Israel ataca a Síria com bombardeios

Israel lançou um bombardeio contra o prédio do Ministério da Defesa da Síria, localizado na capital Damasco, nesta quarta-feira (16). O ataque foi registrado ao vivo por um canal de televisão, o Al Jazeera. Segundo informações da AFP, três pessoas morreram e 34 ficaram feridas. O governo sírio afirma que entre as vítimas estão mulheres e crianças.

No vídeo divulgado pela empresa de comunicação, é possível ver uma fumaça escura em volta da estrutura, além de destroços sendo arremessados após as explosões. Já em um programa da “TV Syria” o momento da explosão foi documentado a partir da visão da janela do estúdio.

Motivos

O governo israelense atacou a Síria durante essa semana, motivado pela proteção dos drusos, de acordo com Israel. Os drusos são uma comunidade religiosa árabe que vivem no sul da Síria e em regiões ocupadas por Israel, como as Colinas de Golã. Ambos os países dividem fronteira.

A Síria enxerga o ataque como “uma política sistemática adotada pela entidade israelense para inflamar a tensão, criar caos e minar a segurança na Síria“.


Vídeo da explosão (Vídeo: reprodução/Instagram/TV Syria/@vireijornalista)

O que dizem

O Ministério das Relações Exteriores e Expatriados da Síria publicou uma nota na rede social X (antigo Twitter) repudiando os atos realizados pelo país vizinho. “A República Árabe Síria condena nos termos mais fortes a traiçoeira agressão israelense que teve como alvo instituições governamentais e instalações civis na capital“.

Ainda na carta, o Ministério apela à comunidade internacional para medidas urgentes para pôr fim às agressões ao território israelense.

Já o Porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, escreveu também via X: “[o ministro] enfatizou o fenômeno recorrente de massacres e ataques contra minorias na Síria: alauítas, curdos, drusos e cristãos – tanto por forças do regime sírio quanto por gangues jihadistas que o apoiam“, ou seja, que o Ministro Sa’ar conversou com a Alta Representante da União Europeia para Relações Exteriores, assim como de outros países.

Homem-bomba ataca igreja em Damasco e mata pelo menos 20 pessoas

Um atentado suicida durante uma cerimônia religiosa deixou ao menos 20 mortos e 52 feridos na manhã deste domingo (22), em uma igreja na região metropolitana de Damasco, capital da Síria. O atentado atribuído ao grupo Estado Islâmico é o primeiro desse tipo desde a queda do ex-presidente Bashar al-Assad e ocorre em um momento de grande tensão no país.

Explosão interrompe missa e espalha pânico

O atentado aconteceu na Igreja Ortodoxa Grega Mar Elias, no bairro de Dweil’a, durante um momento de oração. Segundo relatos de testemunhas e informações de autoridades locais, o agressor entrou no templo armado, abriu fogo contra os fiéis e em seguida detonou o colete explosivo que carregava. Entre os mortos e feridos há crianças, conforme a imprensa local.

As equipes de resgate chegaram rapidamente ao local, enquanto vídeos nas redes sociais mostravam cenas de desespero dentro e ao redor da igreja. O Ministério do Interior da Síria confirmou que o autor do atentado era ligado ao Estado Islâmico. A ação interrompe um período de relativa calma em Damasco, desde que forças rebeldes tomaram o poder em dezembro.


Ataque suicida contra igreja na Síria deixa ao menos 20 mortos (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoney)

Transição instável e avanço do extremismo

O novo governo, liderado por Ahmad al-Sharaa, enfrenta dificuldades para exercer controle sobre o país e garantir segurança, especialmente para as minorias religiosas. Desde que assumiu o poder em janeiro, o presidente tem prometido proteger comunidades cristãs e outros grupos vulneráveis, mas o atentado deste domingo expõe a fragilidade dessa promessa.

A tragédia provocou reações internacionais. O governo da Grécia divulgou um comunicado condenando o ataque e pedindo que as autoridades sírias tomem medidas imediatas para garantir a segurança das minorias. Episódios como esse reacendem memórias de outros ataques promovidos pelo Estado Islâmico, como o atentado a peregrinos xiitas em Sayeda Zainab, em 2016.