos e todo o ecossistema digital que depende do buscador para existir.

Nano Banana: ferramenta do Gemini mantém características em imagens geradas por IA

Um dos maiores problemas para quem utiliza a inteligência artificial para gerar inúmeras imagens pode ter sido solucionado. O Google lançou uma nova ferramenta que permite manter as mesmas características em uma sequência de imagens que se utiliza de uma mesma pessoa ou objeto.

Com o nome inusitado de Nano Banana, a ferramenta faz parte do sistema Gemini 2.5 Flash e é o programa mais avançado de inteligência artificial criado pelo Google. Além de gerar imagens, o programa também edita imagens já existentes e de graça.

Características

O programa, integrado ao Gemini, realiza a criação ou edição de imagens por meio de comandos textuais, os prompts. As imagens geradas possem marca-d’água SynthID, que identificam a utilização de inteligência artificial.

Com a nova ferramenta, agora é possível criar uma sequência de imagens e manter um personagem ou objeto. Com isso, profissionais do ramo de publicidade ou criadores de histórias em quadrinhos serão beneficiados com o recurso.

Outra vantagem do Nano Banana sobre os programas já existentes no mercado é que a imagem pode ser criada ou alterada em segundos. Esta característica beneficia criadores de conteúdo que realizam produção em larga escala.

Embora o Gemini já possua o Veo como ferramenta para criação de vídeos, o Nano Banana pretende ser de grande utilidade para o usuário que utilizar o programa, pois a estabilidade de personagens e objetos nas fotos também é possível em vídeos.


Divulgação da ferramenta Nano Banana (Foto: reprodução/X/@GeminiApp)

IA x realidade

Uma ferramenta com a capacidade de gerar imagens e vídeos com mais realismo reacende a discussão sobre a capacidade de manipulação de conteúdo. Embora o Google reafirme possuir mecanismos de segurança com o intuito de identificar o que é gerado por inteligência artificial, existe a preocupação de conteúdo deepfake circulando pela internet, o que pode gerar confusão.

O Nano Banana está disponível no Google AI Studio e no Vertex AI. O acesso é gratuito.

Nova linha de smartphones Pixel 10 do Google chegam ao mercado

Na última quarta-feira (20), o Google lançou sua nova linha de smartphones. O Pixel 10 chega ao mercado de telefonia em quatro modelos: básico, Pro, Pro XL e Pro Fold, que é a versão dobrável do aparelho.

Um dos destaques do novo modelo é o Magic Cue, uma atualização do Gemini, a inteligência artificial do Google. Os preços podem variar entre US$ 799 (cerca de R$ 4.381) e US$ 1.199 (o equivalente a R$ 10.962)

Explicando o Magic Cue

O novo modelo Pixel 10 apresenta uma espécie de atualização do Gemini, a inteligência artificial do Google. Denominada de Magic Cue, a ferramenta permite antecipar o desejo do usuário, com o chatbot realizando uma busca na vida digital e exibindo informações relevantes no celular exatamente quando for preciso.

Ao receber uma mensagem de um amigo convidando para um café, o Magic Cue irá sugerir uma cafeteria nas proximidades e mostrará o calendário junto com suas mensagens para que o usuário possa verificar qual o melhor dia para estar presente. Ou caso queira viajar e faça uma ligação para uma companhia aérea, a ferramenta exibirá automaticamente as informações de reserva do Gmail no aplicativo do celular.

A ferramenta trabalha este recurso graças ao novo chip Tensor G5, que executa o Magic Cue e outras ferramentas de IA localmente em um dispositivo. Segundo Leo Gebbie, analista principal da empresa de pesquisa CCS Insight, o Google agora consegue reunir seus aplicativos (Maps, Gmail, Agenda e outros) com as informações pessoais do usuário, possibilitando uma melhor experiência.


Exibição do modelo Pixel 10 Pro XL (Vídeo: reprodução/X/@madebygoogle)

Outros recursos

Os modelos Pixel 10 possuem Pixelsnap, um sistema de ímãs integrados que permitem que eles se encaixem em carregadores sem fio Qi2, suportes, gabinetes e outros acessórios. O carregador oficial da Pixelsnap do Google custa em torno de US$ 40 (ou US$ 70 com um suporte) e atinge velocidades de até 25W.

O Google também promete até sete anos de atualizações de sistema operacional, segurança e Pixel Drop para cada novo dispositivo da linha Pixel. Além disso, os aparelhos possuem classificação IP68 para resistência à água e poeira, incluindo o Pixel 10 Pro Fold, tornando-o o dobrável mais durável do mercado.

Uma outra novidade da linha é o Gemini Live, um recurso que possibilita uma espécie de bate-papo com o usuário acerca do que o telefone está “vendo” na tela. E também há o Camera Coach, o recurso de fotografia que sugere tipo de luz e enquadramento para o registro da melhor imagem.

Pixel 10: o novo smartphone do Google com 100% de integração IA

Apresentada semana passada na quarta-feira (20), a linha Pixel 10, pertencente ao Google, traz smartphones com a promessa de inovar o uso dos dispositivos móveis entre os usuários. O diferencial nos aparelhos Pixel é a implementação do Gemini, a inteligência artificial do Google, em todo o sistema de software.

O lançamento oficial aconteceu no evento “Made by Google” que ocorre anualmente em New York. Este ano, as apresentações e palestras tiveram o foco no apelo ao consumidor e não nos detalhes técnicos, como sempre foi. Nas demonstrações de novidades com a linha Pixel, algumas celebridades fizeram parte do evento, como os Jonas Brothers e o apresentador de talk show Jimmy Fallon.

Pixel 10

Além de um design dobrável sem engrenagens, permitindo uma maior durabilidade do dispositivo, o Pixel 10 Pro Fold tem uma resistência alta à poeira e à água. O Google garante que as melhorias permitem que o smartphone dure muito mais que as versões anteriores.


Apresentação em vídeo do Pixel 10 Pro (Vídeo: reprodução/YouTube/@madebygoogle)

Com até 30 horas de uso e carregamento veloz, o lançamento está equipado com o novo processador Tensor 5G, feito pelo próprio Google, da Alphabet. O sistema otimiza o uso de câmeras implementado com o Gemini e inclui recursos como a Tela Dividida, Foco e Zoom da câmera aprimorados e outras funções diretamente relacionadas à IA Gemini.

A empresa também enfatizou a otimização de alguns aplicativos presentes no Android, visando melhorar a experiência em jogos que exigem bastante do software, como o “Disney Speedstorm”. Streamings também foram aprimorados, como a Netflix e o Disney+.

Estratégia

Com os novos celulares, a estratégia do Google não se trata de competir entre os números de vendas com outros fabricantes grandes e sim compartilhar novas tecnologias que já são possíveis de serem implementadas para smartphones. O objetivo é que os recursos apresentados se espalhem pelos fabricantes, desenvolvendo sistemas semelhantes para outros dispositivos.

Independente das grandes novidades, a linha Pixel e principalmente o Pixel 10 seguem com valores altos dos principais concorrentes do mercado, ali entre os 700 e 900 dólares, valores considerados aos “smartphones premium”. O produto não será comercializado no Brasil.

Nova atualização do Google Fotos permite edição por voz

A atualização do Google Fotos promete facilitar a vida dos usuários com seu novo recurso de edição de imagens. O que antes somente era feito manualmente, agora poderá ser realizado mediante a voz. O anúncio ocorreu no lançamento de sua linha de smartphones Pixel 10, que serão os primeiros aparelhos a ter o novo recurso de edição.

Como medida, a empresa lança também credenciais que mostram quando uma imagem for editada ou conter alterações com inteligência artificial. O objetivo é coibir possíveis problemas relacionados a notícias falsas ou sobre direitos autorais.

Praticidade

Antigamente, para editar uma foto, era necessário ter domínio de diversos programas, como o Photoshop. Mas, com a atualização do Google Fotos, o que era algo difícil e que demandava tempo, agora poderá ser feito com praticidade.

Com o novo recurso, os usuários podem pedir diretamente ao aplicativo para fazer edições como “remover fotos de fundo”, “restaurar foto antiga”, “corrigir as cores desbotadas e adicionar nuvens ao céu”, ou simplesmente dizer “melhorar a imagem”. Após o comando, a inteligência artificial do Google, o Gemini, aplica as alterações instantaneamente e pode refinar os resultados se a primeira tentativa não for a correta.

Além disso, o usuário poderá fazer alterações divertidas nas imagens, como chapéus de festa ou óculos de sol. Para a empresa, esta atualização é importante para promover inclusão digital daqueles que possuem pouco ou nenhum conhecimento em edição.

Contudo, a praticidade na edição de imagens levanta a questão sobre manipulação e até onde uma foto pode ser considerada real ou produto da inteligência artificial.


Demonstração de como utilizar a nova atualização (Vídeo: reprodução/X/@madebygoogle)

Credenciais de conteúdo

Visando minimizar o problema, o Google incorporou na atualização do programa, Credenciais de Conteúdo C2PA. Elas permitem mostrar informações sobre como e quando uma imagem foi capturada ou alterada.

Essas credenciais se unem a medidas já existentes, como metadados IPTC e marcas d’água SynthID do Google, que criam um sistema em camadas para sinalizar quando a inteligência artificial está envolvida.

Disponibilidade

A atualização do Google Fotos, por hora, estará disponível apenas para o novo modelo de smartphone Pixel 10. Para os modelos Android e IOS, a atualização é prevista para ocorrer nas próximas semanas.