Neymar tem uma chance para convencer Ancelotti para a Copa

Em recuperação de uma lesão muscular no reto femoral da coxa direita, Neymar será desfalque da Seleção Brasileira nos amistosos contra Coreia do Sul e Japão, em outubro. O atacante do Santos deve ficar afastado dos gramados por até um mês e, por isso, dificilmente será lembrado também para os jogos de novembro, os últimos da equipe nesta temporada.

Segundo especialistas, lesões de grau 2 no quadríceps exigem entre quatro e 12 semanas de recuperação. Assim, mesmo que evolua bem no tratamento, o camisa 10 não terá tempo hábil para estar 100% até a convocação de Carlo Ancelotti, prevista para 1º de outubro. O treinador já deixou claro que só chamará Neymar quando ele estiver em plena condição física.


Se recuperando de lesão na coxa direita, Neymar assistiu à vitória do Santos sobre o São Paulo (Foto: Reprodução/Miguel Schincariol/Getty Images Embed)

Poucas chances antes da Copa de 2026

O retorno de Neymar deve ocorrer apenas entre a 30ª e a 31ª rodada do Campeonato Brasileiro, quando o Santos enfrentará Botafogo (26 de outubro) e Fortaleza (2 de novembro). Isso significa que o craque terá pouquíssimas oportunidades de atuar antes da próxima convocação da Seleção, marcada para o início de novembro.

Com isso, a grande chance de convencer Ancelotti deverá acontecer apenas em março de 2026, durante a última Data Fifa antes da Copa do Mundo. Nessa ocasião, o Brasil terá dois amistosos contra seleções europeias, ainda não definidas. Até lá, Neymar terá ao menos 12 jogos pelo Campeonato Paulista para tentar recuperar ritmo e mostrar que merece estar no Mundial.


Em entrevistas, Ancelotti reforçou que quer jogadores com condições físicas no máximo (Foto: Reprodução/MAURO PIMENTEL/Getty Images Embed)

Ancelotti elogia técnica, mas cobra preparo físico

Desde que assumiu a Seleção Brasileira, em maio, Carlo Ancelotti tem reiterado que a condição física será decisiva para definir os convocados. “Um critério muito importante para a comissão técnica é o aspecto físico. O jogador da Seleção precisa estar 100%”, disse em recente coletiva.

O treinador, entretanto, não esconde sua admiração pelo talento de Neymar. Em entrevista à revista France Football, declarou que “não há discussão do ponto de vista técnico” sobre o camisa 10, reforçando que o desafio do atacante é estar pronto para junho de 2026, quando começa o Mundial.

Ainda assim, caso Neymar não consiga atingir a plenitude física até a Data Fifa de março, corre o risco de disputar sua última Copa apenas como espectador.

Brasil cai na altitude e faz sua pior campanha da história das Eliminatórias

Na noite da última terça-feira (09), o Brasil enfrentou a Bolívia no Estádio El Alto, pela última rodada das Eliminatórias da Copa do Mundo, a mais de 4.100 metros de altitude, e saiu derrotado por 1 a 0. O gol da partida foi marcado por Miguelito, jogador do América-MG, em cobrança de pênalti nos acréscimos da primeira etapa.

A equipe comandada pelo italiano Carlo Ancelotti não conseguiu suportar os efeitos da altitude e cedeu diante da pressão dos bolivianos, que não venciam a seleção canarinho desde 2019.

Bolívia sonha com a Copa do Mundo

Com a vitória, a seleção boliviana alimentou o sonho de disputar a Copa do Mundo de 2026, algo que não acontece há 32 anos. O resultado foi favorecido pela derrota da Venezuela para a Colômbia por 6 a 3, que deixou a Bolívia em sétimo lugar nas Eliminatórias, garantindo vaga na repescagem.


Melhores momentos de Bolívia 1x0 Brasil. (Vídeo: Reprodução / ge tv)

Após o apito final, os jogadores da casa não contiveram a emoção. Ídolo da seleção, Marcelo Moreno chorou no gramado e declarou que, caso a Bolívia se classifique, pretende voltar a vestir a camisa nacional para ajudar sua equipe.

Brasil termina em quinto lugar

Apesar do tropeço, o Brasil já estava classificado para a Copa do Mundo, sendo a única seleção a participar de todas as edições do mundial. No entanto, com o revés em El Alto, terminou as Eliminatórias na quinta colocação, com 28 pontos. Ao todo, foram oito vitórias, quatro empates e seis derrotas.

Foi a pior campanha da história da seleção brasileira em Eliminatórias. A última vez que o time terminou distante da liderança havia sido em 2001, quando ficou em terceiro lugar.

Primeiro tempo de domínio boliviano

A Bolívia foi superior desde o início, aproveitando a altitude e o apoio da torcida que lotou o estádio. Com chutes de média e longa distância, o jovem Miguelito, formado nas categorias de base do Santos, foi o destaque.


Carlo Ancelotti instruindo seus jogadores. (Foto: Reprodução / Rafael Ribeiro/CBF)

Aos 45 minutos, o árbitro chileno Cristian Garay, após revisão no VAR, marcou pênalti de Bruno Guimarães sobre o lateral Roberto. Na cobrança, Miguelito bateu bem e abriu o placar. O Brasil criou apenas três finalizações no primeiro tempo, com apenas uma levando perigo real ao gol defendido por Carlos Lampe.

Segundo tempo sem reação brasileira

Na etapa final, a seleção voltou a encontrar dificuldades para acelerar as jogadas e manter a posse de bola. As entradas de Estêvão, João Pedro, Raphinha e Marquinhos deram maior mobilidade ao time, mas sem efetividade ofensiva.


Estêvão em ação contra a Bolívia. (Foto: Reprodução / Rafael Ribeiro / CBF)

Nos minutos finais, a Bolívia ainda criou duas grandes chances, novamente com Miguelito e Algarañaz. Ao término da partida, os jogadores bolivianos caíram no gramado, chorando e celebrando a vaga na repescagem.

Próximos desafios do Brasil

Agora, a seleção brasileira volta a campo em outubro para dois amistosos na Ásia: contra a Coreia do Sul, no dia 10, e diante do Japão, no dia 14. Os jogos fazem parte da preparação para a Copa do Mundo de 2026.