Comitiva brasileira retorna ao país após ficar retida em Israel

Prefeitos e autoridades brasileiras chegaram ao Aeroporto de Natal–RN na manhã desta quarta-feira (18), após deixarem Israel e atravessarem por terra a Jordânia. O grupo, que ainda estava em missão oficial quando o conflito entre Israel e Irã se intensificou, enfrentou tensão e incertezas antes da volta ao Brasil. 

Brasileiros deixaram Israel via Jordânia e voos fretados

A comitiva deixou Israel, cruzou a fronteira por ônibus até a Jordânia e seguiu em voo fretado — organizado com apoio de assessorias — partindo via Arábia Saudita, Espanha e Cabo Verde rumo ao Rio Grande do Norte. Entre os 13 integrantes que desembarcaram em Natal estão prefeitos como Cícero Lucena (João Pessoa–PB), Álvaro Damião (Belo Horizonte–MG) e Johnny Maycon (Nova Friburgo–RJ), além de secretários municipais, a assessoria de Cícero afirmou que ele seguirá de carro até casa, em João Pessoa. 

Tensão, bunkers e apoio do Itamaraty

Durante o episódio, os políticos precisaram se abrigar em bunkers após ataques aéreos “Foram dias de terror, sem dormir e preocupação extrema”, relatou Johnny Maycon nas redes sociais. O Itamaraty, em nota, lembrou que havia emitido um alerta desde outubro de 2023 recomendando evitar viagens não essenciais para Israel. A Confederação Nacional de Municípios (CNM) informou que acompanhou a fuga, articulando apoio via Jordânia e Arábia Saudita, em contato com o governo federal e diplomatas.


Johnny Maycon relatou a trajetória deles em um reels (Vídeo: reprodução/Instagram/@johnnymayconoficial)

Conclusão e retorno seguro

A operação de retorno encerra uma fase de angústia e risco enfrentada por prefeitos, vice-prefeitos, vereadores e secretários municipais em viagem oficial. A comitiva estava em Israel para uma feira de tecnologia, mas foi surpreendida pela escalada de confrontos entre Israel e Irã. 

Agora, já em solo brasileiro, iniciam o retorno às suas cidades de origem, após uma jornada marcada por tensão, logística complexa e reforço diplomático. 

Políticos brasileiros iniciam retorno ao Brasil após ficarem retidos em Israel

Uma comitiva de políticos brasileiros, composta por prefeitos e secretários municipais, começou a retornar ao Brasil nesta segunda-feira (16), após dias de tensão em Israel devido ao agravamento do conflito com o Irã. O grupo, que participava da Expo Muni Israel 2025, ficou retido no país e precisou buscar abrigo em bunkers durante os ataques.

Resgate e a rota de saída

A operação de resgate foi articulada pela Confederação Nacional de Municípios (CNM), Ministério das Relações Exteriores e Palácio do Planalto, com apoio do governo israelense. Inicialmente, 13 dos cerca de 47 integrantes da comitiva foram transferidos de ônibus à Jordânia. Segundo fontes, uma pessoa desistiu de embarcar de última hora e preferiu ficar no alojamento em uma universidade israelense. O próximo passo será tirar as outras 35 pessoas, que não quiseram correr o risco da travessia.

A rota escolhida, cruzando a fronteira, se mostra a mais segura após o fechamento do espaço aéreo israelense pelos bombardeios que começaram na madrugada da última sexta-feira (13).


Secretário de Natal Vagner Araújo registra retirada de Israel para a Jordânia por via terrestre | Reprodução/X/@correiocarajas

Da Jordânia, a comitiva seguirá para a Arábia Saudita, onde embarcará em um voo particular com destino ao Brasil. Alguns membros do grupo também poderão seguir para o Catar em voos comerciais, de onde se conectarão para Guarulhos, São Paulo. A lista de participantes inclui nomes como Álvaro Damião (prefeito de Belo Horizonte), Cícero Lucena (prefeito de João Pessoa) e Johnny Ribeiro (prefeito de Nova Friburgo), entre outros. O deputado federal Mersinho Lucena (PP-PB) viajou para o Oriente Médio para dar suporte ao pai, o prefeito Cícero Lucena.

Desafios diplomáticos e logísticos

A saída foi dificultada pela ausência de um embaixador brasileiro em Israel, o que, segundo o senador Carlos Viana (Podemos-MG), coordenador do Grupo Parlamentar Brasil-Israel, dificultou as negociações iniciais para o resgate. Além dos políticos, a preocupação se estende a turistas brasileiros que se encontram na região. A assistência consular está sendo prestada pelas embaixadas brasileiras em Amã (Jordânia) e Riad (Arábia Saudita).