Homem-bomba ataca igreja em Damasco e mata pelo menos 20 pessoas
Explosão durante uma missa em igreja nos arredores de Damasco reacende temores sobre a atuação de extremistas na frágil e instável transição política da Síria

Um atentado suicida durante uma cerimônia religiosa deixou ao menos 20 mortos e 52 feridos na manhã deste domingo (22), em uma igreja na região metropolitana de Damasco, capital da Síria. O atentado atribuído ao grupo Estado Islâmico é o primeiro desse tipo desde a queda do ex-presidente Bashar al-Assad e ocorre em um momento de grande tensão no país.
Explosão interrompe missa e espalha pânico
O atentado aconteceu na Igreja Ortodoxa Grega Mar Elias, no bairro de Dweil’a, durante um momento de oração. Segundo relatos de testemunhas e informações de autoridades locais, o agressor entrou no templo armado, abriu fogo contra os fiéis e em seguida detonou o colete explosivo que carregava. Entre os mortos e feridos há crianças, conforme a imprensa local.
As equipes de resgate chegaram rapidamente ao local, enquanto vídeos nas redes sociais mostravam cenas de desespero dentro e ao redor da igreja. O Ministério do Interior da Síria confirmou que o autor do atentado era ligado ao Estado Islâmico. A ação interrompe um período de relativa calma em Damasco, desde que forças rebeldes tomaram o poder em dezembro.
Ataque suicida contra igreja na Síria deixa ao menos 20 mortos (Vídeo: reprodução/YouTube/InfoMoney)
Transição instável e avanço do extremismo
O novo governo, liderado por Ahmad al-Sharaa, enfrenta dificuldades para exercer controle sobre o país e garantir segurança, especialmente para as minorias religiosas. Desde que assumiu o poder em janeiro, o presidente tem prometido proteger comunidades cristãs e outros grupos vulneráveis, mas o atentado deste domingo expõe a fragilidade dessa promessa.
A tragédia provocou reações internacionais. O governo da Grécia divulgou um comunicado condenando o ataque e pedindo que as autoridades sírias tomem medidas imediatas para garantir a segurança das minorias. Episódios como esse reacendem memórias de outros ataques promovidos pelo Estado Islâmico, como o atentado a peregrinos xiitas em Sayeda Zainab, em 2016.