Carlos Bolsonaro detalha sintomas de Jair Bolsonaro e menciona possível câncer

A saúde do ex-presidente Jair Bolsonaro voltou a preocupar após sua internação em Brasília no último domingo (14). Ele passou por um procedimento para a retirada de oito lesões na pele e foi diagnosticado com anemia por deficiência de ferro, além de ter tido pneumonia recentemente.

Além disso, ele enfrenta vômitos frequentes, crises de soluço e dificuldade para se alimentar, sintomas que levantam suspeitas sobre possíveis complicações mais graves, incluindo câncer e uma nova hérnia abdominal.

Carlos expõe preocupações em live

Durante uma transmissão nas redes sociais, Carlos Bolsonaro (PL-RJ) relatou que o pai vem apresentando sintomas preocupantes. Segundo o vereador, Jair Bolsonaro sofre com vômitos constantes e crises de soluço, até mesmo durante o sono. “Tiraram sete pedaços profundos de pele nele para averiguar a possibilidade de um câncer. É uma situação agoniante”, afirmou o vereador.

No último domingo (14), Bolsonaro foi submetido à remoção de oito lesões na pele, que foram encaminhadas para biópsia. A operação, considerada complexa pela equipe médica, reforçou a necessidade de exames adicionais. A hipótese de câncer ainda não foi descartada. Os resultados preliminares devem sair nos próximos dias.


Ex-presidente Jair Bolsonaro (Foto: reprodução/Joe Raedle/Getty Images Embed)

Anemia e novas complicações

Além das lesões, o ex-presidente foi diagnosticado com anemia por deficiência de ferro e pneumonia recente. Carlos Bolsonaro também mencionou a suspeita de uma nova hérnia abdominal, ainda em estágio inicial, que pode exigir tratamento específico caso seja confirmada.

De acordo com relatos da família, Bolsonaro tem enfrentado dificuldades crescentes para se alimentar, o que agrava o quadro clínico. A perda de apetite, somada aos episódios de vômito e à baixa de ferro, preocupa médicos e aliados políticos.

Impacto político em debate

Caso os exames confirmem um problema mais grave, a condição de saúde pode repercutir no cenário político. Aliados avaliam que uma eventual limitação física de Bolsonaro abriria espaço para disputas de liderança entre herdeiros e apoiadores, em um momento estratégico para a oposição, que busca se reorganizar com foco nas eleições de 2026.

Segundo a equipe médica, Bolsonaro deve permanecer internado pelo menos até quarta-feira (17), quando novos exames indicarão o andamento do tratamento e confirmarão ou descartarão as suspeitas levantadas.

Abin paralela: PF indiciou Bolsonaro, Carlos Bolsonaro e Ramagem por espionagem política

A Polícia Federal formalizou nesta terça-feira (17), o indiciamento do ex‑presidente Jair Bolsonaro, do vereador Carlos Bolsonaro e do deputado Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin, por participação em uma estrutura clandestina dentro da agência de inteligência (Abin) que teria atuado em espionagem política durante o governo 2019‑2022. O inquérito aponta que mais de 30 pessoas teriam integrado uma “organização criminosa” voltada à vigilância ilegal, incluindo interceptações de telefones, computadores e coleta de dados, utilizados para atacar adversários públicos e abastecer um esquema de desinformação online.

O relatório da PF foi encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF), sob sigilo, cabendo agora à Procuradoria‑Geral da República (PGR) decidir se apresenta denúncia. Caso isso ocorra, o ministro Alexandre de Moraes, relator da investigação, definirá se abre ação penal contra os indiciados. A acusação destaca também o uso irregular do software de rastreamento FirstMile, usado cerca de 60 mil vezes entre 2019 e 2023 para monitorar ministros do STF, jornalistas, ambientalistas e políticos.

Uso do software espião

Investigadores indicam que o programa israelense FirstMile, adquirido em 2018, foi empregado para rastrear localizações de telefones celulares, alimentando relatório sobre autoridades como ministros do STF (Moraes, Barroso, Fux, Toffoli) e políticos como João Doria, Arthur Lira e Rodrigo Maia. O material coletado teria sido direcionado a um “gabinete do ódio”, liderado por Carlos Bolsonaro, dedicado a produzir conteúdo de ataque e disseminar fake news nas redes sociais. A PF descreveu a operação como “criação de organização criminosa com monitoramento ilegal de autoridades e difusão de mentiras”.

Indiciados e próximas etapas do processo

Além de Jair, Carlos e Ramagem, foram indiciados o atual diretor da Abin, Luiz Fernando Corrêa, seu número dois Alessandro Moretti, agentes ligados a Ramagem e membros do “gabinete do ódio”. A PF apurou suposta tentativa de obstrução da investigação por parte da atual direção da agência, com conluio para ocultar evidências. Agora, a PGR tem três caminhos: apresentar denúncia no STF, solicitar mais provas à PF ou pedir o arquivamento caso avalie insuficiência de elementos.


Post de Carlos Bolsonaro (Vídeo: reprodução/Instagram/@carlosbolsonaro)

Nas redes sociais, Carlos Bolsonaro se manifesta atribuindo culpa à Lula: “Alguém tinha alguma dúvida que a PF do Lula faria isso comigo? Justificativa? Creio que os senhores já sabem: eleições em 2026? Acho que não! É só coincidência!”.

A denúncia se soma a outras investigações contra Bolsonaro, como a operação “Contragolpe” e a tramitação relacionada à tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Essa nova fase pode resultar em processo liderado pela Corte Suprema e possível impacto no cenário eleitoral de 2026.