Ministério da Justiça unifica dados de pessoas desaparecidas

O Ministério da Justiça fez nesta quarta-feira (27) o lançamento do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. O objetivo do cadastro é unificar o registro de pessoas desaparecidas para tornar as buscas mais rápidas por meio de uma base de dados unificada.

Cadastro nacional funciona com três bancos de dados

O Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas não é algo novo no Brasil. Este cadastro existe desde 2019 e faz parte de várias políticas já inventadas para resolver esta situação.

Ele é formado por três formas que buscam reunir informações públicas, sigilosas e genéticas visando facilitar a busca por pessoas desaparecidas.

Essas informações já eram acolhidas pela Polícia Civil de todos os estados que agora ao invés de ter um programa próprio para isso, irão colocar as informações no mesmo portal para facilitar o cadastro e encontro de pessoas e também unificar as informações.


Site do Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas do Ministério da Justiça (Foto: Reprodução/CNPD)

A inserção destes dados será feita pela Polícia Civil do Estado onde aconteceu o desaparecimento após autorização da família e análise das circunstâncias de cada caso.

No portal, será possível compartilhar o banner feito pela polícia nas redes sociais, prestar informações sobre desaparecidos por meio do disque denúncia, e-mail ou WhatsApp e utilizar filtros presentes no site de acordo com estado, nome do desaparecido e idade.

Além disso, agora, será possível ver a veracidade do banner mediante um QR code que acompanha cada banner a partir de agora.

Apesar de ser algo nacional, apenas os estados do Acre, Alagoas, Amazonas, Sergipe, Rondônia, Amapá, Bahia, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Norte, Roraima e Tocantins aderiram ao cadastro.

Ministério faz recomendações para a população

O Ministério da Justiça também divulgou durante o lançamento algumas informações para a população sobre o que fazer em caso de desaparecimento de alguma pessoa.

Segundo o ministério, o primeiro passo é comunicar no menor tempo possível o desaparecimento da pessoa com o máximo de informações em relação ao desaparecido e ao desaparecimento.

Outro cuidado é com a divulgação do cartaz do desaparecimento divulgando apenas os contatos fornecidos pela polícia como o disque denúncia local, e-mail e WhatsApp ou números nacionais com 181 e 197.

Ao todo, foram cerca de 220 desaparecimentos registrados apenas no primeiro semestre de 2025. Atualmente, mais de 86 mil desaparecimentos estão registrados no CNPD.

Ministério dá dicas para evitar desaparecimento de menores

Além das dicas para reportar desaparecimentos, o Ministério da Justiça também deu dicas para evitar desaparecimentos de menores.

O primeiro passo é ter atenção com o menor, principalmente em multidões e eventos públicos segurando sua mão e sem o perder de vista. O Ministério afirma ainda que tirar documentos de identificação como RG ou CPF desde pequenos é um grande passo para identificar mais facilmente o menor.

Marcar sempre pontos de encontro em locais públicos, monitorar o uso de redes sociais e orientar a criança desde cedo a saber seu nome completo, nome completo dos pais, telefones importantes e endereço da residência. 

Chuvas intensas afetam o Rio Grande do Sul e causam prejuízos à população

Desde a última segunda-feira (16), o Rio Grande do Sul enfrenta temporais que já provocaram duas mortes, o desaparecimento de uma pessoa e a remoção de mais de 2,2 mil moradores de suas casas, conforme atualização divulgada pela Defesa Civil nesta quarta-feira (18).

Ao menos 58 municípios gaúchos enfrentam transtornos causados pelas chuvas, como alagamentos, deslizamentos de terra e danos em casa, rodovias e pontes. Segundo a Defesa Civil, milhares de moradores estão fora de casa, entre desalojados e desabrigados. Nesta quarta-feira (18), os rios Taquari e Caí ultrapassaram o nível de inundação, elevando o risco nas regiões dos Vales e Metropolitana.

Chuva supera a média do mês e causa emergência em diversas cidades

Em apenas 48 horas, Porto Alegre registrou cerca de 125 mm de chuva, volume superior à média esperada para todo o mês de junho, que é de 115 mm, segundo dados do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden).

Em municípios do interior, a situação é ainda mais grave. Em Cachoeira do Sul, São Borja e Jaguari, o acumulado ultrapassou 300 mm nos últimos dois dias. Somente em Jaguari, mais de 1,2 mil pessoas precisaram deixar suas casas. O Rio Jaguari, que atravessa a cidade, atingiu a marca de 13 metros, mais que o dobro do nível habitual, de 6 metros. Diante do cenário, o município decretou situação de emergência nesta quarta-feira (18).

Outro exemplo extremo foi registrado em Quevedos, na Região Central do estado, onde a precipitação em 48 horas chegou a 371,8 mm, segundo a Agência Nacional de Águas (ANA).


Governo do Rio Grande do Sul divulga registros que mostram os efeitos das fortes chuvas no estado, com imagens de áreas alagadas e regiões afetadas. Foto e Vídeo: (Reprodução/Instagram/@governo_rs)

Duas mortes confirmadas e buscas por desaparecido

As chuvas intensas que atingem o Rio Grande do Sul já provocaram duas mortes confirmadas e deixaram uma pessoa desaparecida até a tarde desta quarta-feira (18), conforme informações da Defesa Civil.

Em Candelária, no Centro do estado, uma mulher de 54 anos, identificada como Geneci da Rosa, faleceu após o carro em que estava ser arrastado pela correnteza. O veículo foi levado pela força da água durante a enxurrada e o corpo da vítima foi encontrado pelos bombeiros na terça-feira (17). Ela estava acompanhada do marido, um homem de 65 anos, que também desapareceu no mesmo episódio. As equipes do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul, com apoio de bombeiros voluntários, retomaram as buscas nesta quarta-feira, mas até o momento ele não foi localizado.

Outro caso fatal ocorreu na Serra Gaúcha, entre os municípios de Caxias do Sul e Nova Petrópolis. Um jovem de 21 anos, identificado como Mario César Trielweiler Gonçalves, morreu após a cabeceira de uma ponte ceder. O carro onde ele estava caiu no rio e foi arrastado pela força da água. As circunstâncias do acidente reforçam o alerta das autoridades para os riscos nas estradas atingidas pelas chuvas, com estruturas comprometidas e alto volume de água.