Lorde resgata estética normcore durante semana de alta-costura em Paris

A Semana de Alta-Costura de Paris, que aconteceu de 7 a 10 de julho, teve a presença marcante da cantora Lorde. Conhecida por seu estilo normcore descontraído, a artista, que acaba de lançar seu álbum “Virgin“, aproveitou a oportunidade para exibir a evolução de sua imagem.

Aparições em desfiles reforçam Lorde como novo ícone da moda

Suas aparições nos desfiles da Chanel e Balenciaga solidificam seu novo status como ícone de moda, que combina a sofisticação da alta-costura com sua estética autêntica e experimental.


Lorde comparece ao desfile de Alta-Costura Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel em Paris, França (Foto: reprodução/Jacopo Raule/Stephane Cardinale/Pascal Le Segretain/Getty Images Embed)

Estreia em grande estilo

O primeiro desfile de alta-costura de Lorde foi o da Chanel, em 8 de julho. Sentada na primeira fila, ao lado de nomes como Naomi Campbell, Penélope Cruz e a amiga Gracie Abrams, a cantora optou por um clássico mini vestido preto de tweed com mangas três quartos e saia levemente evasê. O que transformou o look foram os acessórios: um bracelete usado por cima da roupa, um colar com design que imitava penas de pássaro, uma tornozeleira estilosa e sapatos de bico fino, alinhados à tendência dos “shoe charms”, adornados com pequenos penduricalhos. Completando o visual, óculos de sol com armação tartaruga e um penteado meio preso, meio solto, com ondas naturais. A escolha equilibra a feminilidade clássica da Chanel com a estética andrógina e despojada de Lorde.


Lorde usa vestido transparente na Balenciaga durante a Alta-Costura Outono/Inverno 2025/2026 em Paris (Foto: reprodução/Vani Bassetti/Edward Berthelot/Valentina Frugiuele/Christian Vierig/Getty Images Embed)

Transparência e um toque de rebeldia

Em contraste com a sobriedade da Chanel, para o desfile da Balenciaga em 9 de julho, Lorde apostou em um look ousado, combinando um vestido longo e totalmente transparente, feito de cota de malha brilhante, usado por cima de jeans rasgados e finalizado com um cinto preto. Ela usou fita isolante preta para cobrir os mamilos, uma referência a looks anteriores e à campanha de seu novo single. Esse visual misturou glamour e rebeldia alinhada com sua fase mais experimental e confiante pós-lançamento de “Virgin”. A participação de Lorde na Semana de Alta-Costura de Paris 2025 foi uma declaração de sua evolução artística e pessoal.

Chanel aposta na leveza em movimento e celebra códigos históricos na Alta-Costura Inverno 2025/26

A Chanel apresentou nesta terça-feira (8), em Paris, sua coleção de alta-costura para o Inverno 2025/26. O desfile, realizado no Salon d’Honneur do Grand Palais, destacou o equilíbrio da maison entre tradição e inovação. A grife apostou em uma estética refinada e fluida, atualizando elementos icônicos com foco em leveza, versatilidade e elegância sensorial.

Elegância íntima e referências clássicas

Diferente das produções grandiosas costumeiras, a apresentação teve um clima intimista, com cortinas, sofás e poucos convidados. O cenário remetia aos tradicionais salões de alta-costura do passado e ao histórico endereço da Rue Cambon, valorizando a proximidade com as peças e o cuidado nos acabamentos.

Tweed renovado e jogo de proporções

O tweed, tecido emblemático da Chanel, apareceu em novas leituras: com fios metálicos, desfiado ou em sobreposição a seda, plumas e paetês. As variações destacaram a versatilidade do material, aplicado em boleros, jaquetas curtas e casacos longos.


Coleção Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel (Foto: reprodução/Stephane Cardinale/Getty Images Embed)

A coleção também apostou em novas proporções: peças superiores mais curtas — como tops e jaquetas — deixavam faixas de pele à mostra, equilibradas por saias longas com fendas e camadas. O contraste entre as partes evidenciou um olhar contemporâneo sobre a silhueta.


Coleção Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel (Foto: reprodução/Stephane Cardinale/Getty Images Embed)

Botas marcantes e diálogo com a rotina

As botas cuissarde dominaram a passarela, com cano acima dos joelhos e bico arredondado. Em tons neutros, como branco, bege e preto, elas foram combinadas tanto com vestidos leves quanto com peças estruturadas em tweed, reforçando sua força como símbolo de estilo e autonomia.


Coleção Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel (Foto: reprodução/Stephane Cardinale/Getty Images Embed)

Elementos urbanos também ganharam espaço, com releituras sutis de peças do streetwear. As bermudas jeans, os cintos utilitários com bolsos e a abordagem funcional das sobreposições reforçaram uma moda pensada para o cotidiano, sem abrir mão da sofisticação.


Coleção Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel (Foto: reprodução/Stephane Cardinale/Getty Images Embed)

Camadas, texturas e liberdade em movimento

Com uma cartela centrada em preto, branco e bege, a coleção destacou texturas e sobreposições. Vestidos e saias em tecidos leves, como chifon e seda, surgiram com babados delicados, enquanto túnicas e capas com volume criaram silhuetas marcantes, muitas vezes com referências a armaduras sutis nos ombros.


Coleção Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel (Foto: reprodução/Stephane Cardinale/Getty Images Embed)

Mais do que uma exibição de luxo, o desfile apresentou roupas pensadas para o movimento, representando uma Chanel que acompanha o ritmo da vida contemporânea sem perder o refinamento que caracteriza a maison.


Coleção Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel (Foto: reprodução/Stephane Cardinale/Getty Images Embed)

Criação coesa em meio à transição

Mesmo em um momento de indefinição na direção criativa, a coleção se destacou pela consistência. Com construção técnica sofisticada e equilíbrio entre o clássico e o moderno, o Inverno 2025/26 da Chanel foi apontado como um dos trabalhos mais sólidos da equipe nos últimos tempos.


Coleção Outono/Inverno 2025/2026 da Chanel (Foto: reprodução/Vittorio Zunino/Getty Images Embed)

Ao reinterpretar seus símbolos com ousadia e respeito, a grife reforça seu papel como referência de elegância e reinvenção constante no cenário da moda.

Matéria por Lara de Sena

Celebridades prestigiam desfile da Chanel

Aconteceu hoje, (08), um dos desfiles mais aguardados da Semana Haute Couture de Paris. A Chanel apresentou sua coleção de primavera, a última feita pela equipe, já que Matthieu Blazy estreia na maison em setembro, com seu primeiro desfile. Além do desfile, as celebridades presentes também chamaram a atenção. Confira agora os looks escolhidos por elas para prestigiar o desfile da Chanel.

Keira Knightley, Penélope Cruz e Lorde

A atriz britânica Keira Knightley optou por um vestido longo preto de gola em camadas e detalhes em branco. Para a produção de beleza, sombra escura nos olhos e batom rosa-claro, combinando com a escolha de um vestido mais neutro.

Penélope Cruz optou por um conjunto de calça e terno pretos, porém nada básico. O conjunto era de um tecido com brilho, e detalhes prateados no cós e bolsos. Para completar o visual, a atriz optou por um óculos escuro grande, cabelo solto, lábios neutros e uma bolsa da Chanel para combinar.

Já a cantora britânica Lorde, optou por um vestido preto mais curto, com mangas até os cotovelos. Para combinar, óculos escuros e sapatos pretos com detalhes prata e um colar de brilhante prata, contrastando com o vestido.


Keira Knightley, Penélope Cruz e Lorde (Foto: reprodução/Stephane Cordinale-Corbis/Arnold Jerocki/Getty Images Embed)

Naomi Campbell, Gracie Abrams, Sofia Coppola

A super modelo e atriz Naomi Campbell teve uma produção de tirar o fôlego. Ela compareceu ao desfile com um conjunto de calça e blusa verdes. A camisa de manga comprida era fechada, com botões grandes e com detalhes que pareciam uma corda. A estampa das peças combinava, seguindo o mesmo padrão. Para completar o visual, óculos escuros grandes e um meio rabo de cavalo alto.

Gracie Abrams compareceu ao desfile com um vestido curto, branco e de babados. A alça do vestido era fina e possuía algumas pedrarias. Na produção de beleza, um meio coque, com duas mechas soltas na frente e maquiagem neutra.

A cineasta Sofia Coppola compareceu ao desfile com suas filhas, Romi Mars e Cosima Mars. Sofia optou por uma calça branca, combinando com uma camisa cinza por baixo de um casaco azul-claro. As filhas seguiram a paleta de cor da mãe. Romi optou por um vestido curto azul pastel e Cosima escolheu um conjunto de vestido e casaquinho rosa pastel.


Naomi Campbell, Gracie Abrams, Sofia Coppola (Foto: reprodução/Marc Piasecki/Stephane Cordinale-Corbis/Getty Images Embed)

Marion Cotillard, Kirsten Dunst e Charlotte Casiraghi

A atriz Marion Cotillard optou por um conjunto de saia e blusa azul-claro, com detalhes em azul-escuro, fazendo um contraste. Na produção de beleza, sombra clara e nos lábios um rosa-claro, puxando para o tom natural da sua boca.


Marion Cotillard, Kirsten Dunst e Charlotte Casiraghi (Foto: reprodução/Stephane Cordinale-Corbis/Getty Images Embed)

Kirsten Dunst, renomada atriz norte-americana, optou pelo preto, com um macacão comprido, onde as calças era mais largas e o top ajustado no corpo. Para complementar o look, pulseiras e brincos dourados.

Já Charlotte Casiraghi, filha da Princesa Carolina de Mônaco, optou por um conjunto de saia e terninho azul-claro, com uma blusa branca por baixo, para fazer o contraste de cores. Para o visual e produção de beleza, um coque baixo, com algumas mechas soltas na lateral, maquiagem neutra e lábios rosa-claro.

Chanel aposta em brilho natural com nova linha de skincare e maquiagem

A Chanel acabou de revelar a sua mais nova aposta no universo da beleza: Éclat Premier, uma linha que une cuidados com a pele e maquiagem em um ritual completo de restauração, uniformidade e também radiância. Com fórmulas sofisticadas enriquecidas com o extrato da flor premier — o ylang-ylang cultivado pela maison em Madagascar — e a niacinamida pura, a coleção nasceu de mais de 30 anos de pesquisas científicas sobre um desejo universal entre as mulheres: conquistar uma pele visivelmente luminosa, saudável e principalmente uniforme.

A proposta da Éclat Premier é bem clara desde o início: trazer de volta a luminosidade natural da pele, lutando contra sinais de opacidade, manchas e a perda de viço, tudo isso sem abrir mão da leveza que é a marca registrada das criações da maison.

Propósito com embasamento cientifico

Portanto, a linha em questão é uma das criações do resultado da abordagem científica rigorosa, da Chanel, tornando-a uma líder de inovação no mercado global de luxury skincare. Éclat Premier foi desenvolvido apoiando-se nas inovações de ponta em tecnologias. A Chanel colaborou com uma start-up francesa de bioengenharia que permite criar um modelo de pele em bioimpressão 3D. O desenvolvimento dessa inovação possibilitou testar a fórmula de maneira inovadora, incluindo a eficácia de prevenção e correção de manchas escuras — um dos maiores desafios diários relacionados ao cuidado da pele.



La Base e La Base Légère de Éclat Premier (Foto: Reprodução/Chanel)

A vice-presidente internacional de inovação da Chanel, Nathalie Volpe, compartilhou a essência da filosofia da Maison sobre a radiância: “É um brilho que surge da luz, mas também do equilíbrio entre a pele, a ciência e a sensorialidade. É essa combinação que transforma o cuidado diário em um verdadeiro gesto de luxo.”

Esse enfoque técnico é complementado por um forte compromisso com o meio ambiente: a flor premier, o ingrediente essencial da fórmula, é cultivada de maneira sustentável e colhida manualmente no laboratório ao ar livre da Chanel em Madagascar, respeitando a biodiversidade e as comunidades locais.

Um novo ritual com DNA Chanel

A Éclat Premier foi desenvolvida a partir de um sistema de inovação baseado no profundo conhecimento da pele e também dos diferentes estilos de vida ao redor do mundo. Cada ingrediente é estudado sob os mais altos critérios de eficácia e desempenho funcional, com testes conduzidos em diversos países e climas. Essa abordagem permite que os produtos da linha respondam às necessidades específicas de cada tipo de pele, respeitando a diversidade de tons, texturas e ritmos biológicos de seus clientes.

O diretor de pesquisa e desempenho da Chanel, Youcef Ben Khalifa, ressaltou que criar um cosmético de alto desempenho pode levar até mais de uma década. Segundo ele, a maison considera o tempo um verdadeiro ativo de luxo. “Cada fórmula é projetada para funcionar com precisão, sem atalhos, e sempre em sintonia com as transformações do mundo e da pele.”

A criação da linha também foi norteada por princípios de ecodesign e sensorialidade refinada. O objetivo era que cada fase do ritual não só trouxesse resultados visíveis para a pele, mas também proporcionasse uma experiência emocional completa.

Pele radiante, resultado atemporal

Composto por itens que vão desde a limpeza até ao preparo da maquiagem, o ritual Éclat Premier propõe um cuidado quase holístico. A “Bright Milky Essence”, com textura leitosa que se transforma em uma essência aquosa fresca, é considerada o coração da coleção e atua como agente preventivo contra as manchas. A espuma de limpeza “La Mousse” purifica a pele profundamente, enquanto as bases “La Base” e “La Base Légère” promovem uniformidade e o realce da luminosidade natural, unindo a performance de skincare à leveza da maquiagem.


Todos os produtos da nova linha de skincare de luxo Éclat Premier por Chanel (Foto: Reprodução/Chanel)

Cada fórmula foi pensada para manter a integridade da barreira cutânea, favorecendo uma aparência revitalizada e sem excessos. É a essência da filosofia de Gabrielle Chanel quando se trata de beleza: menos é mais, desde que cada detalhe mostre a excelência.

Luxo revelador, mas não transformador

O lançamento da Éclat Premier reafirma a identidade da Chanel como uma marca que se mantém firme, mesmo diante das tendências passageiras. Seus produtos não seguem tendências; eles as transcendem. O verdadeiro luxo está no rigor do processo e na coerência entre ciência, natureza e beleza.

Armelle Souraud, diretora de comunicação científica da marca, resume o conceito por trás da linha: “A beleza de luxo vai além do resultado na pele. É sobre excelência em cada etapa — da pesquisa à experiência sensorial. A Éclat Premier revela a luminosidade interior, aquela que não precisa ser criada, apenas despertada.”

Disponível no site oficial da Chanel e em boutiques selecionadas com valores a partir de R$ 590, a coleção promete se tornar um novo ícone entre os rituais de beleza de alta performance.

Chanel lança revista Arts & Culture para celebrar legado cultural da maison

Em comemoração aos 100 anos da Maison no Reino Unido, a Chanel anunciou sua primeira magazine. Com um total de 250 páginas, estima-se que até o final de julho a primeira edição seja entregue em livrarias de 20 cidades do mundo, incluindo São Paulo, na livraria Megafauna. Além da cidade brasileira, Milão, Tóquio, Londres, Nova Iorque, Paris e Berlim também receberão exemplares em algumas livrarias.

Arts & Culture celebra legado da Chanel

Além de celebrar os 100 anos de presença no Reino Unido, com a revista a Chanel também pretende mostrar o seu legado cultural. Sendo uma iniciativa do Fundo Cultural Chanel, o primeiro volume da revista possui 250 páginas com tipos de papel diferentes. No conteúdo da revista, é possível ver os últimos cinco anos de colaborações que a Chanel fez com diversos artistas. Para a capa do primeiro volume, é possível ver um busto de Gabrielle Chanel, feito em 1921 pelo escultor lituano Jacques Lipchitz, com revisão visual do fotógrafo e artista Roe Ethridge, exibindo um par de óculos usado na coleção de 2002, simbolizando o passado e o presente. Além disso, Roe Ethridge também colabora com outras artes presentes na revista, como a colagem de itens pessoais de Gabrielle “Coco” Chanel.


Primeiro volume da revista Arts & Culture (Vídeo: reprodução/Instagram/@roeethridge)

Para além das imagens, a revista também conta com diversas entrevistas, com a atriz Tilda Swinton, o arquiteto Peter Marino e um ensaio da historiadora RoseLee Golderg. Com a revista, a maison afirma seu legado e sua contribuição na cultura, já que desde a fundação do Fundo Cultural Chanel, a grife vem apoiando diversos artistas e projetos culturais ao redor do mundo. Celebrando a sua primeira edição, a marca preparou uma intervenção artística, no Foreign Exchange News, em Londres, que ficou aberta ao público até sábado passado (28).

Fundo Cultural Chanel

Fundado em 2011, o Fundo Cultural Chanel visa criar iniciativas e parcerias globais, dando visibilidade para os artistas. O Fundo Cultural Chanel se compromete com parcerias a longo prazo. Entre as parcerias estão o Museu de Arte Leeum, em Seul; Museu de Arte Contemporânea de Chicago, nos Estados Unidos; Galeria Nacional de Retratos, em Londres e o Centro Pompidou, em Paris.

Além das parcerias, o Fundo Cultural Chanel também organiza o CHANEL Next Prize. Criado em 2021, o prêmio internacional procura acelerar a inovação nas artes. Os 10 finalistas do prêmio, recebem  € 100.000 (euros) em financiamento. No ano passado, Dalton Paula foi um dos finalistas, marcando a primeira vez que um brasileiro é finalista na premiação.

Blake Lively usa bolsa de colecionador da Chanel em evento

Na segunda-feira (9), a atriz Blake Lively usou uma bolsa da Chanel, considerada item de colecionador, para o jantar de artistas do Festival de Cinema de Tribeca, que acontece em Nova York anualmente.

A peça em questão se trata de uma “Scarab Minaudière”, inspirada nos escaravelhos egípcios e desenhada pelo designer Karl Lagerfeld em 2019, para a coleção Métiers d’Art 2019, a última do estilista na casa francesa antes de morrer em fevereiro daquele ano.

O desfile tinha como inspiração a cultura do império egípcio e utilizou adereços em dourado, pedras e diversos tipos de tecidos para compor o trabalho.

Lagerfield também foi referenciado no vestido usado por Paris Jackson na ocasião, o figurino foi produzido para uma coleção da Fendi, exibida em Roma e criado por Silvia Venturini Fendi.

A bolsa

Produzido a partir de resina, strass, detalhes e corrente em dourado, a minaudière é um item raro não só por ser um objeto de luxo com números limitados, mas também pela morte do idealizador, sendo um marcador de sua despedida.

A bolsa está esgotada em muitos sites e é avaliada em torno de R$ 280 mil.

Para combinar com o acessório, a protagonista de “É Assim Que Acaba” (2024) usou um vestido branco de crochê e uma camisa jeans por cima. Apesar do look bem avaliado, a atenção ficou toda para a Chanel.


Blake Lively em Festival de Cinema de Tribeca (Foto: reprodução/@galafr/Star Max/Getty Images Embed)

O festival

O Festival de Cinema de Tribeca iniciou-se em 04 de junho e terminou neste domingo (15). O evento cinematográfico acontece todo ano em Manhattan, bairro de Nova York, desde 2002. Ele foi concebido pelo ator Robert De Niro (“O Irlândes”) em parceria com a produtora Jane Rosenthal e o empresário Craig Hatkoff.

A motivação para a criação da cerimônia foi os ataques de 11 de setembro de 2001, o objetivo era promover a arte independente e contribuir para a revitalização do local.

Neste ano, a cantora Miley Cyrus apresentou seu longa-metragem “Something Beautiful” na edição. Além de apoiar o cinema feito fora dos grandes estúdios de Hollywood, o Festival de Tribeca é um palco para narrativas em áudio, como podcasts e também games.

Já o jantar é oferecido pela Chanel e tem como proposta celebrar a cultura e as artes, criar laços entre os vários nomes importantes do meio. Ele foi realizado em um restaurante francês de prestígio, o “The Odeon”, também em Nova York.

Chanel lança Nevold e entra de vez na corrida pela sustentabilidade na moda de luxo

Reforçando seu compromisso com a sustentabilidade sem perder o glamour característico de seu legado, em um novo movimento a Chanel apresentou ao mundo a Nevold — uma plataforma independente e colaborativa que promete revolucionar a circularidade no setor do luxo atual. O nome, um acrônimo de “Never Old”, já antecipa qual será a proposta do projeto: reinventar materiais têxteis e dar nova vida ao que antes seria descartado como lixo.

Com um investimento estimado entre 50 e 80 milhões de euros (cerca de 318 a 509 milhões de reais), a Nevold nasce em forma de hub B2B (business-to-business) cuja característica é unir empresas, startups e instituições acadêmicas em torno de um objetivo em comum: no caso, criar, escalar e estruturar os materiais de amanhã. Tudo isso respeitando os critérios de excelência do alto luxo — como a Chanel sabe fazer como ninguém.

Moda circular com assinatura de luxo

Sob o comando de Sophie Brocart — ex-CEO da Patou, engenheira de formação e referência em inovação sustentável — o centro irá desenvolver fibras com base em materiais reciclados e regenerados, como couro, cashmere, lã, algodão e seda. A ideia principal do projeto é mesclar esses elementos com fibras virgens que sejam de origem rastreável, assim criando tecidos que irão alinhar qualidade, responsabilidade ambiental e também estética refinada.


Look rosa coleção outono inverno 2025/26 da Chanel (Foto: Reprodução/Chanel)

A Nevold, mais do que um laboratório criativo é um ecossistema estratégico que irá operar de forma independente da marca Chanel, o que viabilizará novas parcerias com outras marcas de moda, bem como indústrias de esporte, hotelaria e vestuário corporativo — ampliando ainda mais o impacto já positivo da iniciativa para além do ateliê parisiense.

Entre os braços que compõem o projeto, estão empresas já ligadas à maison como a L’Atelier des Matières, que coleta estoques mortos e sobras de produção; a Filatures du Parc, especializada em fiação de lã reciclada; e a Authentic Material, referência em reaproveitamento de couro e fibras naturais.

Muito além do greenwashing

Em tempos em que a sustentabilidade virou palavra-chave (e, muitas vezes, marketing vazio), a Chanel parece buscar um caminho mais sólido e comprometido com o futuro da moda. Segundo Bruno Pavlovsky, presidente da divisão de moda da maison, o desafio não é só técnico, mas cultural:

“Começamos nos perguntando o que acontece com os materiais que não chegam a ser transformados em produto final, ou com aqueles que chegam ao fim da sua primeira vida útil. A Nevold é o sistema que nos permite explorar esse potencial”.

Ainda segundo ele, a intenção não é substituir a identidade criativa da Chanel ou tornar a casa 100% reciclada da noite para o dia. “Criar um sonho continua sendo nossa prioridade. Mas, se não começarmos agora, jamais estaremos prontos para o que vem depois.”

Uma nova era para o luxo?

A Chanel não está sozinha nessa virada: outras gigantes como LVMH (Louis Vuitton, Dior) e o grupo Kering (Gucci, Balenciaga) já investem em tecnologias de reaproveitamento e plataformas de revenda. A diferença é que a nova plataforma Nevold nasceu em forma de entidade aberta, funcional e com ambição de escala real, o que pode colocá-la como um dos grandes players na transformação do setor da moda atual.


Logo apresentado para a plataforma Nevold (Foto: Reprodução/Nevold)

Enquanto consumidores de moda, celebramos toda essa nova movimentação no setor — mas também seguimos de olhos atentos e abertos. Afinal, falar de sustentabilidade na moda é falar de cadeia produtiva, consumo consciente e também valorização de quem faz todo o processo. Resta saber se o luxo, que é historicamente ancorado em excessos e exclusividade, estará pronto para esse novo capítulo que se inicia.